Escavações estão a danificar o espaço verde recuperado há um mês
O Jardim das Cerejeiras Japonesas, junto ao Museu de Arte Popular, em Belém (Lisboa), está mais uma vez ameaçado - primeiro foi a falta de verbas da câmara municipal que obrigou a Associação de Amizade Portugal-Japão (AAPJ) a retirar as 181 árvores, que secaram por falta de manutenção; agora são as obras da Administração do Porto de Lisboa (APL), que estão a danificar o espaço verde, inaugurado em 2005."
O Jardim das Cerejeiras Japonesas, junto ao Museu de Arte Popular, em Belém (Lisboa), está mais uma vez ameaçado - primeiro foi a falta de verbas da câmara municipal que obrigou a Associação de Amizade Portugal-Japão (AAPJ) a retirar as 181 árvores, que secaram por falta de manutenção; agora são as obras da Administração do Porto de Lisboa (APL), que estão a danificar o espaço verde, inaugurado em 2005."
As escavações começaram no sábado e temo que já tenham destruído o sistema de rega subterrâneo", denuncia Leonilda Alfarrobinha, directora da associação. A AAPJ garante não ter sido informada sobre a realização desta obra e, ao confrontar o Porto de Lisboa, esta não foi capaz de esclarecer todas as suas dúvidas: "Falei com um responsável da APL que explicou não existir autorização escrita para se fazer estes trabalhos."
Ângelo Mesquita, director municipal de Ambiente Urbano da Câmara de Lisboa, por seu turno, contou ao DN que a autarquia foi informada das obras que têm como finalidade ligar os esgotos do novo hotel da Doca do Bom Sucesso à rede de saneamento: "Penso que haverá um compromisso da APL em reparar todos os estragos após o fim dos trabalhos." O DN tentou confirmar esta informação junto da APL mas, até à hora de fecho desta edição, não obteve qualquer esclarecimento.
Os trabalhos, a cargo do Porto de Lisboa, acontecem um mês depois de a AAPJ ter substituído as cerejeiras secas por novas árvores: "Estávamos na fase final da recuperação do jardim quando fomos surpreendidos com esta obra", desabafa Leonilda Alfarrobinha, lembrando que a APL e a autarquia investiram mais de 200 mil euros naquele espaço verde. E mesmo que a Administração do Porto de Lisboa compense os prejuízos resultantes da obra, isso não é suficiente para garantir a sobrevivência do Jardim das Cerejeiras.
Ângelo Mesquita diz que a manutenção do espaço verde por parte da câmara pode estar comprometida, uma vez que a AAPJ não consultou a autarquia durante o processo de replantação das cerejeiras: "Desconhecemos se as espécies são compatíveis com as condições climatéricas daquele local e, caso isso se verifique, não poderemos assegurar a conservação do jardim." in Diário de Notícias, 29 de Janeiro de 2009
FOTO: Um Jardim de Cerejeiras Japonesas mortas? Agosto de 2007.
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