domingo, 31 de outubro de 2010

As Árvores e os Livros: JARDIM REPÚBLICA

Narrativa fantástica inspirada no Culto da Árvore durante a Primeira República

Episódio esquecido da História da Primeira República recuperado por Pedro Foyos para uma obra de ficção.

Um dos mais ignorados episódios da História da Primeira República, relacionado com o culto da árvore e as obscuras guerras que lhe advieram, inspirou a nova obra de Pedro Foyos, “Jardim República”, agora lançado pela Editorial Hespéria.

Este é um daqueles raríssimos livros prismáticos onde o leitor encontra, sobre um mesmo tema, visões em géneros literariamente díspares: a ficção fantástica e a divulgação histórica, rigorosa e documentada. Após uma alegoria inicial em torno dos atos de alucinado extermínio cometidos à noite sobre as árvores plantadas de manhã por crianças de todo o País, assiste-se a uma rebelião das “vítimas” (plantas de todos os géneros e espécies), culminando numa autêntica batalha campal da qual saem derrotados os malfeitores humanos. Na segunda parte da obra, Pedro Foyos descreve como nasceu e cresceu o culto da árvore naquele período histórico, o estigma maçónico, os ódios que extravasaram, a guerra exortada pelos setores mais hostis ao novo regime e o fogo cruzado na Imprensa – de um lado os jornais ditos “conservadores”, do outro os “republicanos”. Desfilam de permeio algumas das figuras centrais da Primeira República que foram igualmente personalidades-chave do culto da árvore no tempo da “educação patriótica” e do “amor à terra, à paisagem portuguesa”.

“Jardim República”, numa edição inteiramente a cores, é ilustrada com numerosos registos iconográficos da época.

A parte ficcional da obra inclui também ilustrações originais de Isabel Lobinho (aguarelas) e Armando Cardoso (fotografia e arte digital).

O AUTOR: Num percurso de meio século repartido pelos mundos do Jornalismo, da Literatura e das Artes Visuais, Pedro Foyos tem obras publicadas no domínio da historiografia da Imprensa. Fundou e dirigiu várias publicações periódicas e integrou a chefia da Redação do Diário de Notícias. Na ficção destacam-se os romances O Criador de Letras e Botânica das Lágrimas, ambos editados por Hespéria.

JARDIM REPÚBLICA
Autor: Pedro Foyos
Ilustrações: Isabel Lobinho e Armando Cardoso
Género: Ficção
Editorial Hespéria
100 páginas
Preço: € 14,84

sábado, 30 de outubro de 2010

Arq. Ribeiro Telles: «Foi uma lição para a revisão do Plano Director Municipal»

Ribeiro Telles diz que chuva veio na hora certa

O que se passou ontem em Lisboa "foi uma lição" para o novo Plano Director Municipal da cidade, que se encontra em fase de discussão, avisa o arquitecto paisagista Ribeiro Telles.

Em causa está a possibilidade de aumentar a construção nos logradouros (que são os quintais e outros terrenos habitualmente situados nas traseiras dos prédios) que o futuro regulamento abre. Ribeiro Telles tem-se manifestado frontalmente contra esta intenção, por causa daquilo que ela pode implicar em termos de impermeabilização do solo: "O aumento dos caudais de água da chuva e da sua velocidade de passagem". O arquitecto mora na Rua de S. José, nas traseiras da Av. da Liberdade, e ficou várias horas sem electricidade, devido a um corte de energia na zona provocado pelo mau tempo. O cenário que viu da sua janela foi suficiente: "Isto tinha que acontecer. Abrem-se caves em prédios situados em cima de ribeiras subterrâneas... Não quer dizer que tenha chovido mais que noutras ocasiões, mas o escoamento da água foi menor".

Como o novo Plano Director Municipal (PDM) ainda não foi aprovado, Ribeiro Telles diz que a chuvada de ontem chegou em boa hora - a tempo de fazer os responsáveis da Câmara de Lisboa repensar o assunto.

Mas, para o vereador da Câmara de Lisboa encarregue da revisão do PDM, Manuel Salgado, estas críticas radicam num equívoco: "O novo PDM só abre a possibilidade de aumentar a construção nos logradouros nos locais onde ela já existe. Se considerarmos toda a cidade, a área permeável até aumenta". Como? "Através da criação de um sistema de retenção das águas da chuva e de infiltração no solo", prevista também na revisão do Plano Director Municipal.

Ribeiro Telles chama ainda a atenção para o facto de a câmara continuar a autorizar a construção de caves cidade fora, agravando um problema que se estende a toda a Área Metropolitana de Lisboa. (in Público)

NOTA: Muitos prédios lisboetas têm pequenos jardins ou quintais que ajudam a absorver as águas pluviais. É lamentável que estejam ameaçados pelo novo PDM proposto pelo actual executivo da CML. Porquê? Porque continuamos a planear a cidade para os carros - todos sabemos que o motivo para a alteração da lei é a pressão imobiliária que só se interessa pela reabilitação se conseguir abrir caves para estacionamento nos logradouros. Será justo todos pagarmos um preço alto porque a sociedade não quer sair de um modelo de mobilidade obsoleto? Foto: Rua Diogo Bernardes em Alvalade.

Em Floração: PLECTRANTHUS ECKLONIS

Nome científico: Plectranthus ecklonis Benth
Família: Lamiaceae

Planta oriunda da África do Sul

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

«Os automóveis são os donos das cidades»

Quando na quinta-feira passada o avião de Francisco Cárdenas se aproximou de terra, à chegada ao Porto, o espanhol não pôde deixar de reparar no aglomerado de casas que se vislumbrava. "Parece que dispararam casas do céu e elas caíram em todas as partes. Olhes para onde olhes, vês casas." O Porto, e toda a sua área metropolitana, é um exemplo daquilo a que o director de programação e planeamento da Agência Ecologia Urbana de Barcelona chama "cidade difusa", o protótipo que está, pouco a pouco, a apoderar-se da Europa: um modelo que tem no carro o elemento central de construção das cidades, que faz do cidadão um mero actor secundário. Em Barcelona já muita coisa mudou. Portugal tem muito caminho pela frente.

O Francisco Cárdenas defende que é urgente recuperar o modelo de organização de cidades do Sul da Europa. Que modelo é este? É um modelo de uma cidade diversa e complexa, onde o espaço público é importante. Uma cidade compacta, o que significa que há densidade suficiente de população e de actividade para que haja contacto e relações entre as pessoas.

Quando é que esse modelo faliu? Pouco a pouco fomos caminhando para outro modelo, o da cidade americana, onde o espaço público pertence aos automóveis privados. Agora, nas cidades, há peões ou condutores: não há cidadãos.

Consegue identificar um culpado? O problema é que apareceu um artefacto de uma potência incrível, o veículo privado, que pouco a pouco se fez dono das cidades. E os planificadores passaram a desenhar as cidades a pensar neles. Na maioria das cidades médias e grandes, no Sul da Europa, cerca de 70 por cento do espaço público é para o veículo privado. É preciso alterar isto. A dependência do veículo privado é a grande perversão das cidades actuais.

Mas um carro é também um símbolo de liberdade... É um símbolo de poder, uma questão de status. Ter carro numa cidade com uma boa rede de transportes públicos é uma estupidez. Não estamos contra o carro, mas queremos dar-lhe saída para que funcione. Uma coisa é que o veículo privado vá por toda a parte, outra é pensar simultaneamente nos peões e nas bicicletas.

O que propõe? Para que um carro não passe numa rua há muito poucas soluções. A única que vejo, na verdade, é impedindo-o, fisicamente. O estacionamento e as portagens já são utilizadas (estas de forma algo injusta). As outras são repensar as vias, de maneira que os veículos não passem por onde querem. É a ideia dos quarteirões - à volta deles é possível circular, dentro não.

Isso não é incompatível com a funcionalidade das cidades? Não. É uma questão de regular os usos. Mas porque é que as cargas e descargas se podem fazer todo o dia? Não é possível determinar que isso só se faz em determinadas horas? Quando as crianças estão na escola, por exemplo. As redes de transportes públicos teriam de ser bem mais atractivas. O transporte público tem de ter qualidade - frequência e cobertura - para ser competitivo. É óbvio que se demorar dez minutos de carro e uma hora de autocarro, nunca irei de autocarro.

Quando fala de cortar os automóveis está a falar de que percentagem de corte? Na verdade, em algumas cidades, nem é preciso reduzir o número de carros. Mas geralmente falamos de reduções pequenas, à volta dos cinco por cento. Basta alterar os itinerários para que as cidades mudem radicalmente. Em Barcelona, um distrito com 150 mil pessoas, só tocamos em quatro por cento dos carros. O que se muda é que os carros em vez de irem por onde querem, vão por onde nós definimos. É esse trabalho que a Agência de Ecologia Urbana de Barcelona tem feito... O nosso trabalho é pôr ordem. Não somos gestores nem construtores, apenas damos apoio às cidades que têm vontade de implementar processos com outros critérios. Quando os arquitectos desenham uma casa pensam muito no conforto - as cores, a luz, a temperatura, o solo -, no espaço público não se pensa nisso.

Quer desenhar cidades como se desenham casas? Os conceitos de habitabilidade e de conforto têm de estar associados. Agora só se pensa na edificação e urbanizar é muito fácil: construir casas, iluminação, ruas. Fazer cidades é outra coisa. É pensar nos espaços para serem utilizados. Os espaços verdes são muito bonitos, mas se não há nada para fazer lá são pouco mais do que inúteis. Depois de retirar os carros das cidades, é preciso levar as pessoas lá. A tendência tem sido outra, as cidades dormitório a aumentar... É um fenómeno muito comum. Expulsava-se a população para os arredores; e depois para os arredores dos arredores... e por aí adiante. Mas chega-se a um momento em que as pessoas que vivem a 45 minutos da cidade não podem mais, em que deixam de estar dispostas a perder duas horas de vida por dia no trânsito. E nesse momento começa a regressar-se ao centro. Em Barcelona isso já foi resolvido e no Porto também será. A população vai regressar - não sei se daqui a cinco ou 15 anos, mas voltará.

O que já se fez em Barcelona? Fizemos, por exemplo, uma nova rede de autocarros. A que havia já era boa, mas melhorámos ainda mais. Vamos aumentar a frequência de circulação com uma simples alteração topológica dos itinerários. Estamos a trabalhar na implementação de um urbanismo em três planos: altura, superfície e subterrâneo. Os veículos podem - e devem - ocupar mais o subsolo para estacionamento. A verdade é que, neste momento, Barcelona já está a ganhar população de novo. Depois, procuramos optimizar o consumo de energia com medidas tão simples como procurar que as casas recebam sol durante o maior número de horas possível.

Que outras cidades estão abrangidas pelo projecto? Estamos a desenvolver projectos por toda a Europa. Em Espanha, além de Barcelona e arredores, trabalhamos com Madrid e Corunha, por exemplo. Em Portugal, com vários municípios do eixo atlântico: Porto, Vila Real, Bragança.

Como está Portugal neste capítulo de sustentabilidade? Chama a atenção, quando o avião se aproxima de terra, que olhes para onde olhes, vejas casas. Parece que dispararam casas do céu e elas caíram em todas as partes. É um modelo de cidade difusa, que não cria cidades, cria ajuntamentos urbanos. Em Portugal, este modelo [das cidades difusas] está implementado de uma maneira particularmente escandalosa. Em Espanha também, na verdade.

Mas há projectos no terreno... As soluções que se têm desenhado são pequenos tampões num depósito gigante a perder água por todo o lado. O que se tem feito é resolver problemas pontuais: se tenho um problema de resíduos, construo uma incineradora, se tenho problemas de circulação, amplio as estradas. Não chega.

De quem é a responsabilidade? É um pouco de todos. Dos políticos em primeiro lugar, claro, mas é uma decisão que muitas vezes nem no Governo do país está, diz respeito à Europa. A grande dificuldade é que é um projecto a longo prazo e os políticos não têm coragem de assumir esse compromisso. Perderiam eleições.

Que parte cabe ao cidadão? Cabe a parte de reivindicar a cidade para si, de reivindicar o direito de sair à rua sem medo de ser atropelado, de poder caminhar numa cidade com qualidade de ar, sem ruído excessivo. É preciso consciencializarem-se de que não podem circular por todo o lado e ainda ter tudo.

O que prevê que aconteça, caso este modelo de cidade se mantenha? Será insustentável. Gostaria de saber o que vai acontecer quando o barril de petróleo estiver outra vez a 200 euros, quando for um bem escasso... e nós continuarmos a depender dele. Em menos de 20 anos os recursos acabam. Agora, vivemos como se os recursos fossem infinitos, fazemos cidades como se a energia fosse infinita, como se a tecnologia resolvesse tudo. E olha-se para o PIB e parece que está tudo bem. Se se vendem mais carros, é possível que ele cresça. A ver se começamos a mudar mentalidades. Não é nada fácil. É que há pessoas que aqui [aponta para a cabeça] a única coisa que têm é um automóvel.

In Público

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Visita guiada: Halloween no Jardim Botânico

Repugnante, tenebroso e mortal: o que as plantas não querem que se saiba…
..uma visita guiada ao mundo obscuro das plantas para toda a família…

31 de Outubro, das 15h00 às 16h00

Preço: entrada no Jardim

FOTO: Datura candida (pers.) Stafford. Flores da trombeteira, Angel's trompet, no Jardim das Cebolas

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Seminário Património Científico: Instituto de Investigação Científica e Tropical

Na 5ª feira, dia 28 de Outubro, terá lugar mais uma sessão dos seminários dedicados ao património científico português. A oradora convidada é Ana Martins, investigadora do Instituto de Investigação Científica e Tropical, e a palestra terá como tema "As colecções de Arqueologia do Instituto de Investigação Científica e Tropical: contextos e percursos".

O local será, como é habitual, o anfiteatro Manuel Valadares do Museu de Ciência, pelas 18 horas.

Foto: Jardim Botânico Tropical

sábado, 23 de outubro de 2010

Arborização da Rua Borges Carneiro no OP

Começou no dia 1 do corrente a fase de votação do processo do Orçamento Participativo 2010-2011 (OP). A proposta apresentada pela Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB) - Arborização da Rua Borges Carneiro - foi selecionada. Lembramos que este projecto surgiu após um pedido de apoio de um grupo de moradores da Freguesia da Lapa, associados da LAJB.

Só os projectos mais votados serão integrados no orçamento municipal até ao valor de 5 milhões de euros, montante definido pela CML para afectar ao orçamento participativo.

Votação disponível em www.cm-lisboa.pt/op durante todo o mês de Outubro, mediante registo do participante. Assim, se ainda não o fez, faça o seu registo no site do OP para poder votar. Se preferir, poderá participar numa Assembleia de Voto, utilizar o Autocarro do OP ou um dos espaços municipais com acesso gratuito à Internet para votar. Veja como no site do OP. Para votar no projecto Arborização da Rua Borges Carneiro, seleccione "Espaço Público e Espaço Verde" em "Área" e "Lapa" em "Freguesia". A proposta da LAJB aparece sob a designação «Reperfilamento da Borges Carneiro incluindo arvoredo de alinhamento» (Número de Registo 795 ).


Pedimos o favor de divulgarem este projecto. PARTICIPEM! Votem no projecto da LAJB e ajudem-nos a arborizar uma rua de Lisboa!

Nota: a R. Borges Carneiro foi aberta em 1876 e desde essa data que se espera pela implementação de um projecto de arborização.

Foto: A "careca" R. Borges Carneiro em 1975 pelo fotógrafo Armando Serôdio

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

«Jardim Botânico é autónomo em água»

Infelizmente não é o nosso Jardim mas sim o da Universidade de Coimbra. Faz hoje um ano que foi anunciada a autonomia em matéria de água do Jardim Botânico de Coimbra. Um exemplo que devia ser seguido pela Universidade de Lisboa. O Jardim Botânico de Lisboa tem mina e cisternas mas não estão ainda a ser aproveitados. Mas será possível a implementação de um projecto idêntico ao de Coimbra no caso de se impermeabilizar os logradouros em redor do jardim como propõe o Plano de Pormenor do Parque Mayer e Jardim Botânico?
O Jardim Botânico de Coimbra tornou-se autónomo em água, ao introduzir um sistema de rega inteligente, que permitirá uma poupança de 30% nos custos de manutenção. O sistema está em funcionamento desde finais de Setembro.

O sistema de automatização de rega utiliza a água da mina do jardim e recorre a sensores para uma boa gestão e distribuição da água.

"Gastávamos com água 30 mil euros por ano, ou seja, um quarto do orçamento. Com esta solução deixamos de ter gastos com água", disse à agência Lusa a directora do Jardim, Helena Freitas. Até agora, toda a parte pública do jardim era alimentada com água da rede pública.

"Fizemos um furo junto à mina, ao qual podemos recorrer em alturas de maior necessidade", disse a responsável, referindo que a bombagem da água é feita directamente da mina para o jardim.

A antiga provedora do Ambiente de Coimbra espera que a solução encontrada para o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra "seja exemplo de boas práticas" para outros espaços públicos.

"Portugal é dos países da Europa que mais desperdiça água na rega - mais de 60 % - quer para práticas agrícolas quer no meio urbano", alertou a bióloga, lamentando que os portugueses "estejam habituados a ter água sempre disponível e como recurso abundante, negligenciando a sua gestão".

Sendo a água um elemento estruturante dos jardins, apostar em soluções tecnológicas sustentáveis "é absolutamente estratégico, particularmente nos jardins públicos, porque têm uma responsabilidade acrescida em matéria de sustentabilidade, devendo ser exemplares nas boas práticas", considera Helena Freitas.

O novo sistema de rega em funcionamento no Botânico de Coimbra resulta de um projecto desenvolvido no último ano por uma equipa multidisciplinar. Integra-se num projecto mais vasto, submetido ao programa Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), para a sustentabilidade energética do espaço, com recurso à biomassa que será produzida na mata do jardim.

"Os gastos com a água e a energia representavam metade do orçamento do Jardim e o objectivo é aproveitarmos a biomassa para produzirmos energia para o aquecimento das estufas, numa lógica de optimizar recursos e maximizar a eficiência energética", disse a directora. O projecto irá implicar "uma transformação profunda no conjunto de estufas e o reforço e modernização das infra-estruturas hidráulicas". in JN 20 Outubro 2009

Foto: Jardim Botânico de Coimbra no início do séc. XX. Autor anónimo
Nota: Um exemplo que já devia ter sido implementado pela UL no nosso Jardim Botânico e que prova que quando há vontade e interesse genuíno se podem resolver as maiores dificuldades.

Orçamento Participativo 2010/2011

Cara(o) cidadã(o),
Decorre até 31 de Outubro o período de votação do Orçamento Participativo 2010-2011. O Orçamento Participativo constitui o mais importante instrumento de participação dos munícipes de Lisboa no governo da sua cidade.

Na edição deste ano do Orçamento Participativo foi assumido como prioritária a introdução de mais mecanismos de participação, em especial de participação presencial.

Considerando os bons resultados alcançados com as Assembleias Participativas, vamos alargar os mecanismos de participação presencial à fase da votação, em curso até dia 31 de Outubro.

Assim, estamos a organizar quatro Assembleias de Voto onde todos os cidadãos podem exercer o seu direito de voto. Nestas Assembleias, estarão presentes funcionários credenciados da Câmara Municipal que ajudarão os cidadãos a aceder ao site do OP e a votar.
As Assembleias de Voto decorrerão nos seguintes dias e locais, entre as 10h e as 20h:

1ª Assembleia de Voto: 20 de Outubro
Junta de Freguesia de Benfica
Morada: Avenida Gomes Pereira, 17
Autocarros: 703, 724, 750 e 799

2ª Assembleia de Voto: 22 de Outubro
Junta de Freguesia de Santo Estêvão
Morada: Rua dos Remédios, 53, R/C
Autocarros: 735, 745 e 759

3ª Assembleia de Voto : 27 de Outubro
Junta de Freguesia de Santa Maria de Belém
Salão Gago Coutinho
Morada: Largo dos Jerónimos, 3, R/C
Autocarros: 28, 714, 729

4ª Assembleia de Voto: 29 de Outubro
Escola Eça de Queiroz
Morada: Rua Cidade de Benguela (aos Olivais)
Autocarro: 708

Agradecendo a vossa participação e divulgação,

Cumprimentos,
A Equipa OP 2010/2011

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Viveiros Tropicais de Kew Gardens

Behind the scenes

The nursery provides facilities for propagating, establishing and growing on plants from various habitats within the world’s tropical and subtropical regions. There are over 45,000 plants held here at any one time. The plants are produced to support the public conservatories for educational purposes and may by used for scientific purposes by visiting and Kew scientists.

The nursery covers an area of 6,500m2 and is divided into 21 climatic environments that are separately controlled and monitored by a ‘climatic computer’. These zones are collected under four units: Cacti and Succulents, Moist Tropics, Orchids, plus Temperate and Conservation Collections. The large wide-span complex is heated by nine gas-fired boilers, although not all are used together. The nursery is supplied with water filtered by a process called ‘reverse osmosis’ for irrigation and misting. The water is stored in a large tank potentially holding 60,000 gallons. It passes through an ultra-violet filter before being used.

Fifteen permanent staff work in the Tropical Nursery, supported by up to ten students, apprentices, trainees and 28 horticultural volunteers. Daily maintenance of the collections involves watering, feeding, re-potting plants, and monitoring plant health throughout the year. Then there are regular seasonal jobs. The giant waterlilies start their life here, before being planted out in the Waterlily House for the public to see. And Kew’s specimens of Titan arum (Amorphophallus titanum) rest dormant in the Nursery until they flower and are put on display for visitors to see and smell.


Foto: Costus woodsonii

sábado, 16 de outubro de 2010

Estufas de Exibição em Kew: Alpine House

The Davies Alpine House is the latest addition to Kew’s glasshouses. It opened in 2006, the first new glasshouse to be commissioned for two decades. It is located at the north end of the Rock Garden.

Historical information

There has been an Alpine House at Kew since 1887. The first house was built to a traditional design with brick foundations, wooden sides and a low-pitched glass roof. Potted plants stood on wooden platforms either side of a central path. This house was demolished and rebuilt to a longer wider design in 1939. A third Alpine House replaced it in 1981. With glass sides and roof, this was constructed using the state-of-the-art technology of the time. Its built-in systems were designed to control temperature, ventilation and moisture levels, while its pyramid shape reflected the mountain landscapes from which its inhabitants came.

Meeting the needs of alpine plants

In the wild, alpines spend the winter dormant. They remain dry and protected from extreme temperatures and the desiccating effect of cold winds by a blanket of snow. Spring arrives rapidly, with melting snow providing moisture for growth and exposing the plants to intense light. The short growing season means plants have to flower and set seed quickly. The Davies Alpine House was designed to create the cool, dry and windy conditions that alpine plants favour, without using energy-intensive air-conditioning and wind pumps. Its architects employed traditional practices and the latest technology to achieve this.

Although the glasshouse is only 16 metres long, its roof reaches ten metres high. This creates a stack effect that draws in cool air through permanent openings on either side and releases warm air through vents in the roof. Meanwhile, a fan blows air through a concrete labyrinth beneath the ground. The air cools on its convoluted journey and is released into the glasshouse through steel pipes. The panes of glass are 12mm thick and have a low iron content which allows over 90 per cent of light through. Meanwhile, fan-like shades on the east and west sides of the glasshouse protect plants from the most intense heat of the summer sun.

Behind the scenes

Kew’s Alpine House team has built up a large collection of plants over time. Ranging from cushion plants from high-mountain environments to colourful bulbs from the Mediterranean, these are nurtured in the Alpine Nursery by four permanent staff and a trainee. Only when plants come into bloom and are looking their best do they go on display in the Alpine House. All the plants are grown in pots, enabling staff to provide the soil and watering regime that best suits each species.

During hot summers in the old Alpine House the temperatures often exceeded 40°C. However, in the new glasshouse the temperatures generally remain below 32°C. According to Alpine House Keeper Richard Wilford, the plants used to look straggly from the reduced light after a two-week stint on display in the old Alpine House. Now, they thrive in the more favourable conditions and return to the Alpine Nursery looking as healthy as when they left.

Things to look out for

Throughout the year, the Davies Alpine House displays a wide range of campanulas, dianthus, small ferns, helichrysum, small lavenders, primulas, saxifrage, thymes, tulips and verbascums along with lesser-known species. One of the glasshouse’s rarest occupants is the Chilean Blue Crocus, Tecophilaea cyanocrocus. It has scented cobalt blue flowers with a white centre. Described in 1862, it was only known to grow in the range of hills surrounding Santiago, at about 3,000m. The plant was regarded as extinct in the wild from the 1950s onwards – due to unsustainable collecting by bulb dealers, overgrazing by cattle and localised habitat change – but was rediscovered in 2001 on private land south of Santiago.

Nota: inaugurada em 2006, esta belíssima estrutura é a última estufa de exibição construída em Kew. São estruturas desta qualidade e utilidade que a LAJB imagina no futuro para o nosso Jardim Botânico. Não aceitamos que se vá destruir a actual estufa do Jardim Botânico (obsoleta e degradada) para no lugar dela nascer uma "Galeria comercial". Afinal qual é a missão de um Jardim Botânico no séc. XXI?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Estufas de Exibição em Kew: Princess of Wales Conservatory

Princess of Wales Conservatory

The vast Princess of Wales Conservatory recreates ten climatic zones under one roof. Beneath its sloping glass roof, visitors can wander among Madagascan baobob trees, observe climbing vanilla orchids from Central America and watch carnivorous plants from Asia eating flies for lunch.

Historical information

The Princess of Wales Conservatory was commissioned in 1982 to replace a group of 26 smaller buildings that were falling into disrepair. It was named after Princess Augusta, founder of Kew, and opened in 1987 by Diana, Princess of Wales.

It is the most complex conservatory at Kew, containing ten computer-controlled climatic zones under one roof. The two main climate zones are the ‘dry tropics’, representing the world’s warm, arid areas, and the ‘wet tropics’, housing moisture loving plants from ecosystems such as rainforests and mangrove swamps. The eight remaining microclimates include a seasonally dry zone containing desert and savanna plants, plus sections for carnivorous plants, ferns and orchids.

Whereas the Palm and Temperate Houses make grand statements with their designs, the low-lying, angular ‘glazed hill’ of the Princess of Wales house is less obtrusive. The conservatory was designed by architect Gordon Wilson to be energy-efficient and easy to maintain and was built partly underground. The southern end is heated more by the sun than the northern end, so this is where visitors find towering spikes of echiums and silver agaves from dry tropical regions such as the arid Canary Islands. The central area contains an elevated aquaria, complete with waterlily pond and the dangling roots of mangroves, plus displays of orchids and carnivorous plants. At the northern end are species from the moist tropics, including banana, pineapple, pepper and ginger.

Things to look out for

The pond within the aquaria section contains the Asian form of the giant waterlily Euryale ferox. This plant has huge leaves that can span two metres and are strong enough to take the weight of baby without sinking. On the lower level, there are viewing windows so visitors can see the pond from a fish’s eye view. Close by are separate tanks containing a rhombeus piranha, poison-dart tree frogs and baby water dragons. These displays demonstrate how plants and animals interact in their natural tropical rainforest habitats. Towards the northern end of the glasshouse, are some familiar houseplants originating from the wet tropics. These include the African violet (Saintpaulia) and Swiss cheese plant (Monstera deliciosa). Once a year, the Princess of Wales glasshouse hosts a festival celebrating the beauty of tropical orchids. Kew’s orchid collection numbers some 1500 species, and staff working its micropropagation laboratory are becoming adept at bringing rare species back from the brink of extinction.

Behind the scenes

Keeping the Princess of Wales Conservatory’s plants in good shape requires much hard graft behind the scenes. Manager of the glasshouse Mike Marsh and his team clean out the pools in Spring, develop outdoor displays such as the Mediterranean Garden in Summer, top up the glasshouse’s soil and replant beds in Autumn, and prune plants throughout the winter.

Nota: Outro exemplo notável de Estufa de Exibição, neste caso num novo e moderno edifício inaugurado em 1987. O Jardim Botânico de Kew tem actualmente quatro estufas de exibição, sendo duas históricas erguidas no séc. XIX e as restantes construídas recentemente, esta em 1997 e a última em 2006 (Alpine House).

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Abertura do período de discussão pública do Plano de Pormenor

MUNICÍPIO DE LISBOA
Aviso n.º 20176/2010

Abertura do período de discussão pública do Plano de Pormenor
do Parque Mayer

Torna -se público, nos termos dos artigos 77.º, n.º 3 do Decreto -Lei n.º 380/99 de 22/9 e do artigo 91.º da Lei n.º 169/99 de 18/9 (Lei das Autarquias Locais), que a Câmara Municipal de Lisboa, em Reunião de Câmara de 8 de Setembro de 2010, de acordo com a Proposta n.º 449/2010, deliberou proceder à abertura de um período de discussão pública da Proposta do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por 22 dias, com 1 sessão pública.

Torna -se ainda público, nos termos do artigo 77.º, n.º 3 do Decreto -Lei n.º 380/99 de 22/9, que iniciar -se -á no 8.º dia, após publicação do presente Aviso no Diário da República, 2.ª série, nos termos do artigo 148.º n.º 4, alínea a) do citado diploma, um período de 22 dias para os interessados, poderem apresentar as suas reclamações, observações ou sugestões.

Os interessados poderão consultar a Proposta de Plano e demais documentação que consubstanciou o período de acompanhamento, bem como os locais, dias e horas onde terão lugar as sessões públicas no site de Urbanismo da CML, na Secção Planeamento Urbano (http://ulisses.cm-lisboa.pt) ou nos locais a seguir identificados:

Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL) sito no Picoas Plaza,
na Rua do Viriato, n.º 13 a n.º 17;

Gabinete de Relações Públicas da Direcção Municipal de Gestão Urbanística,
sito Edifício Central da CML, no Campo Grande, n.º 25, 3.º F;
Junta de Freguesia de S. Mamede, sita no Largo de S. Mamede,
n.º 7,1250 -236 Lisboa;

Junta de Freguesia de S. José, sita na Calçada do Moinho do Vento,
n.º 3,1169-114 Lisboa.

A formulação de reclamações, observações ou sugestões, deverão
ser feitas por escrito, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal
de Lisboa, utilizando para o efeito, o impresso próprio que pode ser
obtido nos locais acima referidos ou no site de Urbanismo da CML
(http://ulisses.cm -lisboa.pt).

Lisboa, 15 de Setembro de 2010.
O Director de Departamento,

Paulo Prazeres Pais

(Subdelegação de competências — Despacho n.º 85/P/2010.
Publicado no 1.º Suplemento ao BM n.º 838 de 11/3/2010).

Estufas de Exibição em Kew: Temperate House

Historical information

Kew director Sir William Hooker commissioned Decimus Burton to begin work on the glasshouse in 1859. With voracious Victorian collectors bringing back ever more species from around the globe, Kew needed somewhere to house its growing collection of semi-hardy and temperate plants. The Temperate House was officially opened, unfinished, in 1863. Because costs had soared during construction, it was not completed for another four decades.

Today, Kew’s Temperate House is arranged according to Decimus Burton’s original plan. The South Wing and Octagon are home to African plants, the main rectangular hall hosts sub-tropical trees and palms, while the North Wing and Octagon contain temperate plants from Australia, New Zealand, Asia and the Pacific. A boiler in the nearby Stable Yard helps keep the temperature to a minimum 10°C all year round. The sun provides a little extra warmth for the heat-loving South African plants at the southern end of the glasshouse.

Things to look out for

Many of the plants growing in the Temperate House are useful to us. There is a collection of fruit-yielding citrus plants that includes lemon and lime, a tea bush (Camellia sinensis) from which the nation’s favourite brew is made and a specimen of Cinchona which is used as a treatment for malaria. The traditional African Hut located at the southern end of Temperate House shows how indigenous people put local plants to use as building materials.

The sheer size of the Temperate House has made it the final resting place for many plants that have outgrown other parts of the Gardens at Kew. The largest of these is the Chilean Wine Palm, Jubaea chilensis. When it was last measured in 1985, it was 17.6 metres (58 feet) high and is still slowly growing today. It was raised, two decades before the Temperate House was built, from a seed brought to Kew from Chile. The wine palm’s seeds are edible, its sap is used as a sweetener and its leaves make an excellent roofing thatch.

Plants on the verge of extinction

Some plants on display are endangered island species being propagated for reintroduction to their native lands. Among these is the St Helena ebony tree (Trochetiopsis ebenus). By 1980 only two specimens were left in the wild, clinging to a steep rock face on the island. Cuttings from these came to Kew for propagation. Several thousand plants have since been reintroduced at six sites on the island. Kew scientists are now helping islanders develop protocols for propagating other rare plants. You can find out how Kew save plants under threat at the Millennium Seed Bank.

Conservation and restoration

When Decimus Burton designed the Temperate House he chose the best materials available to him at the time. Nonetheless, by the early 1970s the glasshouse was in a sorry state. It had suffered structural damage during the last war. A survey of the structure in 1972 revealed corroding wrought iron and disintegrating masonry. Workmen spent three and a half years renovating the glasshouse. Because the building is Grade I listed, they had to retain its architectural integrity. Modern aluminium glazing bars replaced timber sashes, a teak annex added in 1952 was dismantled and a new boiler house in the nearby Stable Yard replaced the original one installed beneath the glasshouse.

Nota: Mais um belíssimo exemplo de uma "Estufa de Exibição", neste caso concreto para plantas de Clima Temperado. O nosso Jardim Botânico precisa de estufas de exibição para cumprir em plenitude a sua missão.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Câmara Municipal de Lisboa lava as mãos do PDM

É a última machadada no PDM. A partir de agora, Lisboa está vendida aos interesses dos privados. A história é longa e feia. Primeiro, Pedro Santana Lopes alterou o PDM com a criação dos Planos de Pormenor Simplificados. Agora, chegou a vez do Arq. Manuel Salgado que veio reforçar pelas alterações que introduziu, a intervenção directa dos privados nos Planos de Urbanização e de Pormenor, permitindo que aqueles possam alterar o próprio planeamento a seu belo prazer. É assim que é possível construir a torre Normam Foster, impermeabilizar os logradouros, construir edifícios de quatro andares dentro do Jardim Botânico, pervertendo o conceito inicial dos Planos de Pormenor. Segundo reza a história, estes foram criados com a intenção de tornarem mais rigorosas as intervenções urbanísticas em certas áreas da cidade, nomeadamente nas zonas históricas, com medidas ainda mais restritivas que as contempladas no PDM. Mas o que verificamos, é que progressivamente estes Planos de Pormenor vieram facilitar e permitir que as regras anteriores fossem esquecidas. É o que se constata com estas novas alterações propostas para o PDM. Por outro lado, entidades públicas que existem para defender o bem comum, como a CCDR e o IGESPAR, criaram um neologismo que dá pelo nome de nim, talvez esperando, que um D. Sebastião qualquer, possa tornar claros os seus plúmbeos e gelatinosos pareceres. Na brilhante e lúcida entrevista que o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles deu ao jornal "Público" de 10 de Outubro, o coordenador do Plano Verde para Lisboa, vem exactamente pôr o dedo na ferida, desafiando esta situação calamitosa. A partir de agora os privados são os donos de Lisboa!?

A Liga dos Amigos do Jardim Botânico, vem reafirmar que lutará até ao fim pela salvaguarda do Jardim Botânico e da sua missão, que tudo fará para denunciar esta fraude urbanística, que a soldo de uma cobertura legal, tem saqueado a cidade de Lisboa, privado os seus cidadãos do direito a uma vida com qualidade e que, ao contrário da afirmação feita pelo Arq. Manuel Salgado, se orientará sempre pelo lema "se formos muito exigentes reabilitamos bem".
Os que quiserem juntar-se a nós serão bem vindos.

domingo, 10 de outubro de 2010

«Faltam 30 milhões de euros para um novo museu de ciência em Lisboa»

A Universidade de Lisboa vai fazer 100 anos em 2011 e quer recuperar a sua história e valorizar o património. O programa das comemorações é anunciado amanhãA Universidade de Lisboa (UL) quer criar um importante pólo museológico, reunindo grande parte das suas colecções científicas, no que são hoje os Museus da Politécnica. O centenário da universidade - que se assinala em 2011, mas cujo programa de comemorações é anunciado oficialmente amanhã, na abertura do ano académico - seria o momento ideal para lançar esse projecto. Para o concretizar falta essencialmente uma coisa, segundo o reitor António Sampaio da Nóvoa: trinta milhões de euros para o investimento inicial.

Cem anos é uma idade respeitável, e a UL quer aproveitá-la para recuperar muito da sua história e da sua memória na cidade. "Queremos mostrar como a Universidade esteve ligada à cidade desde o século XIII. Há um património vastíssimo do ponto de vista dos edifícios, que as pessoas conhecem mal", explica António Nóvoa. Neste momento está já a fazer-se o registo deste património e a planear-se percursos pela cidade para o quem quiser conhecer melhor.

Para além dos edifícios, existem as colecções, que também estão a ser inventariadas. "Gostaríamos de publicar um livro sobre elas e aproveitar este balanço para revalorizar a dimensão museológica da Universidade e conseguir construir pelo menos um grande pólo museológico nos actuais Museus da Politécnica, e um segundo pólo mais centrado nas questões da saúde no edifício histórico do Instituto Bacteriológico Câmara Pestana", diz Nóvoa.

A discussão sobre o projecto já foi lançada - e tem estado rodeada de alguma polémica. O reitor pediu um parecer a um grupo internacional de peritos presidido por Rosalia Vargas, presidente da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, e uma das recomendações foi a de fundir os dois principais museus da Politécnica, sob o nome de Museu Nacional de História Natural. Uma hipótese que implicaria o "desaparecimento" do actual Museu da Ciência com este nome e a integração das suas colecções no novo museu.

Apresentado no final de Junho numa sessão pública, o relatório foi alvo de muitas críticas por parte de pessoas ligadas à comunidade museológica e científica, que viam com preocupação essa diluição do Museu da Ciência. António Nóvoa prefere salientar os pontos mais consensuais. "O debate foi muito conclusivo em relação à necessidade de requalificação de todo aquele espaço." Até porque, sublinha, "a situação que se vive actualmente [nos Museus da Politécnica] é impensável, quase do domínio do degradante."

"Ter um olhar nacional"

É preciso melhorar, portanto. "Criou-se um movimento genuíno para a requalificação daquele espaço e isso é muito importante porque havia gente, dentro e fora da universidade, com uma atitude muito conservadora. O discurso de que é preciso proteger é muito importante, mas a protecção sem alternativas leva à decadência. Se não se fizer nada as coisas vão desaparecendo e um dia alguém fecha a porta porque já não há nada para proteger."

Mas, como reitor da UL, é sensível às preocupações manifestadas em relação ao futuro do Museu da Ciência? "Sou extraordinariamente sensível a isso, mas julgo que temos que ser inteligentes e audazes. Todos reconhecemos que Portugal tem museus a mais. Acho que a Universidade não deve reproduzir essa lógica. Temos que perceber como é que se consegue preservar o trabalho de grande qualidade que se faz no Museu da Ciência. Mas sabemos que há outras universidades que também têm planos para fazer museus da Ciência e da Técnica. Temos que olhar para isto do ponto de vista do país e não dos interesses locais. Um dos problemas de Portugal - e isto é verdade para os museus como para as universidades - é que temos um olhar muito local." Aponta para uma cadeira vazia à sua frente. "Achamos que esta cadeira é muito importante e que temos que a preservar e depois desconhecemos que há duas mil cadeiras destas espalhadas pelo país. A preservação e divulgação das colecções têm que ter um contexto nacional."

Uma segunda conclusão do debate, na leitura do reitor, foi a de que "é preciso haver um projecto integrado para aquele espaço". Ou seja, "a ideia de que há um Museu de História Natural e um Museu da Ciência e um Jardim Botânico e mais um museu disto e daquilo, é impensável. A certa altura é uma coisa completamente balcanizada, que não tem leitura para o visitante, não tem capacidade de gestão integrada e sobretudo não tem nenhuma contemporaneidade do ponto de vista do que é um projecto museológico."

Por fim, parece ser pacífica a ideia de que é importante que aquele espaço se abra à cidade. A Câmara Municipal de Lisboa lançou um concurso de ideias para a zona que vai do Parque Mayer, junto à Avenida da Liberdade, até à Rua da Escola Politécnica, e a proposta vencedora foi do arquitecto Manuel Aires Mateus. Até que ponto os planos para o pólo museológico da UL estão dependentes de este projecto avançar ou não?

O projecto "não intervém" directamente sobre o património da Universidade (Museus da Politécnica e vários outros edifícios que os rodeiam), explica o reitor. Com duas pequenas excepções: "a requalificação das casotas que existem à volta do Picadeiro, mas que correspondem a um espaço mínimo", e "a possibilidade de, no prolongamento da alameda das palmeiras, fazer um edifício que crie uma ligação com o parque de estacionamento em baixo". Esta última solução ajudaria a resolver aquele que é um dos principais problemas dos Museus da Politécnica: os acessos.

Mas se para todas estas questões em aberto - e que deverão ser resolvidas por uma comissão instaladora a criar em breve - António Nóvoa acredita que serão encontradas soluções relativamente consensuais, há um outro problema que o reitor considera o mais complicado: a falta de dinheiro. "O grande problema vai ser arranjar os fundos para investir a sério naquele espaço."

Para manter os museus a funcionar como estão actualmente - num "estado de sobrevivência" - a UL gasta anualmente três milhões de euros. "É uma verba que, para um orçamento como o nosso, é muito significativa. Retiramos um bocadinho a Direito, outro a Medicina, outro a Letras... Não temos tido apoio de ninguém. O Jardim Botânico custa fortunas em água e nunca tivemos qualquer apoio. Estamos sozinhos nesta batalha."

Apesar disso, Nóvoa acredita que a UL poderá continuar a dispor dessa soma todos os anos e que ela será suficiente para assegurar o funcionamento do novo museu, juntamente com algumas receitas próprias que este viesse a gerar e uma ou outra loja que abrisse no local. Mas deixa uma crítica: "Há uma forma de financiamento das universidades em Portugal que não considera o património nem os museus, contrariamente ao que acontece em países como o Reino Unido. E isso obviamente penaliza as universidades mais antigas, em primeiro lugar Coimbra, com todo o património histórico que tem que cuidar, mas também a UL."

Quanto aos trinta milhões, a Universidade põe a hipótese de "recorrer a empréstimos, associar outras entidades, fundações, a câmara municipal, o Governo, e ir buscar alguns fundos europeus, embora isso seja muito difícil no caso de Lisboa". Mas "tudo isto é curto", lamenta o reitor. "O plano de sustentabilidade de um museu a sério consegue-se. O nosso grande problema é onde vamos encontrar os trinta milhões." in Público, 10-10-2010

Estufas de Exibição em Kew: Palm House

Experts consider Kew’s Palm House as the most important surviving Victorian iron and glass structure in the world. It was designed to accommodate the exotic palms being collected and introduced to Europe in early Victorian times. The project was pioneering, as it was the first time engineers had used wrought iron to span such large widths without supporting columns. This technique was borrowed from the shipbuilding industry; from a distance the glasshouse resembles an upturned hull. The result was a vast, light, lofty space that could easily accommodate the crowns of large palms.

Heating was an important element of the glasshouse’s design, as tropical palms need a warm, moist environment to thrive. Originally, basement boilers sent heat into the glasshouse via water pipes running beneath iron gratings in the floor. A tunnel ran between the Palm House and the Italianate Campanile smoke stack that stands beside Victoria Gate. This 150-metres-long (490 ft) passage served the dual purpose of carrying away sooty fumes to be released from the chimney and enabling coal to be brought to the boilers by underground railway. Today, the glasshouse is heated using gas and the tunnel houses Palm House Keeper Wesley Shaw’s office.

Originally, palms, cycads and climbers were planted in large teak tubs or clay pots that sat atop benches above the iron gratings. However, in 1860, two large central beds were dug and the tallest palms planted in them. Subsequently, most of the glasshouse’s plants were dug into beds to form a miniature indoor tropical rainforest. Today, the tallest palms that need the most room are located beneath the central dome. These include the peach palm (Bactris gasipaes), babassu (Attalea speciosa), queen palm (Syagrus romanzoffiana) and the coconut palm (Cocos nucifera).

Conservation and restoration

The Palm House was first restored between 1955 and 1957 when its glazing bars were cleaned and the entire house re-glazed. At this time the boilers were converted to oil and moved close to the Italianate Campanile. Between 1984 and 1988 a more comprehensive overhaul was undertaken. The Palm House was emptied for the first time in its history, with most plants moved to other glasshouses. Those that were too large were cut down and used to make specimens for the Herbarium and Museum. Under direction of the Property Services Agency, the Grade I Listed building was completely dismantled, restored and rebuilt. Ten miles of replica glazing bars made of stainless steel were put in place to hold new panes of toughened safety glass. The restoration took as long to finish as the glasshouse took to build.

Things to look out for

Highlights in the South Wing, which contains plants from Africa and the Indian Ocean Islands, include the African oil palm (Elaeis guineensis) the most important oil-producing plantation palm in the Tropics and the rare triangle palm (Dypsis decaryi) from Madagascar.

The main central section houses plants from the Americas, including many economically important species. You’ll find cocoa, rubber, banana and papaya plants growing here alongside the Mexican yam (Dioscorea macrostachya) which was used to develop the contraceptive pill. The North Wing showcases plants from Asia, Australasia and the Pacific, the region that contains the world’s greatest diversity of palms. Here you’ll find climbing palms called rattans from which cane furniture is made. Also, there are several Asian fruit trees including mango, starfruit, breadfruit and jackfruit.

Marine Display

Housed, in the basement of the Palm House, the display recreates four major marine habitats, emphasising the importance of marine plants.

Nota: O Jardim Botânico de Kew em Londres, líder na sua área e classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade tem quatro estufas de exibição sendo a Palm House a mais antiga.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

«Ribeiro Telles indignado com proposta que abre caminho à construção em logradouros»

«Proposta socialista de revisão do PDM de Lisboa contraria acordo pré-eleitoral do PS com José Sá Fernandes, selado há um ano para as últimas autárquicas

O arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles mostrou-se ontem indignado com a medida do PS para autorizar a construção em logradouros, proposta na revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa. "É uma anedota em termos de planeamento", reagiu Ribeiro Telles na entrevista a publicar na edição do PÚBLICO do próximo domingo. A proposta socialista foi detalhada na última reunião de câmara, anteontem, e a questão dos logradouros foi um dos alvos de toda a oposição representada no executivo liderado por António Costa - e até o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, se mostrou preocupado.

Lançar uma campanha de recuperação dos logradouros - via associações de proprietários, com incentivos financeiros de apoio técnico dado pelo município -, foi precisamente uma das condições do acordo pré-eleitoral de Sá Fernandes com os socialistas que governam Lisboa, e cujas listas acabou por integrar, na qualidade de independente. Além disso, Ribeiro Telles é a principal figura da associação de apoiantes de Sá Fernandes, a Lisboa é Muita Gente. Recentemente homenageado com a Medalha de Mérito Municipal, grau ouro, o arquitecto paisagista não assistiu à discussão camarária sobre a revisão do PDM, mas disse, depois de informado sobre a proposta, tratar-se de uma "medida gratuita, a favor da especulação urbana".

"Segundo percebi - prossegue, referindo-se ao documento a que depois teve acesso e ao que lhe foi transmitido -, logradouros são as tapadas, são os quintais, são as cercas conventuais e são as quintas de recreio - aquelas todas do Paço do Lumiar que são do século XVI e XVII. Se isso tudo é logradouro, evidentemente que é um desastre para a cidade de Lisboa. Quer cultural quer ambiental." Criticou ainda a imprecisão de vários conceitos usados na proposta de revisão, como o de superfície verde: "Ervas sobre betão são superfícies verdes." " [Isso] não é de uma cidade do século XXI e do sistema natural de uma cidade do século XXI", acrescentou. "É encapotar para as pessoas não perceberem bem o que é. Uma árvore vai buscar água às camadas inferiores e as raízes são a forma que tem de se sustentar. Acho bem que, depois de todas as árvores caírem em cima de automóveis e de pessoas, a câmara seja responsabilizada."

Às dúvidas colocadas em relação à proposta de autorizar mais construção nos logradouros - algo que actualmente se faz com muitas restrições (no máximo, 20 por cento da área total) -, respondeu na reunião o vereador Manuel Salgado, vice-presidente do executivo, responsável pelo Urbanismo e coordenador da revisão do PDM. Invocou a necessidade de criar mais estacionamento em Lisboa - nomeadamente nos logradouros -, sob pena de os promotores imobiliários desistirem de reabilitar os prédios antigos. E referiu também o facto de parte dos logradouros já estar ocupada com construção clandestina, que viola a regra dos 20 por cento da área total, actualmente em vigor.

O programa eleitoral do presidente, António Costa, não menciona os logradouros. Diz, no entanto, que Lisboa necessita de aumentar a quantidade de solo permeável e o coberto vegetal. Nesse sentido, promete, entre outras coisas, "promover um programa de fomento de agricultura urbana".

Ribeiro Telles destaca as mesmas necessidades. "Lisboa precisa de locais permeáveis. Diminuir essa área na cidade - potencialmente, uma estrutura verde consistente - é mau em qualquer logradouro", afirma o homem que coordenou o Plano Verde para Lisboa, que está, aliás, em exposição no antigo Mercado de Santa Clara.» in Público, 8 de Outubro de 2010

Nota: Também nós na LAJB estamos indignados!

Foto: Rua Nova de S. Mamede. Atrás destes prédios de habitação existem logradouros arborizados que confinam directamnete com o Jardim Botânico. O que o novo PDM propõe é um crime urbanístico e uma chocante cedência aos maus hábitos de mobilidade instalados em Lisboa. A CML não deve planear a cidade em função do que os promotores - e especuladores - imobiliários desejam mas sim defender o bem comum, salvaguardar um ambiente melhor para as futuras gerações!

Ciclo de Palestras «Jardins e Sociedade»

O Ciclo de Palestras "Jardins e Sociedade" que prossegue no próximo sábado, dia 09 de Outubro de 2010, com a presença da Arq. Paisagista Ana Luísa Soares e a Eng.ª Conceição Colaço (Instituto Superior de Agronomia), às 15 horas, na Quinta da Memória – Paços do Concelho, Odivelas:

Jardins Urbanos, sua importância e ligação com a sociedade

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

«Oposição teme que novo PDM retire protecção à Lisboa antiga»

Mais construção e demolições nas zonas históricas alvo de críticas. "Se formos muito exigentes não reabilitamos nada", responde Salgado

Efectuar demolições ou construir prédios mais altos na zona antiga de Lisboa ficará mais fácil com o novo Plano Director Municipal (PDM), alertam vários vereadores da oposição que ontem ficaram a conhecer a proposta de revisão do PDM da maioria socialista liderada por António Costa. "A proposta de novo plano director apresenta como um dos critérios válidos para demolição de um edifício o facto de ele ser economicamente inviável", explica o vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro. "Com as rendas baixas que existem nas zonas históricas, isto constitui um autêntico terramoto."Em causa está a o conceito de zona histórica que existe no PDM ainda em vigor para os bairros antigos, restringindo o aumento do volume de construção e as demolições. No documento ontem apresentado e discutido na câmara, esta designação é alargada a toda a cidade, mas as restrições são em parte banidas. Nalguns casos passa a ser possível subir a altura dos prédios existentes em obras de reabilitação e também aumentar profundidade das empenas (distância entre a fachada e a parede das traseiras) dos actuais 15 para 17 metros.

Igualmente criticada, quer pelo CDS-PP quer pelo vereador José Sá Fernandes, independente da lista de António Costa, é a possibilidade de construção nos logradouros - quintais e outros terrenos habitualmente situados nas traseiras dos prédios. O actual PDM limita a construção nestes locais a 20 por cento da área total, de forma a permitir a infiltração das águas da chuva no solo. A maioria que governa a autarquia defende a compactação da cidade mas esta "tem de ser mais regulamentada e bem pensada", alertou o comunista Ruben de Carvalho. "Senão, pode ter efeitos dramáticos." António Carlos Monteiro diz que existe o risco de acabar com os quintais e de impermeabilizar por completo a cidade.

As críticas relativas ao aumento de construção estendem-se ao sistema de créditos engendrado pelo executivo para promover a reabilitação urbana. Quem reabilitar um prédio e nele incluir habitação a custos controlados fica com créditos de edificabilidade para construir naquele ou noutra zona da cidade - créditos de construção que pode usar ou mesmo vender. Para Ruben de Carvalho, trata-se de uma medida que "apenas tem no horizonte o grande construtor". A vereadora do PSD Mafalda Magalhães de Barros, tem opinião idêntica: "Os incentivos preconizados são incompreensíveis ou nulos para o pequeno proprietário urbano que queira recuperar o seu edificado, embora favoreçam os grandes promotores imobiliários com projectos de construção nas zonas a consolidar." "De que servem os mencionados bónus de edificabilidade a um pequeno proprietário descapitalizado da Mouraria, de Alfama ou de outro qualquer bairro histórico?", questionou. Manuel Salgado, subscritor da proposta, respondeu: "O sistema pode fazer baixar as rendas.

"Quanto ao aumento da construção e à ocupação de logradouros, Salgado falou da necessidade de conciliar interesses divergentes: "Já ninguém quer fazer habitação sem estacionamento. E se formos muito exigentes com a pedrinha e com o azulejo não conseguimos reabilitar nada." Daí a possibilidade, também prevista nesta revisão do PDM, de mudar os velhos chafarizes de local. Uma ideia que deixou atónita Mafalda Magalhães de Barros, mas cujos efeitos Manuel Salgado desvalorizou. António Carlos Monteiro acredita que os socialistas vão ainda negociar alterações ao documento com as restantes forças políticas: "O plano só passa na assembleia municipal se tiver a maioria dos votos. E eles sabem disso."

in Público com Lusa

Foto: Logradouro arborizado no Chiado. Interiores de época e quintais serão espécies ameaçadas se esta visão mercantilista para o novo PDM for aprovada.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Exposição de Bonsai: 9 e 10 de Outubro

Exemplares da Associação Lusitana de Bonsai

9 de Outubro de 2010: 12:00 - 19:30
10 de Outubro de 2010: 10:00 - 17:00

Sessões de esclarecimento das 15h às 16h
Local: Palmário do Jardim Botânico
Rua da Escola Politécnica, 58

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Orçamento Participativo 2011: VOTE na proposta da LAJB!

No dia em que celebramos o Centenário da República, sugerimos que aproveite o simbolismo da data para votar no projecto apresentado pela LAJB, e Associação Lisboa Verde, para o Orçamento Participativo 2011: Arborização da Rua Borges Carneiro

Área: Espaço Público e Espaço Verde
Título: Reperfilamento da Borges carneiro incluindo arvoredo de alinhamento.
Prazo de execução: 24 meses
Local: Freguesia da Lapa
Custo: 1.000.000 €
Nº de Propostas: 1
Proposta(s): (795) Arborização da Rua Borges Carneiro

Para votar visite o sítio oficial do OP: www.cm-lisboa.pt/op


Foto: A nossa visão? Jacarandás na Rua Borges Carneiro!

domingo, 3 de outubro de 2010

Que Jardim Botânico queremos para Lisboa?

Realizou-se no passado dia 25 de Setembro, no âmbito das Jornadas Europeias do Património 2010, uma visita guiada e debate no Jardim Botânico da Escola Politécnica de Lisboa sob a organização da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (APAP) e Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB), contando com a presença de cerca 100 pessoas, incluindo três Deputados Municipais - Partido Comunista Português, Partido os Verdes e Movimento Cidadãos por Lisboa.

Estiveram também presentes representantes de várias ONG (Quercus, Associação Árvores de Portugal, Associação Lisboa Verde, Fórum Cidadania Lx), empresas ligadas ao ordenamento do território e ambiente (Quaternaire Portugal), e Jornalistas.

O evento visou chamar a atenção, quer para o interesse cultural e histórico do Jardim, bem como debater o Jardim Botânico do Futuro. Ao longo do debate, moderado por Luísa Schimdt, e, onde foram oradores, Gonçalo Ribeiro Telles e Manuela Raposo Magalhães, houve diversas intervenções sobre o Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e envolvente, as quais suscitaram diversas questões e dúvidas quanto às consequências ecológicas e sociais da proposta, que entrará em discussão pública durante o mês de Outubro – destacando-se como mais problemáticas a drenagem hídrica e atmosférica, que exigem aprofundamento urgente, mediante estudos rigorosos e independentes, com vista à preservação do Jardim Botânico e da sua biodiversidade, bem como aos impactos negativos que o actual Plano de Pormenor terá na geografia humana da zona envolvente.

A Direcção da LAJB

3 de Outubro de 2010

Fotos: Visita guiada ao Jardim Botânico no dia 29 de Setembro

O Debate “Jardim Botânico do Futuro” – Mais uma Requalificação Para Pior?

No segui­mento dos tex­tos rela­ti­vos às “Jor­na­das Euro­peias do Patri­mó­nio 2010″, e depois de ter­mos dado conta de como cor­reu a visita ao Jar­dim Botâ­nico da Uni­ver­si­dade de Lis­boa (JBUL), no pas­sado dia 25, apre­sen­ta­mos aqui algu­mas notas sobre o debate que lhe sucedeu. Este debate, orga­ni­zado pela Liga dos Ami­gos do Jar­dim Botâ­nico (LAJB) e pela Asso­ci­a­ção Por­tu­guesa de Arqui­tec­tos Pai­sa­gis­tas (APAP), visava apre­sen­tar alguns dos pro­ble­mas que, actu­al­mente, afec­tam o JB, bem como aque­les que pode­rão vir a pre­ju­di­car gra­ve­mente este espaço se a actual pro­posta do Plano de Por­me­nor do Par­que Mayer (PPPM) for aprovada.

A mesa teve como mode­ra­dora a Dr.ª Luísa Sch­midt (Ins­ti­tuto de Ciên­cias Soci­ais da Uni­ver­si­dade de Lis­boa) e con­tou com apre­sen­ta­ções do Arqt.º Gon­çalo Ribeiro Tel­les, da Arqt.ª Manu­ela Raposo Maga­lhães (Cen­tro de Estu­dos de Arqui­tec­tura Pai­sa­gista “Pro­fes­sor Cal­deira Cabral – Ins­ti­tuto Supe­rior de Agro­no­mia) e da Dr.ª Manu­ela Cor­reia (pre­si­dente da LAJB), bem como com a pre­sença da Arqt.ª Mar­ga­rida Sá Abreu (pre­si­dente da APAP).

As apre­sen­ta­ções mos­tra­ram de que forma o PPPM irá pre­ju­di­car o jar­dim. Os prin­ci­pais pro­ble­mas relacionam-se com a cir­cu­la­ção do ar na encosta (e con­se­quente alte­ra­ção da termo regu­la­ção), com as dre­na­gens sub­ter­râ­nea e super­fi­cial de águas plu­vi­ais e com toda a hidro­ge­o­lo­gia da zona. Foi, inclu­si­va­mente, feita a apre­ci­a­ção do estudo hidro­ge­o­ló­gico cons­tante da Ava­li­a­ção de Impacto, o qual foi con­si­de­rado mani­fes­ta­mente incom­pleto e insu­fi­ci­ente. Refira-se que o dito estudo, no que refere à real aná­lise da área, ape­nas lhe dedica menos de duas pági­nas, reme­tendo para outros estu­dos ante­ri­o­res, tam­bém eles inconclusivos.

O PPPM deverá entrar em dis­cus­são pública a qual­quer momento. Embora, apa­ren­te­mente, este plano não pre­veja a cons­tru­ção de pré­dios com altura supe­rior à cerca pom­ba­lina do jar­dim, estes deve­rão ficar con­tí­guos a esta e pos­sui­rão esta­ci­o­na­men­tos com três anda­res sub­ter­râ­neos. Para além disso, prevê-se a ocu­pa­ção e/ou des­trui­ção de algu­mas áreas e equi­pa­men­tos do JB, como por exem­plo o viveiro. Aguarda-se, ainda, que a ver­são defi­ni­tiva do plano seja dis­po­ni­bi­li­zada pela Câmara Muni­ci­pal de Lis­boa (CML).

A LAJB acres­centa que o jar­dim ficará iso­lado do con­ti­nuum verde da cidade, lamen­tando que o Rei­tor da Uni­ver­si­dade de Lis­boa (UL), ao dar o seu apoio a este plano, “tenha mani­fes­tado uma ati­tude tão ultra­pas­sada e afas­tada da ciência”.

Sublinhe-se que este debate tam­bém se des­ta­cou por algu­mas ilus­tres ausên­cias ou silên­cios, uma vez que várias per­so­na­li­da­des tinham sido con­vi­da­das a par­ti­ci­par e dar o seu con­tri­buto. Entre elas, contam-se a CML [estiveram presentes três Deputados Municipais: Partido Comunista Português, Partido os Verdes e Movimento Cidadãos por Lisboa], suces­si­vos direc­to­res do JB, a UL, repre­sen­tan­tes do poder polí­tico e de órgãos públi­cos. Tam­bém a comu­ni­ca­ção social, mais uma vez, pri­mou pela ausência [esteve presente um jornalista da RTP].

Final­mente, refira-se o jar­dim está pro­posto para clas­si­fi­ca­ção como Monu­mento Naci­o­nal há cerca de 40 anos, con­ti­nu­ando à espera de pare­cer do IGESPAR (e das ins­ti­tui­ções que o precederam).

A Asso­ci­a­ção Árvo­res de Por­tu­gal apoia e tem cola­bo­rado, na medida do pos­sí­vel, nos esfor­ços que estão a ser fei­tos para pre­ser­var e melho­rar sig­ni­fi­ca­ti­va­mente as con­di­ções do JBUL. Pre­ten­de­mos que o jar­dim possa con­ti­nuar a ser um local de grande diver­si­dade bio­ló­gica de valor incal­cu­lá­vel e carac­te­rís­ti­cas únicas, um monu­mento his­tó­rico incon­tor­ná­vel e um espaço de bem-estar e fac­tor de qua­li­dade de vida, não só dos lis­bo­e­tas, mas tam­bém de todos aque­les que o visitam.

Miguel Rodrigues

«Uma Outra Visão do Jardim Botânico»

Tal como anun­ci­ado, no pas­sado Sábado decor­reu uma visita ao Jar­dim Botâ­nico da Uni­ver­si­dade de Lis­boa (JBUL), orga­ni­zada pela Liga dos Ami­gos do Jar­dim Botâ­nico (LAJB) e pela Asso­ci­a­ção Por­tu­guesa de Arqui­tec­tos Pai­sa­gis­tas (APAP).

Esta visita foi apre­sen­tada pela Dr.ª Manu­ela Cor­reia, pre­si­dente da LAJB e teve como guias a Dr.ª Ale­xan­dra Escu­deiro, coor­de­na­dora do ser­viço de exten­são peda­gó­gica do JB, e pela Arqt.ª Aurora Cara­pi­nha, da APAP.

Não se tra­tou de ape­nas mais uma visita ao JB. Foi sim, um momento para apren­der mais sobre este espaço e para ficar a conhe­cer a sua, por vezes e para alguns, insus­peita impor­tân­cia e rele­vân­cia, não só para as espé­cies botâ­ni­cas aí repre­sen­ta­das mas tam­bém para as pes­soas e para o seu bem-estar.

Mesmo para quem já conhe­cia as relí­quias aqui guar­da­das, foi toda uma sur­presa ter uma nova visão deste espaço. Isto ficou a dever à exce­lente ori­en­ta­ção das nos­sas guias que, con­so­ante a sua espe­ci­a­li­dade, nos leva­ram da botâ­nica à his­tó­ria e nos per­mi­ti­ram enqua­drar este jar­dim num con­texto euro­peu e mesmo global.

Por outro lado, tam­bém fica­mos a conhe­cer alguns dos pro­ble­mas que afec­tam o jar­dim e que é neces­sá­rio enfren­tar urgen­te­mente. Alguns des­tes pro­ble­mas são anti­gos, como a difi­cul­dade no abas­te­ci­mento de água. Outros esprei­tam num futuro pró­ximo e, se nada vier a ser feito, pode­rão vir a pre­ju­di­car gra­ve­mente esta relí­quia da nossa his­tó­ria naci­o­nal, uma jóia natu­ral e um espaço de bem-estar psí­quico e físico dos cidadãos.

Sobre os pro­jec­tos que ame­a­çam o Jar­dim Botâ­nico, foi rea­li­zado, em seguida, um debate, com dis­tin­tos par­ti­ci­pan­tes, que abor­da­re­mos no pró­ximo texto a publicar.

Miguel Rodrigues