terça-feira, 28 de setembro de 2010

Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles: para uma Lisboa «mais centrada no ser do que no ter»

Gonçalo Ribeiro Telles recebeu Medalha de Mérito Municipal, grau ouro, pelos 60 anos de carreira

O arquitecto paisagista, pioneiro do pensamento ecológico em Portugal, recebeu a distinção das mãos do presidente da Câmara, António Costa, na ocasião da inauguração de uma exposição sobre o Plano Verde, de que Ribeiro Telles foi precursor.

Para José Sá Fernandes, vereador responsável pelo Pelouro dos Espaços Verdes, a entrega desta medalha constitui "uma homenagem a um dos nomes mais notáveis da cidade". Entre as qualidades de Gonçalo Ribeiro Telles, o autarca salientou a sua "modernidade, perseverança e noção do serviço público". Sá Fernandes recordou o momento, anos atrás, em que o homenageado o incentivou para as "andanças da política", enquanto tributo ao serviço público.

Ao responsável pela introdução em Portugal dos conceitos de Reserva Ecológica, de Reserva Agrícola e de Sistemas de Vistas, e por obras tão emblemáticas como os Jardins do Castelo de São Jorge e da Fundação Caloute Gulbenkian, o vereador prometeu para muito breve "a melhor homenagem que se lhe pode prestar: a conclusão do Corredor Verde, ligando Monsanto ao Vale de Chelas, incluindo já a Quinta de José Pinto". "Gonçalo Ribeiro Telles é um sábio, obrigado", concluíu José Sá Fernandes.

Na cerimónia, que decorreu no dia 27 de Setembro, em pleno Jardim Botto Machado (Campo de Santa Clara), o presidente da Câmara, António Costa, entregou a Medalha de Mérito Municipal, grau ouro, ao homenageado, dando cumprimento a uma deliberação camarária tomada por unanimidade. Para o autarca, foi "uma enorme honra entregar esta medalha" ao homem que, "para além da obra, deixou uma escola e um pensamento". António Costa sublinhou o facto de "o que em tempos foi considerado bizarrias e utopias" estar hoje "concretizado em obra". Por isso, "a melhor homenagem a Gonçalo Ribeiro Teles não é porventura esta medalha mas sabermos honrar os seus valores", concluíu o edil lisboeta.

Agradecendo a distinção que lhe foi entregue, o arquitecto tornou extensível a homenagem ao "trabalho de muita gente e muita conversa de café". Gonçalo Ribeiro Teles explicou a origem da sua obra em duas causas simples: "porque não sabia fazer outra coisa e por amor à cidade".

Mostrando-se agradado com o facto de as questões que vem suscitando desde há décadas serem agora compreendidas, o paisagista expressou votos para "que a vida na cidade se desenvolva em harmonia, mais centrada no ser do que no ter".

Depois da cerimónia, procedeu-se à inauguração da exposição "Plano Verde de Lisboa - Estrutura Ecológica Municipal", o Mercado de Santa Clara, baseada em estudos, desenhos, projectos e obras de Gonçalo Ribeiro Teles e nas concretizações que, neste domínio, a Câmara Municipal vem desenvolvendo. A exposição estará patente até ao dia 14 de Novembro, com entrada livre. in http://www.cm-lisboa.pt/

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