«Estudo conclui que as construções previstas para aquela zona não vão afectar o escoamento do jardim nem a permeabilidade dos logradouros
O estudo hidrogeológico encomendado pela Universidade de Lisboa e pela câmara para a área afecta ao Plano de Pormenor do Parque Mayer conclui que as intervenções previstas para a zona não vão ter impactos negativos no equilíbrio ecológico do Jardim Botânico. De acordo com o estudo, "as construções previstas para a zona do Parque Mayer, tal como preconizado no respectivo plano de pormenor, não afectarão com significância o escoamento natural definido para o Jardim Botânico". Isto porque, lê-se no documento, no jardim "não foi reconhecido um aquífero na verdadeira acepção do termo hidrogeológico". "Tivemos o máximo dos cuidados a fazer o plano e este estudo só veio confirmar isso", disse ontem o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, à margem da reunião da assembleia municipal. A versão final do plano vai ser hoje discutida em reunião de câmara.
"Dormir descansados"
"Os amigos do Jardim Botânico e o Fórum Cidadania Lisboa podem dormir descansados", afirmou, referindo-se aos movimentos que criticaram as intervenções propostas no plano de pormenor. Estes movimentos, que em 2010 lançaram uma petição a exigir a revisão do plano, sugeriam a criação de um mecanismo de perequação, através do qual todos os proprietários dentro da área do plano deveriam partilhar os custos e os benefícios pela requalificação do jardim. A sugestão não foi, porém, acolhida. "O mecanismo da perequação não faz sentido aqui", afirmou o vereador. Manuel Salgado garantiu que 30 por cento do acréscimo de imposto municipal sobre imóveis que resulte da reavaliação patrimonial dos prédios na zona envolvente vai reverter para a manutenção do jardim. O PÚBLICO tentou contactar a Liga dos Amigos do Jardim Botânico e o Fórum Cidadania Lisboa sem sucesso. Sobre a permeabilidade dos logradouros, outra das questões apontadas pelos contestatários, um documento da autarquia esclarece que numa das áreas de intervenção a área de logradouro impermeável não ultrapassará os 20 por cento e nas restantes unidades será obrigatório prever poços de infiltração. O estudo hidrogeológico refere também que a área fortemente impermeabilizada "é diminuta ou quase nula". Quanto ao muro de suporte do Jardim Botânico, outro estudo conclui que o muro está estável, mas recomenda que seja monitorizado de seis em seis meses e durante um ano. » In Público (20/7/2011) Marisa Soares
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