sexta-feira, 15 de junho de 2012

«Universidade de Lisboa garante que obras no Jardim Botânico estão licenciadas»



Público 14.06.2012

Todas as obras no Jardim Botânico de Lisboa, espaço que reabre oficialmente nesta quinta-feira, estão licenciadas pelas autoridades competentes, diz a Reitoria da Universidade de Lisboa, depois de acusações de intervenções “ilegais” e “medíocres”.


A Liga dos Amigos do Jardim Botânico divulgou na quarta-feira uma carta aberta ao reitor da Universidade de Lisboa, entidade que tutela o espaço, onde acusa a falta de “parecer obrigatório e vinculativo” do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) para as intervenções. "Após décadas sem investir no restauro, requalificação e gestão do Jardim Botânico, a Universidade de Lisboa decidiu agora intervir de modo superficial neste Monumento Nacional", escreve a Liga, exemplificando com as obras na fachada do Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A instalação de estruturas metálicas perfurantes em toda a fachada, para colocação de telões, "danificou-a irremediavelmente". 

Numa nota divulgada ontem à noite, a Reitoria da Universidade de Lisboa garante que todas as obras, “desde a demolição definitiva das casas em ruína junto ao Picadeiro (edifício classificado) até à fixação de telas na fachada principal do museu, foram devidamente autorizadas e licenciadas pelas autoridades competentes”.

Além disso, informou que já está constituído um grupo de trabalho conjunto com o Igespar para “acompanhamento das intervenções futuras” e que está a ser constituído o grupo de trabalho que vai elaborar o Plano de Salvaguarda do Jardim Botânico.

Este foi só um primeiro passo na verdadeira requalificação do espaço, no meio da cidade de Lisboa. Para já foram arranjados “alguns caminhos e escadarias que estavam em muito mau estado”, reforçaram-se e pintaram-se pontes e gradeamentos, repôs-se o ciclo da água e espécies aquáticas nos regatos e num lago, demoliu-se a construção de plástico, “inaceitável”, que servia para as entradas no jardim, retiraram-se os carros da entrada do jardim, na Alameda das Palmeiras, fez-se a limpeza de valetas, bancos, depósitos do lixo e foi aberto um espaço de descanso para os visitantes, diz a Reitoria.

A Liga dos Amigos do Jardim acusou as obras de “medíocres”, “inadequadas” e de serem "totalmente ineficazes na resolução dos reais problemas que afectam o Jardim Botânico". Na carta, salienta-se que o jardim “não é um simples parque urbano ou espaço verde comum”, mas um lugar “protegido pela Lei do Património Cultural” e identificado como sítio de “valor histórico, artístico e científico do mais alto grau”.

A Reitoria garante que “os trabalhos de limpeza e conservação não introduziram qualquer alteração no jardim e destinaram-se, também, a proteger as colecções e espécies existentes”. “A Universidade de Lisboa continuará a valorizar o Jardim Botânico, no limite das suas possibilidades”, disse a reitoria, lembrando que este é um “tempo de grandes dificuldades”.

Para o futuro será recuperado o edifício do Observatório Astronómico e está prevista a criação de um gabinete para “promover a ligação dos cidadãos ao Jardim Botânico”. Quanto à Liga, este movimento diz-se "inteiramente disponível para todo e qualquer esclarecimento e colaboração cívica que contribua para a salvaguarda do Jardim Botânico de Lisboa".

Esta tarde, a partir das 18h15, será realizada a sessão pública de reabertura do espaço.

2 comentários:

Anónimo disse...

Conheço um prédio com uma fachada similar em que foi necessário há alguns anos atrás perfurar a fachada para passar um cabo da TVCABO quando a ligação era ainda feita por cabo.
Resultado: a partir desse dia a humidade começou a entrar assim como o bolor e infiltrações, a fachada ficou com um aspecto lastimável...
Estaremos aqui para presenciar o mesmo?

Anónimo disse...

Para conhecimento.

http://www.youtube.com/watch?v=ynpk-tBamEI&feature=relmfu

Com os melhores cumprimentos.

Luis Canhoto