domingo, 5 de abril de 2009

2009 - Ano Internacional da Astronomia

Em 2009 comemora-se o Ano Internacional da Astronomia. Dentro do Jardim Botânico existe um notável Observatório Astronómico, que, infelizmente, está abandonado e em avançado estado de degradação. Este teria sido o ano ideal para o ver restaurado...

A Astronomia em Portugal surgiu no tempo dos Descobrimentos principalmente com a atitude do Infante D. Henrique, principal impulsionador das Descobertas Portuguesas e convincente o suficiente para levar o seu pai o rei D. João I a lançar-se na conquista da praça de Ceuta em 1415. Terá sido na fortaleza de Sagres e na escola por ele formada, que se iniciaram os primeiros estudos sobre a astronomia, observação das estrelas e a preparação dos navegadores portugueses para as futuras viagens marítimas.

No século XVI, Pedro Nunes (1502-1578), o matemático e cosmógrafo dos reis D. João III e D. Sebastião, considerado o pai da actividade ciêntífica em Portugal, deu um novo impulso no estudo da cartografia, na arte da navegação e na astronomia. Foi o autor do instrumento de medida chamada “nónio”, dado que o nome do autor em latim era Petrus Nonius, que permitia ler uma fracção de um grau no astrolábio e no quadrante e consequentemente melhorar a precisão na localização dos navios.

Mais tarde, no século XVII ensinava-se a cadeira de astronomia no colégio e convento de Santo Antão em Lisboa, actual hospital de São José, ministrada pelos Jesuítas. Este ensino funcionou até 1759, altura em que as reformas pombalinas do reinado de D. José I se implementaram, sobretudo em Coimbra, na revisão dos estatutos da Universidade de 1772, data em que se pensa pela primeira vez na criação do primeiro observatório astronómico do país.

É porém e ainda no século XVIII no reinado de D. Maria I que surgem os primeiros observatórios astronómicos em Lisboa. O observatório astronómico é um edifício onde se observam os astros e se estuda a meteorologia. Embora já existissem na Antiguidade, no Egipto e em Alexandria, na Europa os observatórios astronómicos surgiram no século XVI, na Alemanha em Hesse e pelo patrocínio de príncipes como Guilherme IV.

Em Lisboa o primeiro que se tem notícia foi o da Academia de Ciências, instalado no Castelo de São Jorge e inaugurado a 3 de Janeiro de 1787, seguindo-se o Real Observatório da Marinha criado a 18 de Março de 1798, mas que por razões da sua localização, junto ao Tejo, não tornou viável a correcta observação dos astros. Em 1854, no jardim botânico na Escola Politécnica foi criado o observatório meteorológico Infante D. Luís e em 1875 o observatório astronómico real , ambos integrados actualmente no Museu da Ciência da Faculdade de Ciências de Lisboa. Também desta época foi concebido o observatório da rua da Bempostinha, localizado em frente ao Paço da Bemposta, onde já funcionava a escola do exército.

Será no reinado de D. Pedro V, a 11 de Março de 1861, que se lança a primeira pedra para a construção do Observatório da Tapada, na Ajuda, em terrenos cedidos pelo rei, designado oficialmente como Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), iniciando-se um novo período ciêntífico na área da astronomia a par do desenvolvimento e progresso social, coincidente com a também expansão urbanística de novas zonas na cidade.

Finalmente em 1972, foi construído o observatório astronómico do planetário Calouste Gulbenkian ou comandante Conceição Silva situado em Belém, recuperado recentemente e que realiza sessões de observação astronómica.Actualmente o Observatório Astronómico de Lisboa, na Ajuda, tem como missão o acerto da hora legal, a investigação científica da Astronomia e Astrofísica, o ensino e a divulgação junto do público do seu património e acervo documental, fornecendo os necessários pareceres e esclarecimentos sobre acontecimentos astronómicos. in http:/revelarlx.cm-lisboa.pt

FOTO: Fotografando o eclipse do sol na varanda do Observatório Astronómico da Tapada da Ajuda, foto atribuída a Joshua Benoliel, 1912-04, Arquivo Fotográfico Municipal.

1 comentário:

Anónimo disse...

é verdade...dentro do JB existe um observatorio que tem estado ao abandono e nele foram cometidos barbaridades...do tipo terem desmontado os aparelhos para umas filmagens e depois ninguem soube nem sabem montar aquilo de novo...