O Movimento Republicano assentou numa teia multimodal de centros, escolas, associações, grémios e ligas - formando uma rede de estruturas nominalmente variadas, mas que funcionalmente convergiam na prossecução das grandes linhas do ideário republicano: a educação, a cidadania, a solidariedade social, a laicidade, o livre pensamento, a participação democrática. A actividade educativa, nas vertentes de formação escolar e cívica, era o elemento comum à quase totalidade desta rede onde, para além das associações que a tinham por objecto específico, predominavam os centros políticos e escolares que ministravam aulas a crianças e adultos. E porque a educação era um dos esteios do ideário republicano, coube à República criar, logo em 1911, a Universidade de Lisboa.
Por decreto de 22 de Março de 1911, foi constituída a Universidade de Lisboa, agregando as unidades de ensino já existentes: a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e a Escola de Farmácia deram lugar à Faculdade de Medicina (repartida entre o Campo de Santana e o Hospital Escolar de Santa Marta, mantendo anexa a Escola Superior que só em 1921 ascenderia a Faculdade de Farmácia); a Escola Politécnica (na rua do mesmo nome) tornou-se Faculdade de Ciências, mantendo-se esta a funcionar no mesmo edifício da sua antecessora; o Curso Superior de Letras passou a designar-se Faculdade de Letras, mantendo-se o funcionamento, até 1958, nas instalações da Academia das Ciências de Lisboa. Em 1913, foi criada a Faculdade de Ciências Económicas e Políticas, dirigida por Afonso Costa, a qual dará lugar, em 1918, à Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que funcionará, até 1957, no Palácio Valmor, no Campo dos Mártires da Pátria.
Foto: Jardim Botânico visto da Colina de Santana/Miradouro do Torel
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