quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Com os melhores cumprimentos,
Manuela Correia
LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO
Rua da Escola Politécnica, 58
1250-102 Lisboa Tel./Fax: 21 392 18 28
O JARDIM BOTÂNICO está no 2012 WORLD MONUMENTS WATCH
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«Sobreiro já é a Árvore Nacional»
A partir desta quinta-feira, o sobreiro é a Árvore Nacional de Portugal, depois de um projecto de resolução aprovado, por unanimidade, na Assembleia da República e de uma petição pública com 2291 assinaturas. A petição para consagrar o sobreiro (Quercus suber) como um dos símbolos do país foi lançada em Outubro de 2010 pelas associações Árvores de Portugal e Transumância e Natureza. Hoje, passado pouco mais de um ano, o sobreiro conquistou o hemiciclo. “A partir de agora, abater um sobreiro não será apenas abater uma árvore protegida, mas sim, um símbolo nacional”, disse ao PÚBLICO o deputado socialista Miguel Freitas, relator do projecto. “O consenso total na Assembleia da República foi muito importante”, acrescentou. O sobreiro é espécie protegida pela legislação portuguesa desde 2001. Mas essa protecção não foi suficiente para travar a regressão da árvore em território português, motivada por “práticas erradas, nomeadamente de mobilização de solo que danificam as raízes, e doenças ou a combinação das duas situações”, salientou Miguel Rodrigues, da associação Árvores de Portugal. Além disso, “a lei que protege o sobreiro está constantemente a criar situações de excepção para empreendimentos que permitem o abate de árvores”.
Miguel Rodrigues adianta que, depois da criação de um logótipo simbólico, será estudada a criação de uma “plataforma de trabalho que abranja tudo o que tem a ver com o sobreiro, desde associações a câmaras, universidades, indústrias e Estado. Actualmente não há integração de conhecimentos para suprir as necessidades”. O sobreiro, árvore mediterrânica com mais de 60 milhões de anos, ocupa uma área de cerca de 737.000 hectares dos mais de 3,45 milhões de hectares de floresta em Portugal, segundo o último Inventário Florestal Nacional, de 2006. Hoje é responsável por 10% das exportações nacionais. “De momento, a cortiça é um dos produtos mais importantes da economia nacional”, salientou o deputado Miguel Freitas.
Mas a sua importância não se esgota na cortiça. “Esta árvore representa o montado, um dos ecossistemas mais importantes da Europa e as espécies ameaçadas que dele dependem”, acrescentou. in Público, 22.12.2011 Helena Geraldes
domingo, 18 de dezembro de 2011
Concerto na Igreja do Menino Deus: 20 Dez 21H - MAGNIFICAT
Eurico Carrapatoso: “Magnificat em Talha Dourada”
Grupo Vocal e Instrumental Olisipo
Angélica Neto - Soprano
Grupo Vocal Olisipo
Elsa Cortez e Mónica Monteiro – Sopranos
Maria Luísa Tavares e Susana Moody – Contraltos
Sérgio Peixoto e João Sebastião – Tenores
Armando Possante e Hugo Oliveira – Baixos
Grupo Instrumental Olisipo
Tiago Neto - Violino I
Ana Margarida Sanmarful - Violino II
Teresa Fernandes – Viola
Teresa Rombo – Violoncelo
Marta Vicente - Contrabaixo
António Carrilho - Flauta I
Sofia Norton - Flauta II
Jenny Silvestre – Cravo
Angélica Neto - Soprano
Grupo Vocal Olisipo
Elsa Cortez e Mónica Monteiro – Sopranos
Maria Luísa Tavares e Susana Moody – Contraltos
Sérgio Peixoto e João Sebastião – Tenores
Armando Possante e Hugo Oliveira – Baixos
Grupo Instrumental Olisipo
Tiago Neto - Violino I
Ana Margarida Sanmarful - Violino II
Teresa Fernandes – Viola
Teresa Rombo – Violoncelo
Marta Vicente - Contrabaixo
António Carrilho - Flauta I
Sofia Norton - Flauta II
Jenny Silvestre – Cravo
IGREJA DO MENINO DEUS - Largo do Menino Deus
APOIO: Patriarcado de Lisboa, Congregação de São José de Cluny, Teatro Nacional de São Carlos, URBANOS – Division of Fine Arts, Solar do Castelo/Hotéis Heritage Lisboa, Palácio Belmonte
ENTRADA LIVRE
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Petição "Lisboa e o país precisam do Cinema Odéon"
Petição "Lisboa e o país precisam do Cinema Odéon", em boa hora lançada por um conjunto de personalidades a quem não é indiferente a alteração profunda e irreversível deste magnífico edifício infelizmente bastante desprezado pela CML. No entanto é uma verdadeira jóia da cidade, mas que permanece abandonada desde os anos 90 e se mantém desconhecida, e esquecida, da maior parte das pessoas. A petição está disponível para subscrição no sítio:
Por favor, subscreva-a e divulgue-a pelo maior número possível de amigos de Lisboa e do seu património. Obrigado.
O Nosso Bairro: CINEMA ODÉON
Figuras públicas assinam petição em defesa do património da cidade
Carrilho e Jorge Silva Melo assinam petição para salvar Cinema Odeon
Por Ana Henriques in Público
O ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho é um dos signatários de uma petição destinada a impedir a transformação do Cinema Odeon, em Lisboa, num recinto comercial. A câmara emitiu recentemente um parecer prévio favorável sobre o projecto, que prevê a manutenção da fachada e de alguns elementos interiores considerados mais marcantes, como o tecto de madeira e o frontão do palco. No caso dos emblemáticos varandins metálicos rendilhados do edifício, a solução encontrada pela família proprietária do cinema passa pela construção de réplicas. A ideia é que no recinto funcionem várias lojas viradas para a cultura, como uma livraria de primeiras edições e uma loja de discos especializada em música contemporânea. Os planos aprovados pela câmara contemplam também uma sala de exposições, uma leiloeira de arte, uma enoteca e uma loja gourmet, além de um parque de estacionamento subterrâneo. Os signatários da petição, que reúne nomes como Raquel Henriques da Silva, Jorge Silva Melo e o arquitecto José Manuel Fernandes, instam o Governo e a autarquia a encontrarem "uma solução para o Cinema Odeon que dignifique a cidade, o país e o património", em vez de aceitarem a transformação do recinto "em centro comercial e estacionamento". Se não for possível a manutenção do cinema, ao menos que não se destrua o miolo do edifício, pede-se na petição pública.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Caderno dos Amigos do Botânico
Produção: Serrote para a Liga dos Amigos do Jardim Botânico
Impressão: tipografiaTiragem: 1000 exemplares numerados
Dimensões: 12 por 7 cm
Papel: reciclado (liso)
Preço: 4 euros
Impressão: tipografiaTiragem: 1000 exemplares numerados
Dimensões: 12 por 7 cm
Papel: reciclado (liso)
Preço: 4 euros
Não percam a oportunidade de adquirir um ou mais exemplares, pois a edição é limitada. As receitas da venda deste caderno de notas serão investidas em melhoramentos no jardim. Ofereça um presente de Natal que, para além de ser um objecto especial, ajuda o Jardim Botânico! Nas próximas 2ª feiras de Dezembro poderá dirigir-se à sede da LAJB, onde teremos muito gosto em recebê-lo(a). Também é possível enviar à cobrança. Se está interessado em comprar, ou vender, escreva para amigosdobotanico@gmail.com
Graças à colaboração de alguns espaços comerciais, o nosso Caderno também se encontra para venda nos seguintes locais em Lisboa:
Zeppelin - Rua da Rosa 40 (Bairro Alto)
Loja de História Natural - Rua do Monte Olivete, 40 (Princípe Real)
Livraria Carpe Diem - Rua de O Século, 79
Tsuru - Rua da Esperança 24 (Madragoa)
Loja de História Natural - Rua do Monte Olivete, 40 (Princípe Real)
Livraria Carpe Diem - Rua de O Século, 79
Tsuru - Rua da Esperança 24 (Madragoa)
Temperamento -Rua da Madalena 182B
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sábado, 10 de dezembro de 2011
JARDIM BOTÂNICO: «protejamos o nosso jardim!»
Sabia que o paraíso cabe entre o Príncipe Real e a Avenida da Liberdade? Um Éden de 4,2 hectares com uma vegetação luxuriante, com 1493 espécies e a primeira estufa de criação de borboletas da fauna ibérica? Um refúgio na cidade, um transformador de CO2, um espaço idílico para piqueniques, leituras demoradas e sestas deliciosas? e se lhe disséssemos que o nosso Jardim Botânico foi seleccionado para a World Monuments Watch, uma organização dedicada à preservação de lugares da herança cultural de todo o mundo? Um aplauso! Protejamos o nosso jardim.
in Guia CONVIDA, Bairro Alto & Príncipe Real, Nov. 2011 - Maio 2012, pág. 25
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
O Nosso Bairro: «Príncipe Real Live»
Revitalizar a cidade. Príncipe Real Live anima noites lisboetas
Esta é já a 6.ª edição deste evento que promete criar o conceito de bairro “cool” em época natalícia
Desde a Praça do Príncipe Real, passando pela Rua da Escola Politécnica, até à Rua D. Pedro V, animação não irá faltar na cidade de Lisboa. Nos dias 8, 9 e 10 de Dezembro cerca de 30 lojistas irão ter as portas abertas até às 23 horas, ao mesmo tempo que estarão a decorrer diversas iniciativas de cariz cultural. Esta iniciativa tem como principal objectivo dinamizar a zona, promovendo-a como o melhor bairro para passear, fazer compras e viver.Nas ruas estará montada a iluminação nos troncos das árvores do Jardim na Praça do Príncipe Real, onde também será colocada uma árvore de Natal de grandes dimensões, que pretende ser um sinal de esperança, esculpida pelo artista plástico Alexandre Bobone. Para celebrar esta época – conotada tradicionalmente com família, partilha e união – será realizada uma angariação de peças de vestuário para bebés e de bens de primeira necessidade, como produtos alimentares para a associação sem fins lucrativos RISO (Rede Integrada de Solidariedade Social), que apoia a população da freguesia de Mercês.
Nas principais lojas e galerias destas ruas, irão decorrer exposições de arte, pintura, jóias, música ao vivo e momentos de degustação. Por exemplo, na loja Same Same Silver, na Rua da Escola do Politécnica, estará patente a exposição fotográfica “Caxemira – vida tecida” acompanhada de Masala Chai (chá de especiarias). No Orpheu Caffé, na Praça do Príncipe Real, irão decorrer diversas exposições de arte, enquanto que no espaço Munete – Interiores, Lda. será inaugurada a loja de mobiliário e objectos vintage de nome Sótão, com um serviço de cocktail e música jazz, no dia 8, às 19 horas.
Esta acção surgiu em 2008 com o evento “D. Pedro V está vivo”, realizado na Rua D. Pedro V, tendo sido uma ideia de Marcela Brunken, dona do Fabrico Infinito. A Eastbanc (promotora do evento actual), estendeu esta criação até à Rua da Escola Politécnica e criou então o conceito “Príncipe Real Live”.
A iniciativa decorre duas vezes por ano e, nesta edição em específico, a organização pretende voltar às raízes dos habitantes de Lisboa, recordando o Natal de épocas passadas, quando as compras eram feitas em comércio de rua e quando ainda mal se ouvia falar de centros comerciais.
Nestes dias, os visitantes poderão participar em actividades nos mais variados tipos de negócio, desde lojas de moda, design, livrarias, joalharias, lojas de decoração, floristas, garrafeiras, chocolatarias, casas de gelados, antiquários, uma casa de chá francesa e uma farmácia.
(in jornal «i»).
(in jornal «i»).
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Concerto: Igreja do Menino Deus 10 Dez 21h
Concerto no âmbito das Comemorações dos 300 ANOS da IGREJA do MENINO DEUS, dia 10 de Dezembro, sábado, às 21H:
«Pérolas da Música Antiga»
G.PhTelemann
Sonata em Ré menor, de Essercizii Musici nº 4/7, TWV 41: d4
Affettuoso/Presto/ Grave/ Allegro
J. S. Bach
Suite em Som Maior, BWV 1007 (violoncelo solo)
Prélude/ Allemande/ Courante/ Sarabande/ Menuet I & II/ Gigue
G. F. Händel
Sonata em Dó Maior , Op. 1, No. 7, HWV 365
Larghetto/Allegro/Larghetto/A Tempo di Gavotta/ Allegro
Larghetto/Allegro/Larghetto/A Tempo di Gavotta/ Allegro
C.P.E. Bach
Sonata em lá menor, Wq 132 (flauta solo)
Adagio/ Allegro/ Allegro Assai
Adagio/ Allegro/ Allegro Assai
J. J. Quantz
Sonata em Ré Maior, QV 1:47
Cantabile ma com affetto/ Allegretto di molto, ma fiero/ Vivace
Cantabile ma com affetto/ Allegretto di molto, ma fiero/ Vivace
OS MÚSICOS DO TEJO
António Carrilho – flauta de bisel
Paulo Gaio Lima – violoncelo
Marcos Magalhães – órgão
António Carrilho – flauta de bisel
Paulo Gaio Lima – violoncelo
Marcos Magalhães – órgão
Concerto de entrada livre.
IGREJA DO MENINO DEUS - LARGO DO MENINO DEUS – LISBOA
Transportes: eléctricos 12 (Praça da Figueira), 28 e autocarro 737 (Praça da Figueira-Castelo)
APOIO: Patriarcado de Lisboa, Congregação de São José de Cluny, Teatro Nacional de São Carlos, Palácio Belmonte, URBANOS - Division of Fine Arts
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Quando um homem cria paraísos devemos chamar-lhe "jardineiro de Deus"
Gulbenkian e Centro Nacional de Cultura celebraram ontem o paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. Colegas do ensino e da política, alunos e amigos quiseram honrar o mestre e, sobretudo, o homemGonçalo Ribeiro Telles falou no fim, como compete ao homenageado. Com o auditório 2 da Gulbenkian cheio, com muitas pessoas de pé, o arquitecto paisagista a quem muitos chamam "mestre" admitiu o desconforto: "Nunca estive tão envergonhado para falar." Deram-lhe a palavra depois de um dia de testemunhos de alunos, discípulos, amigos e companheiros de vida política, uns monárquicos, como ele, outros não. "Conhecemo-nos no combate à ditadura e é curioso que, sendo ele um monárquico e eu um republicano dos sete costados, a nossa empatia tenha sido imediata", lembrou Mário Soares já na recta final do encontro Gonçalo Ribeiro Telles - Um Homem de Serviço, que a Gulbenkian e o Centro Nacional de Cultura (CNC) organizaram ontem em Lisboa. Pensador e político com um sentido cívico inultrapassável, defensor da liberdade e do direito à originalidade de ideias, disseram muitos dos oradores, Ribeiro Telles é, sobretudo, "uma pessoa extraordinária", sublinhou Soares: "Quando se fala do Gonçalo, há o problema dos afectos. Admiramo-lo pela sua verticalidade, pela sua obra, pela sua coragem, mas, mais do que isso, temos-lhe um afecto enorme pela pessoa que ele é.
"Aos 89 anos, o político que foi membro da Aliança Democrática (AD), governante e deputado, fundador do Partido Popular Monárquico (PPM) e do Movimento Partido da Terra, ou o arquitecto paisagista a quem devemos as reservas agrícola e ecológica nacionais, os jardins da Gulbenkian (com António Viana Barreto) e o Amália Rodrigues, sente que tem ainda uma palavra a dizer. "Quero ser útil ao momento presente", dissera ao PÚBLICO antes da intervenção final. E ser útil hoje é falar do despovoamento do mundo rural, da morte lenta das cidades, da "paisagem que é ainda um problema", porque os políticos, desinformados, continuam a dizer que querem defender os ecossistemas e a achar, ao mesmo tempo, que um eucaliptal é uma floresta: "Eles não sabem que nos eucaliptais não cantam os passarinhos e na floresta sim." O que é que lhes falta para saber olhar para o território? "Andar a pé, conhecer o país inteiro, as pessoas", responde este homem para quem "é mais fácil deixar marcas na paisagem do que nas pessoas".
Saber falar com as pessoas é uma das qualidades deste paisagista afável e atento, garantiu o comentador político Luís Coimbra. E, para o provar, contou uma história dos tempos da AD. Andavam na estrada em campanha eleitoral quando Ribeiro Telles desapareceu. Como todos estavam já à espera para entrar nos carros, Coimbra decidiu ir procurá-lo.
Mais bosques e mais hortas
"Chovia muito e eu fui dar com ele à porta de uma vacaria, a explicar aos agricultores que era melhor deixar os animais à solta no pasto do que alimentá-los com rações", lembrou Coimbra, com quem o arquitecto paisagista se cruzou pela primeira vez em meados dos anos 60. Para ele, Ribeiro Telles é um "político falhado" a quem reconhece "convicções firmes" e uma liberdade de pensamento inegociável. Porquê um político falhado? Coimbra esclarece: porque, apesar de ter razão, "as suas ideias para um desenvolvimento sustentado de Portugal ficaram para trás", por falta de inteligência de governos e governantes. É precisamente a inteligência que falta a muitos que António Barreto, Guilherme d"Oliveira Martins e Eduardo Lourenço elogiaram neste homem de família, professor e cidadão que tem formado gerações através do exemplo e defendendo sempre "o ambiente como uma causa total", disse Augusto Ferreira do Amaral, dirigente do PPM.
Avesso aos jogos partidários, o paisagista tem sido essencialmente, segundo Freitas do Amaral, "um homem bom", que encarou a política como acto de cidadania e "a ecologia como a causa de uma democracia reformista". Se Portugal cumprisse a "excelente legislação" que Ribeiro Telles ajudou a fazer, defendeu o professor de Direito, "sem violações e sem excepções superiores à regra, seria incomparavelmente melhor".Teria, certamente, mais "lugares de paz e sossego, mais bosques e hortas", garantiu o sociólogo António Barreto, que foi seu colega de Governo, numa comunicação intensa, em que não se cansou de falar da independência de Ribeiro Telles e da sua paixão pela cidade. "Homem generoso e doce, mas firme", disse-o várias vezes Barreto, vê em cada espaço verde desperdiçado e em cada ribeira destruída uma derrota. Voz activa na sociedade portuguesa há mais de 50 anos, Ribeiro Telles foi muitas vezes ignorado, acrescentou o sociólogo, mas o tempo deu-lhe razão. E teve um raro privilégio, concluiu Barreto: "Realizou um dos grandes sonhos dos homens cultos - fez jardins.
"Jardins que são tentativas de paraíso, lembrou Eduardo Lourenço, defendendo que o paisagista é um "poeta da relação com a Terra", um "utopista novo": "Gonçalo Ribeiro Telles é uma mistura do ecologista-mor que foi Francisco de Assis com o botanista maravilhoso e romancista fantástico que foi Jean-Jacques Rousseau." Para que não restassem dúvidas, o ensaísta fez questão de explorar este paraíso que o arquitecto foi trabalhando e falou da paisagem como se ela fosse a cara humana que a natureza nos reenvia. "Sempre tentámos criar com as nossas próprias mãos o paraíso", insistiu o ensaísta. Ribeiro Telles tentou tanto e tão bem que merece um título especial - Lourenço chamou-lhe "o jardineiro de Deus". Por Lucinda Canelas in Público
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UNESCO: barragem do Tua tem "impacto irreversível" no Património Mundial
Relatório de missão consultiva realizada em Abril deste ano já foi remetido ao Governo de Passos Coelho em Agosto, mas permanece no silêncio dos gabinetes
O Comité do Património Mundial da UNESCO considera que a construção da barragem de Foz Tua tem um "impacto irreversível e ameaça os valores" que estão na base da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial. Esta é uma das conclusões do relatório da missão consultiva que, a solicitação do Governo português, visitou o local no início de Abril e que aponta ainda para outros impactos negativos e graves do empreendimento. O documento foi produzido pelo Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património que é o órgão consultivo daquele comité da UNESCO.
O relatório, a que o PÚBLICO teve acesso, foi concluído em finais de Junho e remetido ao comité, que o enviou depois para as autoridades portuguesas já em Agosto, por protocolo diplomático, via Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas permanece ainda no segredo os gabinetes, não sendo conhecida qualquer reacção ou resposta do Governo. Além de analisar os impactos e as consequências do avanço da obra para a área de paisagem classificada como património da humanidade, o relatório critica também duramente o comportamento das autoridades portuguesas. A este propósito sublinha que, durante todo o processo de análise e aprovação do projecto da barragem, o Estado português não adoptou os procedimentos a que está obrigado perante a UNESCO no âmbito da classificação obtida há dez anos, que se cumprem já no dia 14 deste mês.
"Cremos que as orientações da UNESCO, recomendando "relatórios específicos e estudos de impacto de cada vez que ocorram circunstâncias especiais", não foram seguidas, já que "toda a informação deve ser fornecida o mais rapidamente possível e antes da tomada de decisões que se possam tornar difíceis de reverter", para que o comité possa participar na procura de soluções que assegurem a completa preservação dos valores protegidos", lê-se no documento.
Quanto às conclusões, o relatório não deixa também margem para dúvidas: "Tendo em conta a proposta do Estado com vista ao desenvolvimento da barragem de Foz Tua localizada na paisagem cultural do Alto Douro Vinhateiro, não podemos deixar de concluir que terá um impacto irreversível e ameaça o valor excepcional universal [que é o fundamento da classificação da UNESCO].
"Apesar dos esforços das autoridades portuguesas e da EDP (a dona da obra) para minimizar os impactos, através de várias alterações ao projecto, o relatório nota que nunca os estudos de avaliação "levaram em conta os impactos nos bens culturais protegidos". Por isso, conclui, "não se pode considerar que a revisão dos planos respeite a paisagem do Alto Douro que foi inscrita na lista do Património Mundial". O relatório socorre-se do próprio projecto da obra para referir que o vale do Tua "tem um alto valor ecológico e cenográfico" associado aos parâmetros culturais e biofísicos que caracterizam a estrutura dinâmica da região, o que leva irremediavelmente à conclusão de que "tudo isto contribui para que o avanço do projecto tenha um impacto adverso e irreversível nos valores de autenticidade e integridade e interesse universal" da região.
Classificação em risco
O pedido para a vinda de uma missão consultiva por parte do Estado português insere-se no âmbito das suas obrigações perante a UNESCO, deduzindo-se do teor do relatório que terão sido invocados vários argumentos a favor da ideia de não violação dos valores da classificação como Património Mundial. Um deles seria o de que o efeito da intervenção seria idêntico ao da construção das outras barragens já existentes ao longo do Douro. Um argumento que é liminarmente rejeitado, já que "o passado não é um meio adequado para justificar acções presentes". Já quanto à invocação de que a obra está já fora da área classificada - fica no limite -, a conclusão é de que "afecta inteiramente os valores Património Mundial".
Outro argumento era o do reduzido impacto visual face às características daquela zona do vale do Tua, mas o relatório considera que, mesmo concordando com a ideia, o conjunto da barragem e das restantes estruturas, incluindo as linhas para o transporte de energia, representam um impacto fortemente negativo. Quanto ao facto de o projecto ter sofrido várias alterações e incluir uma série de medidas para mitigar e compensar os impactos ambientais, a conclusão é a de que essa não é a questão que importa analisar: "O que é preciso saber é antes se a barragem deve ser construída.
"Outro dos argumentos utilizados pelo Estado português terá sido o de que a barragem será uma construção "elegante e de escala monumental" - a EDP divulgou recentemente que encomendou ao arquitecto Souto Moura o projecto da central hidroeléctrica -, mas a conclusão é a de que "representa um forte impacto para a Região do Alto Douro Vinhateiro, que pode implicar a perda do seu valor excepcional universal e uma séria ameaça para a sua autenticidade e integridade".
A este respeito refira-se que nos últimos anos se registaram dois casos em que a UNESCO retirou a classificação de Património Mundial. O mais recente foi o centro histórico da cidade alemã de Dresden, em 2009, devido à construção de um viaduto. Cerca de um ano antes, também a foi retirada a classificação a um sítio natural do emirado de Omã. Aqui foi o próprio Estado árabe a pedir a saída por causa da exploração de petróleo no local.
No caso do Tua, tudo indica que o relatório que está agora na posse do Governo será analisado durante a próxima reunião anual do Comité do Património Mundial da UNESCO, que costuma realizar-se em Junho ou Julho. Isto, se até lá não forem adoptadas medidas para alterar a situação. Por José Augusto Moreira in Público
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011
CONTRA A BARRAGEM DE FOZ TUA
PROTESTO CONTRA A BARRAGEM DE FOZ TUA - Marquês de Pombal junto à EDP 6 de Dezembro Terça, ás 10 horas. NÃO VAMOS PERDER ESTA OPORTUNIDADE DE RECLAMAR PELA PROTECÇÃO DOS INTERESSES DO NOSSO PAÍS!!
Sabes que:
- Se o Programa Nacional de Barragens avançar, isso irá implicar um acréscimo de pelo menos 10% na factura da electricidade, sem qualquer benefício para a generalidade dos cidadãos;
- Se o Programa Nacional de Barragens avançar, irá custar aos consumidores e ao... Estado (ou seja a todos nós) entre 16 000 e 20 000 milhões de euros (perto de 2000€ por português);
- O que iríamos ganhar em termos energéticos com novas barragens é quase nada (0,5% da energia do País com todo o Programa, correspondendo Foz Tua a uns míseros 0,1%);
- A construção da barragem de Foz Tua terá consequências sociais graves e contribuirá para o despovoamento da região, já empobrecida, do Vale do Tua;
- Vão ser destruídos valores com um potencial turístico e patrimonial inestimável, nomeadamente o Vale e a linha do Tua;
- O impacte ambiental destas novas grandes barragens é impossível de compensar e irreversível, pela degradação da qualidade da água, destruição de solos agrícolas, de paisagens únicas e de ecossistemas raros;
- O investimento em projectos de eficiência energética custa 10 (dez) vezes menos por kWh produzido do que o investimento em novas barragens;- Parar a barragem de Foz Tua agora é 30 (trinta) vezes mais barato do que deixá-la avançar e pagar a posteriori os custos de uma electricidade inútil e caríssima;
- Sendo certo que a hidroelectricidade é uma parte importante do mix energético nacional, já temos hoje 67 grandes centrais hidroeléctricas, 10 das quais equipadas com sistemas de bombagem; muitas barragens existentes estão a ser ou podem vir a ser reequipadas para maior produção;
NÃO PRECISAMOS DE BARRAGENS NOVAS. Vamos dizer à EDP que não permitimos a DESTRUIÇÃO DO NOSSO PATRIMÓNIO E DA NOSSA IDENTIDADE através da construção de mais uma barragem inútil , sem quaisquer beneficios energéticos, sociais, ambientais ou financeiros para o país! Não queremos matar a centenária Linha Ferroviária do Tua, quer pelo seu valor patrimonial, quer pela importância para a mobilidade local, quer pelo excelente potencial de desenvolvimento turístico que representa. Junta-te a nós no dia 6 de Dezembro, pelas 10h, junto à EDP no Marquês de Pombal, para protestar ruidosamente contra o Plano Nacional de Barragens e contra a destruição de mais um rio e um vale que pertence a todos. NÃO VAMOS PERDER ESTA OPORTUNIDADE DE RECLAMAR PELA PROTECÇÃO DOS INTERESSES DO NOSSO PAÍS!!
Um protesto: GEOTA, QUERCUS, LPN e COAGRET
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domingo, 4 de dezembro de 2011
«Nove razões para chumbar este plano do Parque Mayer»
Nove razões para chumbar este plano do Parque Mayer
Opinião
4 Dezembro 2011 Edição Público Lisboa
O Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente está para aprovação na Assembleia Municipal de Lisboa. Um plano de pormenor para esta zona é uma oportunidade única de inverter a tendência negativa e de abandono de algumas das áreas abrangidas pelo plano. Infelizmente muita da oportunidade do plano não foi ainda aproveitada. Assim importa chumbar esta versão na assembleia municipal e devolvêlo à câmara para que esta o reformule.
1. O Plano de Pormenor do Parque Mayer tem pouca qualidade, sendo que algumas das lacunas (quer ao nível dos elementos em falta, quer ao nível do conteúdo dos mesmos) só foram colmatadas após chamadas de atenção da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, outras entidades e de algumas das participações em sede de discussão pública;
2. Alguns dos estudos que acompanham o plano de pormenor são vagos, algo aliás reconhecido por diversas entidades em sede da conferência de serviços. O estudo hidrogeológico só foi feito posteriormente à discussão pública, e após diversas críticas de associações profissionais, associações cívicas e cidadãos terem questionado a ausência deste estudo;
3. A Câmara de Lisboa assumiu que áreas que hoje estão impermeabilizadas com parques de estacionamento e ocupações legais e ilegais de logradouros devem continuar a ser impermeabilizadas, desenhando e propondo novos arruamentos (um arruamento paralelo à Rua do Salitre e outro à Rua da Alegria). O plano opta por não aumentar a permeabilização de parte da sua área, e continuar a permitir mais impermeabilização, como são exemplos os edifícios recentes na Rua do Salitre. O aumento de impermeabilização é claramente contrário às ideias e valores de referência de impermeabilização de logradouros definido no actual e no futuro plano director municipal;
4. Crê-se que a criação de novos arruamentos no interior do quarteirão pouco deve trazer de novo e essencial à zona, dada a sua pouca atractibilidade e grandes diferenças de declive. Seria preferível melhorar as ruas existentes que fazem a ligação entre a parte baixa (Parque Mayer) e a parte alta (Rua da Escola Politécnica);
5. O plano propõe novas edificações praticamente encostadas ao muro do Jardim Botânico. O plano não possui normas de protecção a este recém-classificado monumento nacional, nomeadamente através da criação de uma zona de desafogo e protecção ao mesmo;
6. A versão final do plano abdica, positivamente, dos dois novos edifícios que anteriormente propunha para o Jardim. No entanto, não propõe alternativa, evitando reorganizar e repensar os usos e funções do edificado existente;
7. O plano de pormenor não tem nem um programa de execução, nem um plano de financiamento. Apenas existe uma estimativa dos custos por metro quadrado. Não sendo claro como e quando será executado o que consta do plano;
8. Também não constam quaisquer mecanismos de perequação compensatória de benefícios e encargos, entre os diversos proprietários na área do plano de pormenor. Disto resulta que o elo mais fraco ( Jardim Botânico) continuará num estado de declínio, principalmente por falta de fundos para obras, seja de recuperação, seja simplesmente de manutenção. Não consta da proposta do plano qualquer vínculo com receitas de impostos ou outras receitas que contribuam para um fundo de recuperação do Jardim (que urge ser criado), nem existência de uma estimativa global dos valores que o referido fundo deve ter em conta no seu dimensionamento;
9. Conforme admitido nos debates da discussão pública, o modelo actual de financiamento/ gestão do Jardim Botânico não funciona. A Universidade de Lisboa não tem conseguido inverter o declínio do jardim, e a Câmara de Lisboa não quis ser mais que um actor secundário no Plano de Pormenor do Parque Mayer, não aproveitando as potencialidade de fazer um plano de pormenor para esta área.
João Belard Correia
Engenheiro do Território
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
«contra o fecho da carreira 18 dos eléctricos»
Caros Amigos,
Foi lançada a petição online: «contra o fecho da carreira 18E dos eléctricos.»
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N17080
Pedimos o favor de lerem, assinarem e divulgarem.
Não faz sentido nos dias de hoje "matar" os eléctricos, verdadeiros ícones da cidade de Lisboa para além de serem meios de transporte colectivo não poluentes e amigos do ambiente.
Obrigado.
Foto: eléctrico na Praça do Comércio no início do séc. XX, pelo fotógrafo Paulo Guedes (1886-1947). Arquivo Municipal de Lisboa.
Foi lançada a petição online: «contra o fecho da carreira 18E dos eléctricos.»
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N17080
Pedimos o favor de lerem, assinarem e divulgarem.
Não faz sentido nos dias de hoje "matar" os eléctricos, verdadeiros ícones da cidade de Lisboa para além de serem meios de transporte colectivo não poluentes e amigos do ambiente.
Obrigado.
Foto: eléctrico na Praça do Comércio no início do séc. XX, pelo fotógrafo Paulo Guedes (1886-1947). Arquivo Municipal de Lisboa.
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