in Diário de Notícias, 29 de Janeiro de 2009
Operação urbanística. No Verão a proposta de Plano de Pormenor para o Parque Mayer e edifícios da Universidade de Lisboa na Rua da Escola Politécnica deverá entrar em fase de discussão pública. Ontem a sua elaboração foi aprovada pelo executivo municipal.
Oposição questionou a viabilidade financeira. O tempo começou a contar. Ontem a Câmara de Lisboa aprovou os termos de referência (as linhas com que o arquitecto se cose) para a elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer. Manuel Aires Mateus, o arquitecto vencedor do concurso de ideias promovido no ano passado pela autarquia da capital, tem agora 180 dias para elaborar uma proposta preliminar e posteriormente o plano de pormenor na sua versão definitiva. "Vamos abrir o Parque Mayer à cidade", disse ao DN.
Feitas as contas, o documento estará pronto para discussão pública no Verão. "É uma abordagem muito contida", disse a vereadora Helena Roseta a propósito das ideias que ontem foram apresentadas durante a reunião pública do executivo municipal. "Apesar de tudo, as coisas correram como deve ser. Foi feito um concurso de ideias, apurou-se um número restrito de propostas e destas foi escolhida a vencedora. Para o Capitólio, os procedimentos foram igualmente transparentes já que a solução encontrada também saiu de um concurso", sublinhou a representante do movimento Cidadãos por Lisboa.
Helena Roseta aproveitou a oportunidade para lembrar que "durante anos o Parque Mayer foi um sorvedouro de dinheiros públicos", referindo-se, por exemplo, aos 2,5 milhões de euros em honorários que a autarquia pagou ao arquitecto Frank Gehry pelos estudos que elaborou e que acabaram por não ser aproveitados. Sublinhe-se a propósito que Manuel Aires Mateus deverá receber 150 mil euros pelo trabalho. Este conhecido projectista que também é responsável, em co-autoria, com Frederico Valsassina pelo projecto do edifício do Largo do Rato, aponta a abertura do recinto do Parque Mayer à cidade como um dos aspectos estruturantes da solução que apresentou. "A criação de novas ligações do Parque Mayer à Rua do Salitre e à Praça de Alegria fazem dele mais um pedaço de cidade, apesar de este espaço continuar a ser uma zona recatada", sublinhou.
O Plano de Pormenor que abrange além do Parque Mayer os edifícios da Universidade de Lisboa (Museus da Politécnica e Jardim Botânico) prevê a construção de um hotel com 100 quartos, atrás do edifício do Capitólio, um teatro com cena à italiana e capacidade até 600 espectadores e a possibilidade de remodelação do Variedades. "A revista terá sempre lugar neste novo Parque Mayer", disse ao DN Aires Mateus que destacou igualmente a extensão do coberto vegetal como um factor determinante para a articulação do Parque Mayer com o Jardim Botânico.
FOTO: Maqueta da proposta vencedora para o Plano de Pormenor.
Sem comentários:
Enviar um comentário