A Associação Espaço e Memória, de Oeiras, sugere a criação de um museu e a organização de visitas guiadas no Verão ao "degradado" farol do Bugio, para recuperar e aproveitar aquele espaço com mais de 400 anos de história.
Numa visita guiada organizada pela associação, mediante autorização da Direcção-Geral de Faróis, é possível ver brechas na estrutura, antigos instrumentos ferrugentos e esquecidos, e entulho acumulado naquilo que eram, antigamente, as casas dos faroleiros e na capela do farol.
"O que justifica a existência do Bugio não está lá como demonstrativo a quem o visite, porque enquanto espaço de fortificação é preciso puxar muito pela imaginação para compreender o que se lá passava, e enquanto farol já não tem faroleiros, nem está lá o que fazia parte do seu quotidiano: as casas, os geradores, as comunicações", descreve Joaquim Boiça, presidente da associação, citado pela Lusa.Filho, neto e bisneto de faroleiros, Joaquim Boiça acredita que o Bugio "poderia ser, com a boa vontade de algumas instituições, um dos espaços mais emblemáticos para visitar na cidade de Lisboa".
A associação acredita que "nos meses de Primavera e Verão seria possível organizar visitas", de modo "a dinamizar aquele espaço, dar a conhecer e preservar parte das memórias que ainda lá estão, sobretudo na zona da capela". Joaquim Boiça defende "uma museografia diferente para aquele espaço, pensada para acolher exposições sazonais".
No entanto, lembra que, há dez anos, quando aquele farol foi alvo de obras de recuperação pela última vez, "o processo foi complicado": "Foi necessário sentar à mesa cerca de 20 instituições para recuperar o farol, que ameaçava ruir." Construído para defender a entrada de Lisboa, o forte do Bugio ficou concluído em 1657. Desde cedo começa a servir também de farol, albergando faroleiros até ao final da década de 80 do século passado.» In Público (30/8/2010)
Nota: o Jardim Botânico não está sózinho no seu cenário de abandono - é verdadeiramente lamentável que o património cultural da nossa cidade esteja assim votado ao esquecimento. Felizmente há cada vez mais movimentos cívicos de defesa do património!