domingo, 28 de abril de 2013

Visita ao Recolhimento da Encarnação, Lisboa







Participaram cerca de 35 associados da LAJB (e amigos) nesta visita guiada ao Recolhimento da Encarnação em Lisboa. A Dra. Rosa Santos, Assistente Social do Recolhimento, recebeu de braços abertos o nosso grupo de curiosos e apaixonados pela História e Património da nossa cidade. Fomos guiados ao longo dos espaços pelo Historiador Anísio Franco do Museu Nacional de Arte Antiga. O dia estava muito soalheiro e frio, mas lá dentro, a cada passo, eramos reconfortados com mil e uma delícias: desde belíssimas pinturas até aos nobres e cuidados espaços arquitectónicos - tudo evocativo de outras eras. Tivemos ainda o privilégio de visitar duas habitações de Senhoras residentes. 

O nosso muito obrigado à Directora dos Recolhimentos da Capital, Dra. Maria José Relvas por ter acedido ao nosso pedido de visita. No final a LAJB manifestou mais uma vez a sua disponibilidade para colaborar na organização de uma visita dos residentes do "Recolhimento" ao nosso Jardim Botânico.   

Visita ao Recolhimento da Encarnação, Lisboa




Participaram cerca de 35 associados da LAJB (e amigos) nesta visita guiada ao Recolhimento da Encarnação em Lisboa. A Dra. Rosa Santos, Assistente Social do Recolhimento, recebeu de braços abertos o nosso grupo de curiosos e apaixonados pela História e Património da nossa cidade. Fomos guiados ao longo dos espaços pelo Historiador Anísio Franco do Museu Nacional de Arte Antiga. O dia estava muito soalheiro e frio, mas lá dentro, a cada passo, eramos reconfortados com mil e uma delícias: desde belíssimas pinturas até aos nobres e cuidados espaços arquitectónicos - tudo evocativo de outras eras. Tivemos ainda o privilégio de visitar duas habitações de Senhoras residentes. 

O nosso muito obrigado à Directora dos Recolhimentos da Capital, Dra. Maria José Relvas por ter acedido ao nosso pedido de visita. No final a LAJB manifestou mais uma vez a sua disponibilidade para colaborar na organização de uma visita dos residentes do "Recolhimento" ao nosso Jardim Botânico.   

sábado, 27 de abril de 2013

Visita Guiada ao Antigo Convento de Nossa Senhora da Encarnação em Lisboa


Visita Guiada ao Antigo Convento de Nossa Senhora da Encarnação em Lisboa

DATA: 28 de Abril - 10H (Largo do Convento da Encarnação, Lisboa)

GUIA: Historiador Anísio Franco

INSCRIÇÃO: amigosdobotanico@gmail.com

Organização da Liga dos Amigos do Jardim Botânico - LAJB

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Visita Guiada ao Antigo Convento de Nossa Senhora da Encarnação em Lisboa


DATA: 28 de Abril - 10H (Largo do Convento da Encarnação)
GUIA: Historiador Anísio Franco
ORGANIZAÇÂO: Liga dos Amigos do Jardim Botânico

O Convento de Nossa Senhora da Encarnação foi construído no reinado de Filipe II de Portugal, na sequência da disposição testamentária da Infanta D. Maria (1521-1577), filha de D. Manuel I, em criar um Covento em Lisboa da Ordem de São Bento, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação, «em sítio que melhor conviesse».

A Infanta D. Maria foi, segundo as crónicas, formosa, muito culta, protectora das Artes e riquíssima - chegou a ser a mulher mais rica de Portugal e uma das mais ricas da Europa graças à grande fortuna que a mãe lhe deixou por via do seu segundo casamento com o monarca francês. Mas o cumprimento do seu testamento só se realizou 40 anos mais tarde com a primeira Prelada, ou Comendadeira Mestra, eleita pelo Rei, a prestar juramento a 5 de Agosto de 1617. Foram comprados terrenos para edificar o novo convento a D. Aleixo de Menezes, grande proprietário da encosta de Sant'Ana. O novo edifício encostava-se à muralha da Cerca Fernandina, ficando uma das torres a servir de mirante como hoje ainda. A inauguração foi no dia 15 de Setembro de 1630. Havia 25 freiras professas, comendadeiras de nomeação régia, sendo as restantes 37 religiosas «moças de côro». Também se recolhiam no convento viúvas de militares ou senhoras cujos maridos andavam em guerra. 

Um incêndio em 1734 queimou parte do edifício mas o Rei D. João V ordenou logo obras de remodelação com certa largueza. O terramoto de 1755 castigou o conjunto mas em 1758 já estavam executadas as reparações necessárias e as «nobilíssimas religiosas» voltaram a sua casa em coches que o Rei D. José I pôs à disposição. Depois de 1834 foram realizadas algumas readaptações funcionais dos espaços conventuais. A antiga igreja, cujo portal principal ostenta ainda as pedras de armas da Infanta D. Maria, é a parte conventual onde as reformas dos reinados de D. João V e de D. José I melhor se fazem sentir. Datam da primeira metade do século XVIII os azulejos azuis e brancos característicos do Ciclo dos Grandes Mestres lisboetas, o retábulo-mor, onde interveio João Frederico Ludwig e as pinturas da capela-mor. Da campanha pós-terramoto são as pinturas atribuídas a André Gonçalves ou oficina e parte da nova estrutura arquitectonica do Convento.

O carácter de Recolhimento de Senhoras é o que ainda hoje perdura na instituição, actualmente com gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Na visita da LAJB teremos o privilégio de ver a igreja, antigo lugar de cerimónias religiosas de grande fausto realengo, com os belíssimos «Coro de Cima» e «Coro de Baixo» e que constitui raro conjunto sobrevivente da Lisboa pré terramoto de 1755. Visitaremos a Portaria, escadaria nobre, corredores conventuais e o Claustro com as suas formosas capelinhas e oratórios. Vamos ainda ver a antiga Cerca com seu Laranjal, surpreendente espaço poético em pleno centro da cidade histórica.

Imóvel de Interesse Público (decreto nº 2/96, DR, I Série-B, nº 56, de 6-03-1996)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Abate de Árvores na Ribeira das Naus em Lisboa





É com grande indignação que publicamos aqui estas imagens do horrendo crime perpetrado pela Câmara Municipal de Lisboa na Ribeira das Naus. Trata-se de uma visão horrenda, imprópria de uma capital da Europa do séc. XXI - imagens que deveriam correr todos os países do Mundo onde exista respeito e amor pela Natureza. Fotos: cortesia da Associação Lisboa Verde.

sábado, 20 de abril de 2013

Visita guiada ao Jardim Botânico: amanhã, domingo dia 21 de Abril às 10H


Estimada/o associada/o

A Direcção da Liga dos Amigos do Jardim Botânico tem o prazer de informar que se realizará uma visita ao nosso Jardim no próximo dia 21 de Abril ( domingo ), às 10H, com concentração à entrada do mesmo (junto da bilheteira). 

Informamos ainda, que a visita será guiada por Ivo Meco um dos nossos guias galardoado com o prémio “BROTERO” do Curso de Guias do Jardim Botânico e terá como título: 
"Monumentos: As Árvores na Memória da Humanidade".
Esta visita insere-se no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Históricos, que se comemora a 18 de Abril.

A  DIRECÇÃO DA LAJB


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Contributo para a ZEP do Jardim Botânico apresentado a 26 de Julho de 2012



A Plataforma congratula-se com a aprovação pelo Conselho Nacional de Cultura de  uma proposta para a delimitação da ZEP do Jardim Botânico, a qual abrange uma área  que tem sido objecto de diversas intervenções inadequadas, desde a abertura do  processo administrativo para a sua classificação como Monumento Nacional em 1970.

A fundamentação que justifica a delimitação incide sobre os aspectos essenciais,  apresentando uma boa ilustração dos mesmos – com excepção da questão da circulação  superficial e subterrânea da água, a qual está omissa.

Os objectivos enunciados encontram-se bem concretizados na pormenorização e  ilustração dos critérios de delineação da ZEP. Contudo considera-se que aqueles  objectivos não serão cabalmente assegurados com a área de protecção agora proposta,  pelo que se justifica uma correcção da mesma nos seguintes aspectos:

- Alargamento da ZEP, de forma a abranger a totalidade do quarteirão delimitado pelo  Parque Mayer, a Av. da Liberdade e a Praça da Alegria – ligação fundamental para a  circulação atmosférica e hídrica;

- Alargamento a toda área delimitada pela R. Barata Salgueiro e a Av. da Liberdade – pelas interferências visuais sobre o Jardim, muito bem ilustradas na fundamentação já  referida;

- Alargamento ainda, ao conjunto das fachadas-sul da R. Escola Politécnica – pelas  interferências visuais e pela escala que actualmente conferem ao conjunto  Jardim/Edifício da Faculdade de Ciências, conforme estabelecido no Despacho do MOP  de 1962;

- Inclusão de todos os logradouros dos edifícios incluídos na ZEP, nomeadamente os a  norte da R. do Salitre.

Estranha-se não ter sido encarada uma “zona non aedificandi” onde ainda é possível,  pelo que se propõe o seu estabelecimento, conforme planta anexa. Entende-se que a  “protecção” conferida ao Jardim Botânico e determinada pelas regras estabelecidas  pelo PP do Parque Mayer para as novas construções, se restringe meramente à sua localização a 1.20m de distância mínima e à não ultrapassagem em altura da Cerca  Pombalina - o que representa uma medida de acção superficial, uma vez que garante  apenas o controlo visual. Considera-se que aspectos como a permeabilidade do solo e 
sub-solo, a drenagem das águas subterrâneas, a circulação atmosférica e a continuidade visual e ecológica entre o Jardim e os espaços abertos contíguos não foram acautelados, ficando estes comprometidos com a construção permanente  admitida para os actuais logradouros pelo PP do Parque Mayer. 

Solicita-se ainda informação sobre a elaboração do Plano de Pormenor de Salvaguarda  para a área abrangida pela ZEP e sobre a previsão de suspensão do Plano de  Pormenor do Parque Mayer.

Lisboa, 26 de Julho de 2012

A Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico 

FOTO: alteração da área da ZEP, proposta pela Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico

segunda-feira, 15 de abril de 2013

21 ABRIL, 10H: Visita guiada ao Jardim Botânico

Estimada/o associada/o


A Direcção da Liga dos Amigos do Jardim Botânico tem o prazer de informar que se realizará uma visita ao nosso Jardim no próximo dia 21 de Abril ( domingo ), às 10H, com concentração à entrada do mesmo (junto da bilheteira). 


Informamos ainda, que a visita será guiada por Ivo Meco um dos nossos guias galardoado com o prémio “BROTERO” do Curso de Guias do Jardim Botânico e terá como título: 

"Monumentos: As Árvores na Memória da Humanidade".


Esta visita insere-se no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Históricos, que se comemora a 18 de Abril.



A  DIRECÇÃO DA LAJB

Foto: um dos "monumentos" do Jardim, a Araucaria columnaris

domingo, 14 de abril de 2013

Observatório Astronómico no Jardim Botânico!


O notável Observatório Astronómico, erguido para a antiga Escola Politécnica entre 1875 e 1898, está em perigo enquanto se espera por um Mecenas. Como é possível que o Estado Português seja indiferente à degradação e ruína deste Monumento Nacional? A LAJB só pode manifestar a sua profunda indiganação. A notícia aqui: 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Fixada a ZEP do Jardim Botânico (MN): Portaria n.º 221/2013

Fixada a Zona Especial de Protecção (ZEP) do Jardim Botânico (Monumento Nacional) no dia 26 de Março de 2013:
Portaria n.º 221/2013

Analisada esta Portaria verificamos que não foram acolhidas as propostas de revisão apresentadas pela "Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico" no âmbito da Consulta Pública. Tanto a redacção do texto, como do desenho, a área de protecção é exactamente a que a tutela da Cultura tinha proposto. Lamentamos ainda que esta ZEP constitua um recuo significativo em relação ao diploma de 1962 onde a ZEP era muito mais abrangente dando assim melhor resposta à salvaguarda do contexto do Jardim Botânico.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Jardim Botânico: «Um dos Melhores de Lisboa»

Foi com muito prazer que lemos o artigo especial na passada semana na revista Time Out e verificar que, e apesar dos probelmas que afectam o nosso Jardim Botânico, ele ainda é considerado um dos melhores e mais belos de Lisboa. Muito obrigada Time Out!

Ficou talvez por referir que neste local nasceu a primeira, e portanto a mais antiga, associação de defesa de um Jardim Botânico em Portugal. A pioneira "Liga dos Amigos" foi fundada em 1986 e está perto de celebrar 30 anos de existência. Por último também faltou referir o importante facto de que o Jardim foi seleccionado para o Observatório Mundial de Monumentos (WATCH) da World Monuments Fund. Para saber mais sobre esta distinção e oportunidade oferecida ao nosso Jardim Botânico, bastará consultar o nosso blogue ou a página daquela organização internacional de defesa do património em www.wmf.org

Saudações Botânicas da LAJB

«(...) Este jardim é o segundo jardim botânico português classificado como Monumento Nacional e tem quase cerca de 1500 espécies distintas que preenchem os seus quatro hectares. Isto sem esquecer o Observatório Astronómico da Escola Politécnica (1898), único observatório de ensino existente em Portugal (que está em remodelação), a primeira estação meteorológica portuguesa (1853), que ainda se encontra operacional, e o Borboletário, que está aberto desde 2005.»

in Time Out Lisboa, de 3 a 9 de Abril de 2013, nº 288, pp. 21

terça-feira, 9 de abril de 2013

Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles recebe «Nobel» da Arquitectura Paisagista

O Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, associado da LAJB e patrono da candidatura bem sucedida do nosso Jardim Botânico ao WATCH da World Monuments Fund (www.wmf.org), está de parabéns por este reconhecimento internacional da sua notável carreira em prol do bem comum. PARABÉNS AMIGO GONÇALO RIBEIRO TELLES!

Notícias aqui: http://expresso.sapo.pt
http://www.publico.pt/cultura

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Operação de Tratamento nas Palmeiras do Jardim Botânico: 6 Dezembro de 2012




Mais algumas imagens dos trabalhos de tratamento contra a chamada "Praga das Palmeiras", em exemplares no nosso Jardim Botânico em Dezembro passado. Infelizmente tudo indica que 3 das palmeiras, incluíndo a que se vê nas imagens, não sobreviveram ao ataque. 

Operação de Tratamento nas Palmeiras do Jardim Botânico de Lisboa




Informação aos associados da LAJB

Operação de tratamento nas palmeiras do Jardim Botânico de Lisboa

A Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB) está a colaborar com a Direcção do Jardim Botânico patrocinando tratamentos preventivos e curativos da nossa rica colecção de palmeiras.

O que é a praga do "escaravelho-das-palmeiras"?

O insecto causador é o Rhynchophorus ferrugineus, vernáculo "escaravelho-das-palmeiras", um escaravelho do grupo dos curculionídeos (gorgulhos), originário da Ásia oriental e Polinésia, tendo-se expandindo para outras regiões ocidentais, Norte de África e mais recentemente também para o sul da Europa. É um insecto de grandes dimensões em adulto, 2-5cm, e também na forma larvar. Foi sinalizado no Algarve na segunda metade da década de 2000 onde já provocou avultadas perdas e prejuízos em espaços públicos e privados. Em 2010 foi sinalizado na cidade de Lisboa. Actualmente está a devastar palmeiras em todo o país.

Infelizmente esta praga está presente no Jardim Botânico desde pelo menos 2011 e actualmente há 5 palmeiras da espécie Phoenix canariensis Chabaud seriamente afectadas. As bem conhecidas "Palmeiras das Canárias", tão características da paisagem urbana de Lisboa, são particularmente vulneráveis ao escaravelho.

O que se está a fazer para prevenir a morte de palmeiras no Jardim Botânico?

Quando uma palmeira está infectada é necessário proceder-se à poda terapêutica, isto é, são cortadas as folhas e a parte do meristema (tecido vivo responsável pelo crescimento da palmeira - formação de folhas e flores) onde há larvas do escaravelho. Depois procede-se à limpeza do material cortado para que não fiquem tecidos mortos, nem escaravelhos, principalmente no estado adulto. Em seguida é instalado um tubo de plástico ao longo do espique da palmeira até alcançar o seu topo. Por este tubo se conduz, periodicamente, produtos de tratamento químico ou biológico. Em Dezembro de 2011 foram instaladas estas tubagens de plástico em 18 palmeiras mas no início do verão foi verificado que a maior parte das tubagens tinha sido destruída por roedores. A LAJB está também a patrocinar a substituição dos tubos roídos por novas tubagens mais resistentes. Esta nova fase de trabalhos nas palmeiras decorreu entre os dias 3 e 12 de Dezembro de 2012. A comparticipação da LAJB foi de 1256.81 euros.

O que podemos fazer enquanto cidadãos?

O Jardim Botânico produziu um folheto sobre esta questão(http://www.mnhn.ul.pt/pls/portal/docs/1/332082.PDF) que sugere diversas medidas que visam o controle e erradicação desta praga, e que devem ser tomadas com carácter de urgência em todas as plantas e áreas afectadas. Se conhece alguma palmeira com sintomas de estar infectada, informe o proprietário das medidas que deve tomar.

A Direcção da Liga dos Amigos do Jardim Botânico

Manuela Correia

segunda-feira, 1 de abril de 2013

«O murchar das palmeiras»

Por Helena Freitas 06/02/2013 - Público

Controlar e assegurar a sanidade dos materiais de propagação e monitorizar e erradicar as doenças não é possível sem recursos técnicos adequados.
Nos últimos tempos, em especial quem vive nas cidades tem sido surpreendido com a mortalidade de muitas palmeiras, que subitamente desaparecem das praças e das ruas da cidade, ou dos jardins de algum vizinho.

Alguns terão mesmo respondido com mágoa a um mandado irrefutável, sendo obrigados a abater palmeiras agonizantes que ornamentavam há muitos anos os seus jardins.

De uma forma ou de outra, percebemos que há um problema grave com as palmeiras, e a própria imprensa tem feito divulgação das ocorrências e da doença que as afecta. Neste caso, o flagelo fica a dever-se à voracidade de um insecto não originário da Europa (Rhynchophorus ferrugineus), que ataca um vasto leque de palmeiras, as quais tipicamente usamos para ornamentar as avenidas e jardins de muitas cidades do país.

Este insecto já está presente em todos os países mediterrânicos e ameaça condenar a esmagadora maioria das palmeiras nesta região. A gravidade e o potencial de expansão desta doença determina que as palmeiras importadas de países terceiros afectados devem ficar em quarentena, para que as autoridades possam actuar, detectando eventuais sinais precoces da doença.

Este é um procedimento normal na prevenção da disseminação de doenças e está naturalmente previsto para as plantas. Todavia, controlar e assegurar a sanidade dos materiais de propagação e monitorizar e erradicar as doenças não é possível sem recursos técnicos adequados.

Tendo em conta a escassez de meios de que dispomos, pode admitir-se que se trata de uma situação de algum modo fora de controle.
Sendo a eficácia da praga quase garantida, e tendo em conta a escassez de meios de que dispomos, pode admitir-se que se trata de uma situação de algum modo fora de controle, pois está muito dependente do conhecimento e vigilância das pessoas e da pronta actuação das autoridades com responsabilidade nestas áreas.

Embora de natureza distinta, destaco uma outra praga que se disseminou recentemente no país, com grave impacto económico, e que a maioria dos portugueses acompanhou: a do nemátode-da-madeira-do-pinheiro ou murchidão-dos-pinheiros. Esta última deve-se à actuação da espécie Bursaphelenchus xylophilus, levando à morte do pinheiro num intervalo de poucas semanas ou meses. Os sintomas traduzem-se no rápido amarelecimento das agulhas, até atingirem uma cor vermelho-acastanhada, bem como uma súbita redução da produção de resina. A propagação do nemátode e a infecção de novas árvores depende de um insecto-vector.

Recordo estas duas situações de calamidade associadas à mortalidade de espécies vegetais, sendo uma espécie de interesse ornamental e uma espécie florestal com forte impacto económico, mas podia citar muitas outras, em particular as doenças que nunca deixam de ameaçar sectores vitais da nossa economia, como a fruticultura nacional ou mesmo o importante sector do vinho.

Ao fazê-lo, tenho dois propósitos: por um lado, manifestar a preocupação que tenho com a perda de recursos e competências do Estado para monitorizar e resolver situações fitossanitárias que são cada vez mais complexas, entre outras coisas, porque as causas também o são, e, por outro, chamar a atenção para a necessidade de pensar os ecossistemas e as espécies seleccionadas em meio urbano, não apenas pela sua expressão estética ou por conveniência de momento, mas também na perspectiva de se evitarem espécies mais susceptíveis às pragas, o que acontecerá mais facilmente quando a escolha se sustenta numa importação pouco cuidadosa de espécies exóticas, tantas vezes desadequadas aos espaços que as acolhem.

Foto: palmeira morta no Largo da Graça em Lisboa