Espaço de hortas aberto à comunidade conquista cada vez mais adeptos
Isabel Santos há muito que tinha o "bichinho da terra, mas confessa que ser "agricultora" é um trabalho mais duro do que pensava A nova vaga de jovens agricultores que cultiva as hortas do Museu do Traje está a dar um novo colorido aos talhões. Há morangos, maracujás, groselhas e ervas aromáticas. E os espantalhos de trapos, para afugentar as aves, foram trocados por dezenas de CD"s.
É a irreverência de quem pouco ou nunca pegou numa enxada, mas que, pelo prazer de mexer na terra numa cidade cada vez mais betonizada , escolheu ser agricultor nos tempos livres e não tem medo de experimentar, errar e de voltar a tentar até acertar. São recém-aposentados, professores universitários, arquitectos, famílias inteiras.
Onde antes só havia batatas, cenouras, couves, cebolas e alfaces, há agora uma variedade de espécies novas nas hortas do Museu. Há morangos, maracujás, groselhas, cebolinho, manjericão e muitas outras ervas aromáticas.
Mas há outras marcam que atestam a presença de sangue novo a amanhar a terra. Entre os espantalhos, os trapos pendurados em paus ou os sacos de plástico para manter os pássaros ao largo, existem também talhões com CD"s a rodopiar ao vento. E, à primeira vista, os reflexos criados pelo sol, parecem resultar mais do que o boneco de palha, estático, de braços abertos e vestido com roupas XXL.
Isabel Santos faz parte da nova vaga de agricultores inexperientes, mas com muita vontade de proporcionar a si própria alguns momentos ao ar livre, dentro da capital, mas sem sentir uma ponta sequer do bulício normal - e tantas vezes infernal - de uma cidade.
"Nasci e cresci no campo, mas nunca cheguei a colocar as mãos na terra. Mas o bichinho ficou cá", confessa Isabel Santos, natural de Penamacor, na Beira Baixa. O pequeno talhão no Museu do Traje pertence a uma amiga, mas Isabel ajuda sempre que pode.»
In Jornal de Notícias (8/2/2011)
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