Visita Guiada ao Palácio Vilalva em Lisboa
DATA: 25 de Maio - 11H
LOCAL: Largo de São Sebastião da Pedreira, Lisboa
GUIA DA VISITA: Coronel Geraldo (Director do Jornal do Exército)
ORGANIZAÇÃO: Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB)
INSCRIÇÃO: Visita limitada a 30 participantes. É necessário inscrição prévia para amigosdobotanico@gmail.com ou TM: 935 587 982.
O Palácio Vilalva, também conhecido como Palácio José Maria Eugénio ou Palácio de São Sebastião da Pedreira, foi a antiga residência da Família Eugénio de Almeida.
As origens do actual edifício remontam ao ano de 1730 quando o seu primeiro proprietário, o arquitecto francês Fernand Larre (Provedor dos Armazéns de D. João V), decidiu levantar neste local a sua residência. Este palácio, com vasta área arborizada anexa - a Quinta da Provedoura - passou depois para os herdeiros de Larre que o beneficiaram interiormente recorrendo ao famoso estucador milanês Giovanni Grossi e a outros artistas italianos como Félix Salla, Biel e Gomassa.
Em 1859 a propriedade passou para o grande capitalista José Maria Eugénio de Almeida (1811-1872), um dos sócios do «Real contrato do tabaco, sabão e pólvora», que logo iniciou a sua reedificação e ampliação, conforme hoje o vemos. O projecto foi da autoria do arquitecto francês Jean Colson. Os relevos escultóricos da fachada são do escultor francês Anatole Calmels (no tímpano do frontão uma composição representa as Artes e as Ciências numa alegoria "Estímulo para o Estudo"). O desenho e execução do parquet foi entregue ao famoso belga Joseph Godefroy e as serralharias artísticas vieram da oficina Parisiense de Alexandre Bertrand. Notável também é a grande Bibiloteca com estantes esculpidas em carvalho maciço. José Maria Eugénio teve um envolvimento muito activo em todas as fases do projecto, escrevendo cartas aos fornecedores e artistas estrangeiros. De facto, este palácio contém um conjunto notável de interiores oitocentistas, seguindo o gosto de Paris e Bruxelas:
No contexto da sociedade portuguesa do século XIX, a relevância e o estatuto alcançados pelos membros da elite social eram acompanhados por um trem de vida com sublinhados de conforto e de distinção que se manifestavam na exuberância dos palácios, nos rituais de sociabilidade, na elegância do vestir e, claro está, no requinte decorativo dos espaços de residência. Adquirido em 1859, o Palácio de São Sebastião da Pedreira foi a residência principal da família Eugénio de Almeida em Lisboa. A ornamentação dos interiores constituiu também um instrumento de afirmação do estatuto social dos seus promotores, agora pela via da estética e da arte, au goût de Paris e Bruxelas. (Isabel Mendonça, FCSH-UNL)
O parque fronteiro aos jardins do palácio - Parque de Santa Gertrudes - estendia-se então até à actual Avenida de Berna num total de 86000 m2 e era inteiramente rodeado de muro ameado. O parque, com projecto inicial de 1864 do arquitecto português Valentim Correia, teve a sua plantação iniciada em 1866 sob a direcção do jardineiro suiço Jacob Weifs. Em 1866 é entregue ao arquitecto italiano Giuseppe Cinatti o projecto da construção de luxuosas cocheiras e cavalariças num estilo que sugeria um castelo inglês (separadas do palácio pela Avenida Duque de Ávila). Em 1920 estas cocheiras seriam transformadas em habitação pelo Arquitecto Raul Lino, servindo de residência particular dos herdeiros até aos dias de hoje. No Parque de Santa Gertrudes esteve instalado o Jardim Zoológico de Lisboa entre 1890 a 1909.
Nos princípios de 1946 o Estado adquiriu o palácio ao bisneto Vasco Maria Eugénio de Almeida, 2º Conde de Vilalva, realizando-se durante os dois anos seguintes obras de beneficiação e de adaptação à nova função. Estes trabalhos foram dirigidos pelo arquitecto António Quirina e os engenheiros João de Deus Pimentel e Filipe Ribeiro. A 28 de Agosto de 1948 o edifício foi oficialmente inaugurado como Quartel-General do Governo Militar de Lisboa, no qual permaneceu até à sua extinção a 15 Julho de 2006. Desde 2007 o Palácio Vilalva alberga o Centro de Finanças Geral (CFG), a Inspecção Geral do Exército (IGE), o Conselho Superior de Disciplina do Exército (CSDE) e o Jornal do Exército (JE).