in Público, 5 de Dezembro de 2008
Projecto do arquitecto Manuel Aires Mateus propõe a criação de um espaço contínuo com várias manifestações culturais
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa congratulou-se ontem, dia em que foi assinado o contrato para a reabilitação do teatro Capitólio e apresentado o projecto vencedor do concurso para o Parque Mayer, com aquilo que considerou ser o fim de "uma malapata que se arrastava há anos na cidade". António Costa sublinhou que o projecto "tem princípio, meio e fim e financiamento assegurado" e distanciou-se dos seus antecessores, que acusou de promoverem "ideias megalómanas que precisavam de meios impossíveis".
"Fizemos isto como deve ser feito, mas num mandato curto de dois anos era muita a tentação de nos metermos em atalhos", afirmou António Costa, louvando o facto de "menos de três meses" após o início do seu mandato terem sido lançados os concursos para a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer e para a requalificação do teatro Capitólio. O presidente da autarquia lembrou ainda que já na campanha para as eleições autárquicas de 1989, que opôs Jorge Sampaio a Marcelo Rebelo de Sousa, "um dos grandes temas foi a reabilitação do Parque Mayer".
Projecto do arquitecto Manuel Aires Mateus propõe a criação de um espaço contínuo com várias manifestações culturais
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa congratulou-se ontem, dia em que foi assinado o contrato para a reabilitação do teatro Capitólio e apresentado o projecto vencedor do concurso para o Parque Mayer, com aquilo que considerou ser o fim de "uma malapata que se arrastava há anos na cidade". António Costa sublinhou que o projecto "tem princípio, meio e fim e financiamento assegurado" e distanciou-se dos seus antecessores, que acusou de promoverem "ideias megalómanas que precisavam de meios impossíveis".
"Fizemos isto como deve ser feito, mas num mandato curto de dois anos era muita a tentação de nos metermos em atalhos", afirmou António Costa, louvando o facto de "menos de três meses" após o início do seu mandato terem sido lançados os concursos para a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer e para a requalificação do teatro Capitólio. O presidente da autarquia lembrou ainda que já na campanha para as eleições autárquicas de 1989, que opôs Jorge Sampaio a Marcelo Rebelo de Sousa, "um dos grandes temas foi a reabilitação do Parque Mayer".
O concurso para o Parque Mayer foi ganho pelo arquitecto Manuel Aires Mateus, com um projecto que se desenvolve a partir do Jardim Botânico, cuja massa arbórea será estendida até ao antigo recinto da revista à portuguesa. A intenção, como explicou o arquitecto Jorge Silva ao PÚBLICO, é "interligar" três áreas que hoje são "completamente autónomas" - os edifícios da Universidade, o Jardim Botânico e o Parque Mayer -, tornando-as "cúmplices umas das outras".
Horas de lazer
O arquitecto, que coordenou o projecto da Aires Mateus e Associados, acredita que no futuro os lisboetas e os turistas poderão passar algumas horas de lazer no local, realizando "um percurso de continuidade" que incluirá várias "manifestações culturais". O trajecto, sugere Jorge silva, podia ter início no Museu Nacional de História Natural, continuar com um passeio no Jardim Botânico e uma visita a exposições temporárias e terminar já no Parque Mayer, onde existiriam restaurantes, bares, um auditório e teatros. Quanto à criação de novas zonas verdes em redor do teatro Capitólio, o arquitecto explica que o objectivo é permitir o usufruto do espaço pela população, mas também criar "almofadas" de protecção do "extraordinariamente frágil e delicado Jardim Botânico".
Segundo a proposta vencedora do concurso promovido pela Câmara de Lisboa, no Parque Mayer vão surgir mais de 32 mil metros quadrados de construção, distribuídos entre um hotel, um auditório, um edifício cultural e áreas de comércio, restauração e outros serviços. No interior do recinto só poderão circular peões, que para superar os declives terão ao seu dispor escadas rolantes e dois elevadores. Jorge Silva sublinhou ainda que no local se irá construir "com a densidade da cidade histórica", esclarecendo que o teatro Capitólio será "de longe" o edifício mais alto do Parque Mayer. "O paradigma é o da cidade histórica: elevada ocupação do solo, baixa altura de construção", diz-se na memória descritiva do projecto, onde se acrescenta que a "camada edificada" é "profusamente aberta: permeável às ruas circundantes, atravessável no seu interior, recortada para o céu". No recinto mantêm-se ainda alguns comerciantes, com os quais a Câmara de Lisboa está neste momento em negociações. António Costa garante que na maioria dos casos os empresários pretendem abandonar o Parque Mayer e lamenta que a Bragaparques tenha "violado grosseiramente as suas obrigações contratuais" ao não entregar o espaço à autarquia "livre de ónus e de encargos". Questionado sobre o facto de ainda estar em curso o processo relativo à permuta destes terrenos e da Feira Popular, o autarca frisou que, "independentemente da decisão judicial, compete ao município definir os usos e edificabilidades do Parque Mayer", bem como assumir a "responsabilidade" de reabilitar o edifício classificado do Capitólio.
FOTO: maqueta conceptual da proposta vencedora para o Parque Mayer e Jardim Botânico
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