Pancho Guedes — Vitruvius Mozambicanus
Museu Colecção Berardo [18 Maio 16 Agosto]
Centro Cultural de Belém
Aberto todos os dias, das 10h às 19h. Entrada gratuita
Museu Colecção Berardo [18 Maio 16 Agosto]
Centro Cultural de Belém
Aberto todos os dias, das 10h às 19h. Entrada gratuita
«Em toda a parte as cidades estão a perder as suas personalidades e começam a parecer-se umas com as outras, quase como os aeroportos. Não é através de regras, dogmas, ditames, piruetas ou assasinatos que a cidade será devolvida aos seus cidadãos. Só através do poder da imaginação a cidade se tornará maravilhosa.
Os passeios da minha infância - aqueles passeios portugueses em calçada preta e branca - deram-me a possibilidade de ver como uma cidade pode ser transformada numa cadeia de delícias.
Quando voltei a casa vindo de África pela primeira vez, aos seis anos, as ruas íngremes, os elevadores disfarçados de eléctricos horizontais, e os eléctricos propriamente ditos, barulhentos e com campainhas a tinir, os pátios e átrios de pastelarias e cafés, a Rossio movimentado, atafulhado com fontes, com a sua enorme coluna, os anúncios, os sinais de trânsito (cheios de pombos) e o enorme e plano Terreiro do Paço (uma imensidão a seguir à grelha apertada da Baixa pombalina) fizeram-me compreender Lisboa e viver nela como se fosse a minha casa.»
Nesta exposição, Pancho Guedes (n. 1925, Lisboa) reúne a sua prodigiosa e original produção de desenhos, quadros e esculturas e mostra como estes contribuíram para as formas, as ideias e o espírito das muitas arquitecturas diferentes e pessoais que criou. A sua ligação com África, sobretudo com Moçambique, permitiu que Pancho se libertasse dos constrangimentos mais restritos das ideias habituais sobre a arte. Uma exposição de um autor muito especial. A não perder!
FOTO: Rua Rosa Araújo, 32 (demolido em Junho de 2008). Lisboa perde personalidade sempre que ocorre a demolição de património arquitectónico.
Sem comentários:
Enviar um comentário