O que Mudaria em Lisboa - João Belard Correia, Eng. do Território
Mudava o modo como se faz reabilitação. É preciso mais do que apenas deixar fachadas e destruir os interiores, e por vezes adicionar pisos novos com claras dissonâncias do edifício original. Também não podemos apenas reabilitar com projectos de gentrificação. É preciso que exista o cuidado de preservar a alma dos sítios, dos bairros e das diferentes Lisboas, e onde as pessoas são um activo fundamental. A regeneração urbana não visa apenas a vertente material ou socioeconómica, visa a concretização da ideia de qualidade de vida e sustentabilidade dos espaços adaptados às actividades humanas. Deve ser vista como um processo que concretize os diversos objectivos, nas várias dimensões e horizontes temporais, e não apenas a intervenção material. A maior parte destas operações serão complexas, por envolverem uma grande heterogeneidade de proprietários, sendo necessárias equipas multidisciplinares. É precisa uma conjugação virtuosa de soluções que permitam os diversos tipos de reabilitação e regeneração urbana, e que permitam que Lisboa seja alvo de verdadeiras reabilitação e regeneração. in PÚBLICO, 11 Mar 2012 Edição Lisboa
Foto: Chiado, epicentro da gentrificação. Rua Ivens, 1-15, um exemplo, entre muitos da pobre cultura de "fachadismo" cada vez mais incentivada pela CML.
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