segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Praga das Palmeiras nos jardins de Lisboa

Praga das Palmeiras nos jardins de Lisboa
Informação sobre prevenção e tratamento
O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, preocupado com o rápido alastramento de uma praga das palmeiras provocada por um insecto, apela ao conhecimento da sintomatologia e sugere algumas medidas preventivas e de tratamento.

O Jardim Botânico produziu um folheto sobre esta questão, que sugere diversas medidas que visam o controle e erradicação desta parga, e que devem ser tomadas com carácter de urgência em todas as plantas e áreas afectadas.

A praga das Palmeiras é provocada por um insecto em expansão em Portugal. Não afecta nem o
ser humano nem os animais. Actua exclusivamente sobre plantas.

O insecto causador é o Rhynchophorus ferrugineus (Olivier, 1790), vernáculo Escaravelho-das-palmeiras, é um escaravelho do grupo dos curculionídeos (gorgulhos), originário da Ásia oriental e Polinésia, tendo-se expandindo para outras regiões ocidentais, Norte de África e mais recentemente também para o sul da Europa. Foi sinalizado no Algarve na segunda metade da década de 2000 onde já provocou avultadas perdas e prejuízos em espaços públicos e privados. Em 2010 foi sinalizado na parte norte da cidade de Lisboa. Actualmente está a devastar palmeiras nos concelhos de Cascais, Oeiras, Moita, Seixal, Palmela e Setúbal. É um insecto de grandes dimensões em adulto, 2-5cm, e também na forma larvar.

Para mais informações consulte o folheto aqui:


Foto: Palmeira das Canárias no Largo das Portas do Sol. Várias palmeiras no centro de Lisboa estão a morrer devido a esta praga. Já se vêm palmeiras mortas na Colina de Santana, bem perto do Jardim Botânico.

domingo, 27 de novembro de 2011

Exposição de Cogumelos e outros Fungos

Entre 1 e 7 de Dezembro o antigo Palmário do Jardim Botânico acolhe a exposição viva de Cogumelos e outros Fungos, que poderá ser visitada entre as 10:00 e as 17:00. Inauguração no dia 30 de Novembro às 17 horas.

Foto: cogumelo na Serra de Sintra

sábado, 26 de novembro de 2011

«Câmara manda averiguar reclamo ilegal»

O vereador Sá Fernandes, responsável pela publicidade exterior na Câmara de Lisboa, ordenou anteontem a "averiguação imediata do processo de licenciamento" de um reclamo que está instalado na cobertura do Hotel Vintage, na zona de protecção do Jardim Botânico. Conforme o PÚBLICO noticiou nesse dia, o dispositivo em causa não é o que foi aprovado pela autarquia em Novembro do ano passado, contra o parecer do Igespar, mais sim um outro, luminoso, rotativo e de grandes dimensões, montado ilegalmente há perto de dois anos e que foi chumbado pelos serviços da autarquia. A empresa dona do hotel tem como administradores dois antigos vereadores do PS, Margarida Magalhães e Tomás Vasques. in Público, J.A.C.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

«As razões do chumbo pelo Igespar»

As razões do chumbo pelo Igespar
Liga dos Amigos do Jardim Botânico reclamou


As razões apontadas pelo Igespar para chumbar várias vezes a pretensão da Sycamore prendem-se com a proximidade do Jardim Botânico e coincidem com as preocupações expressas junto da câmara e do Ministério da Cultura pela Liga dos Amigos do Jardim Botânico. No parecer que fundamenta o despacho de "não-aprovação" do projecto que foi licenciado pela Câmara Municipal de Lisboa, o Igespar diz que "a sua eventual aceitação criará um antecedente que, a repetir-se e proliferar nesta zona da cidade, inevitavelmente contribuiria para uma forte poluição visual e descaracterização da área protegida". O parecer defende ainda a retirada do painel da cobertura e a sua colocação na fachada. Contactado pelo PÚBLICO, o porta-voz do vereador Sá Fernandes afirmou que, segundo os serviços camarários, a solução licenciada "respeita as condições postas pelo Igespar". A Sycamore, que foi instada pelo Igespar a retirar o reclamo da cobertura em Dezembro do ano passado, mas não o fez, não respondeu às perguntas do PÚBLICO. J.A.C.

«Reclamo luminoso viola licença municipal e parecer do Igespar mas a câmara nada faz»

O reclamo que está no local não é o que foi licenciado, contra o parecer do Igespar, mas o que foi chumbado

Por José António Cerejo in Público

A Câmara de Lisboa aprovou uma coisa, mas o que lá está é outra, e bem diferente - algo que o Igespar e a própria autarquia haviam chumbado antes. Mais: aquilo que a câmara aprovou, com o pretexto de que o Igespar também o havia aprovado, foi, afinal, igualmente indeferido por este serviço do Ministério da Cultura. Mais ainda: uma responsável camarária apercebeu-se do logro e mandou abrir um processo de contra-ordenação, mas ele nunca foi por diante. O que lá está é um dispositivo publicitário de grandes dimensões, luminoso e rotativo, que anuncia a presença de um hotel de cinco estrelas. Lá - na cobertura do edifício que ocupa o gaveto da Rua do Salitre com a Rua Rodrigo da Fonseca, a poucas dezenas de metros do Jardim Botânico, monumento nacional.

Acabado de construir no início de 2010, o Hotel Vintage, propriedade da empresa Sycamore, do grupo Carlos Saraiva, foi de imediato dotado do reclamo que se mantém na sua cobertura e cujo pedido de licenciamento não tinha sequer entrado na câmara à data da sua colocação. Entregue em Maio de 2010, o pedido incluía uma certidão onde constavam os nomes de Margarida Magalhães e de Tomás Vasques como administradores da Sycamore. A primeira tinha sido vereadora do Urbanismo no tempo de João Soares, eleita pelo PS, e vereadora na oposição durante o mandato de Santana Lopes. O segundo ocupara o lugar de chefe de gabinete de João Soares e tinha sido igualmente vereador do PS no quadriénio seguinte.

Face ao projecto, que lhe foi enviado pelo município, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), cujo parecer é vinculativo pelo facto de o edifício se situar na Zona de Protecção do Jardim Botânico, não hesitou em chumbá-lo. Logo de seguida, sem passar pela câmara, a empresa submeteu um novo projecto ao Igespar, que o voltou a reprovar em Agosto. Já em Outubro, e depois de ser informada pela autarquia de que o seu pedido de Maio ia ser indeferido, a Sycamore entregou um projecto alternativo, que enviou em simultâneo ao Igespar, e que previa um painel estático (não-rotativo) e mais pequeno. Ao mesmo tempo informou a câmara de que esta solução já tinha tido "aprovação informal" do Igespar, aguardando a "formalização do deferimento" por esse instituto.

Sem esperar pela resposta do Igespar e remetendo para o seu parecer inicial, que havia indeferido o primeiro projecto e nada tinha a ver com aquele que estava em apreciação, a câmara aprovou este último a 16 de Novembro. Oito dias depois, porém, o Igespar rejeitou o mesmo projecto, considerando que a única solução aceitável passaria não pela colocação do painel na cobertura, ainda que mais pequeno, mas pela sua colagem, sem o suporte de 1,5 metros em que ele assenta, na fachada do hotel.

Já em Fevereiro deste ano a câmara remeteu à Sycamore as guias para pagar, em 30 dias, as taxas devidas, mas no processo não há qualquer documento que prove o pagamento, tal como devia haver se ele tivesse sido feito. No mês seguinte a chefe da Divisão de Qualificação do Espaço Público, Rosália Moreira, mandou abrir um processo de contra-ordenação contra a Sycamore, considerando que o dispositivo instalado era ilegal. O despacho não diz porquê, mas a olho nu vê-se que o que lá está é o anúncio rotativo montado ilegalmente no início de 2010 e não o reclamo estático e mais pequeno licenciado nas circunstâncias descritas.

Rosália Moreira, que o PÚBLICO não conseguiu ontem contactar, deixou entretanto as funções que desempenhava e tudo indica que o processo de contra-ordenação nunca chegou a ser instaurado. Em contrapartida, os serviços de fiscalização municipal estiveram no local no fim de Agosto e atestaram, por escrito, que o reclamo está "em conformidade" com a licença emitida. O reclamo é o mesmo que lá está há quase dois anos e roda, roda, sem parar.

Nota da LAJB: pedimos por várias vezes à CML o desmonte desta estrutura ilegal mas em quase dois anos nenhuma acção foi tomada. Ficamos agora a saber que isso não aconteceu apenas por falta de vontade política.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

novo livro: ÁRVORES DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS

FAPAS lança novo livro: ÁRVORES DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS

No ano do 40º aniversário do Parque Nacional da Peneda-Gerês, também o Ano Internacional das Florestas, o FAPAS acaba de editar o livro ÁRVORES DOPARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS, da autoria de Miguel Dantas da Gama.

Idealizado para ser mais do que um guia sobre as árvores autóctones do único parque nacional português (inclui anotações históricas, dados de distribuição, fichas técnicas e de identificação), são nesta obra retratados os exemplares que, pela sua idade, porte e maior raridade, se encontram entre os mais representativos da vegetação arbórea desta área protegida. A descrição das mais de 30 espécies nativas é antecedida por uma introdução sobre bosques naturais em que elas ocorrem, nomeadamente os carvalhais. ÁRVORES DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS é também um contributo para a preservação da vida selvagem deste espaço natural, na medida em que valoriza verdadeiros ícones vivos do seu património, alertando por outro lado, paraos efeitos dos fogos sobre exemplares tão valiosos como são alguns teixos e azevinhos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

«Defesa e gestão do Jardim Botânico discutidos com World Monuments Watch»

As estratégias de salvaguarda e a gestão do Jardim Botânico, em Lisboa, vão ser abordadas na terça-feira numa reunião entre uma representante do World Monuments Watch e a Plataforma em Defesa do Jardim Botânico.

No âmbito da selecção do local para o Observatório Mundial de Monumentos (WATCH 2012), a plataforma irá reunir-se com Norma Barbacci, directora de Programas para a América Latina, Espanha e Portugal da organização World Monuments Watch (WMF).
Numa lista anunciada publicamente em Outubro, em Nova Iorque, o Jardim Botânico foi seleccionado para poder integrar a mais importante organização privada dedicada à preservação de lugares culturais de todo o mundo.

Através da sua lista bienal World Monuments Watch, a WMF (www.wmf.org) indica quais os perigos que ameaçam os lugares com significado histórico, artístico e arquitectónico e ajuda a angariar fundos para a salvaguarda dos monumentos.

Os locais são seleccionados, entre várias candidaturas apresentadas, por peritos mundiais, incluindo representantes da UNESCO e do ICOMOS (Internacional Council on Monuments and Sites).

O mais recente membro da Plataforma em Defesa do Jardim Botânico é o GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente -, que assim faz elevar para 15 as organizações não governamentais que pedem o chumbo do Plano de Pormenor do Parque Mayer na Assembleia Municipal de Lisboa.

Para a plataforma, “cada vez mais a sociedade civil levanta a sua voz a pedir genuína proteção, requalificação e sustentabilidade a longo prazo deste jardim classificado Monumento Nacional”.
O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa foi fundado em 1873 e inaugurado em 1878 e nos seus 4,2 hectares tem coleções de várias plantas em perigo.

in Lusa / Destak 21 11 2011

World Monuments Fund reúne em Lisboa com "Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico"

A Arquitecta Norma Barbacci, Directora de Programas para a América Latina, Espanha e Portugal da organização WORLD MONUMENTS FUND com sede em Nova Iorque, vai estar em Portugal durante esta semana. No âmbito da inclusão do Jardim Botânico de Lisboa no Observatório Mundial de Monumentos (WATCH 2012), a "Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico" irá reunir com Norma Barbacci, na 3ª feira, dia 22 de Novembro para estudar estratégias de salvaguarda e boa gestão do Jardim Botânico.

Reunião da "Plataforma em Defesa do Jardim Botânico" com Norma Barbacci:

Dia 22 de Novembro de 2011 às 13h30m na sede da APAP - Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (Calçada do Marquês de Abrantes 45 - 1º Direito - Lisboa).

A reunião contará com a presença do Patrono da candidatura do Jardim Botânico ao WATCH de 2012, o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.

A reunião será seguida de uma Conferência de Imprensa às 15h30m.

A PLATAFORMA "EM DEFESA DO JARDIM BOTÂNICO" (15 Organizações)

LAJB - Liga dos Amigos do Jardim Botânico


QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza


APAP - Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas


AAP - Associação dos Arqueólogos Portugueses


ICOMOS Portugal - Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios


Associação Árvores de Portugal


Associação Lisboa Verde


APSJH - Associação Portuguesa dos Sítios e Jardins Históricos


LPN - Liga para a Protecção da Natureza


OPRURB - Associação de Ofícios do Património e Reabilitação Urbana


Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades


GECoRPA - Grémio do Património


Fórum Cidadania Lisboa


Cidadãos pelo Capitólio


GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente

domingo, 20 de novembro de 2011

Reunião: LAJB e Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa

COMISSÃO PERMANENTE DE URBANISMO E DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO DA INTERVENÇÃO NA ZONA RIBEIRINHA E BAIXA DE LISBOA

CONVOCATÓRIA
46ª. Reunião (Extraordinária)

Convoco os membros da Comissão para a 46ª reunião a realizar no próximo dia 21 de Novembro de 2011, Segunda-feira, às 18.30 horas, nas instalações da Assembleia Municipal, sitas na Av. de Roma, 14 – P – 4º andar.

Ordem de Trabalhos

Ponto 1 – Audição do Sr. Prof. Doutor António Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, sobre a Proposta nº. 452/2011 – “Aprovar a proposta da versão final do Plano de Pormenor do Parque Mayer, nos termos da proposta”.

Ponto 2 - Audição da Sr.ª Dr.ª Manuela Correia, Presidente da Liga dos Amigos do Jardim Botânico (às 20.00 horas).

Assembleia Municipal de Lisboa, em 17 de Novembro de 2011.

O Presidente da Comissão

António Duarte de Almeida

Exposição: Plantas do tempo dos Dinossáurios na Estufa

As Plantas do tempo dos Dinossáurios estão de volta ao Jardim Botânico da Universidade de Lisboa. Inauguração: 23 de Novembro na Estufa da Classe.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GEOTA associa-se à Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico - Já somos 15

O GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, associa-se oficialmente à "Plataforma Em Defesa da Missão do Jardim Botânico". Já somos 15 organizações a pedir o chumbo deste Plano de Pormenor do Parque Mayer na AML. Cada vez mais a sociedade civil levanta a sua voz a pedir genuína protecção, requalificação e sustentabilidade a longo prazo deste jardim classificado Monumento Nacional. Exmo. Vereador Manuel Salgado, basta de afirmar o impossível, reconheça que este plano de pormenor não reune consenso na sociedade civil. É tempo de ouvir os cidadãos, sentar à mesa de trabalho e recomeçar de novo se for preciso.

O GEOTA é uma associação de defesa do ambiente, de âmbito nacional e sem fins lucrativos, em actividade desde 1981.


A LAJB, e todos os restantes membros da Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico, agradecem a solidariedade e contibutos do GEOTA.

A PLATAFORMA "EM DEFESA DA MISSÃO DO JARDIM BOTÂNICO"

LAJB - Liga dos Amigos do Jardim Botânico
QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza

APAP - Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas

AAP - Associação dos Arqueólogos Portugueses

ICOMOS Portugal - Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios

Associação Árvores de Portugal

Associação Lisboa Verde

APSJH - Associação Portuguesa dos Sítios e Jardins Históricos

LPN - Liga para a Protecção da Natureza

OPRURB - Associação de Ofícios do Património e Reabilitação Urbana

Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades

GECoRPA - Grémio do Património

Fórum Cidadania Lisboa

Cidadãos pelo Capitólio

GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente

«Jardim Botânico está em risco de desaparecer» - Gonçalo Ribeiro Telles

«Jardim Botânico está em risco de desaparecer» - Gonçalo Ribeiro Telles

Preocupado. É assim que se encontra Gonçalo Ribeiro Telles, patrono da Candidatura do Jardim ao Fundo Mundial de Monumentos e arquitecto paisagista, em relação ao futuro do Jardim Botânico de Lisboa. Na origem das preocupações do arquitecto está o Plano de Pormenor elaborado pela Câmara Municipal de Lisboa para o Parque Mayer, que pretende construir mais de 25 mil m2 dentro da zona de protecção do Jardim Botânico.

«O Jardim Botânico está em perigo. Toda a paisagem em Portugal está em perigo em nome de um economicismo saloio e barato próprio do século XIX, que tem apenas por interesse a realização de dinheiro a curto prazo».

«A paisagem de Portugal está a correr um grave risco de abastardamento, de desaparecimento e um grave risco cultural. O Jardim Botânico é um marco que vem nos ajudar imenso a tratar a paisagem do resto do país a que todos os portugueses terão hoje e amanhã direito. O desaparecimento da agricultura de índole regional e local por causa da fuga das aldeias, onde não existem condições de vida para a ocupação das melhores terras», apontou numa conferência de imprensa que decorreu à porta do monumento lisboeta.

Opinião corroborada pela Liga dos Amigos do local.

«Este incêndio veio pôr a nu as graves deficiências e abandono a que o Jardim Botânico tem sido votado devido a um insuficiente financiamento e falta de manutenção.»

«A Liga e a Plataforma em Defesa dos Amigos do Jardim Botânico irá fazer tudo, dentro daquilo que são as instituições democráticas nacionais, para que o Plano Pormenor do Parque Mayer (PPPM), no caso de ser aprovado, seja revisto e conceptualmente diferente», afirmou a Presidente e porta-voz da Liga, Manuela Correia. No início desta semana, o Jardim Botânico foi um dos 67 locais distinguidos pelo Fundo Mundial de Monumentos como uma zona a preservar, numa votação que contou com mais de 500 candidaturas.

Parte da recuperação do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre da Belém foi realizada com fundos provenientes desta instituição. in A BOLA 12-10-2011

«Jardim Botânico de Lisboa em perigo»

O incêndio que atingiu, na semana passada, um edifício devoluto, contíguo ao Jardim Botânico, em Lisboa, foi um sério aviso. O alerta é da Liga dos Amigos do local, presidida por Manuela Correia.«A Liga e a Plataforma em Defesa dos Amigos do Jardim Botânico irá fazer tudo, dentro daquilo que são as instituições democráticas nacionais, para que o Plano Pormenor do Parque Mayer (PPPM), no caso de ser aprovado, seja revisto e conceptualmente diferente. Não podem ser coisas pontuais. É um conceito, é um plano integrado e de salvaguarda do Jardim Botânico», afirmou a Presidente e porta-voz da Liga, Manuela Correia.

Importa frisar que o PPPM vai ser apresentado a votação ainda esta tarde, numa sessão ordinária da Associação de Moradores de Lisboa.A escolha do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa pelo Observatório do Fundo Mundial dos Monumentos é, na opinião de Manuela Correia, um motivo de grande orgulho e esperança para a sociedade e para o País:

«Com esta nomeação há uma nova esperança para o Jardim Botânico. A Universidade de Lisboa tem agora a oportunidade de se aliar a um conjunto de organizações que são detentoras do saber técnico científico para fazer uma candidatura para a recuperação do jardim.»

Das mais de 500 candidaturas, o Jardim Botânico de Lisboa foi um dos 67 locais escolhidos a serem preservados pelo Observatório do Fundo Mundial dos Monumentos. Segundo incêndio da história do Jardim Botânico

O incêndio da passada quarta-feira, dia 5, foi o segundo que atingiu as instalações do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa. O primeiro, de maiores proporções, ocorreu em 1978 e destruiu as bibliotecas e o Museu de História Natural. Decorria, na altura, o mandato presidencial do General Ramalho Eanes. in A BOLA, 11 de Outubro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

«Câmara afirma que projecto do Parque Mayer prevê salvaguarda do Jardim Botânico»

O vice-presidente da Câmara de Lisboa afirmou hoje que o Plano de Pormenor do Parque Mayer (PPPM) prevê a salvaguarda e valorização do Jardim Botânico, uma das principais preocupações de vários movimentos cívicos na concretização daquele documento.

Na Assembleia Municipal da semana passada, a Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas (APAP) apelou à suspensão daquele plano, por considerar que não salvaguarda o Jardim Botânico e que pode «acentuar as cheias» na cidade.

O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, afirma hoje, num comunicado em resposta à APAP, que a «salvaguarda e a valorização do Jardim Botânico, inscritos nos Termos de Referência do Plano, sempre foram objectivos fundamentais e evidenciados ao longo do percurso da elaboração» do plano.

Manuel Salgado recorda que este documento foi «elaborado em estreita colaboração com a Universidade de Lisboa» e que as «alterações introduzidas nas diversas fases do processo procuraram ir ao encontro das preocupações expressas por alguns dos atores envolvidos», propostas que «sempre foram entendidas como mais-valias».

Quanto à possibilidade de cheias, o também vereador de Planeamento e Política de Solos admite que «se antes da elaboração do estudo de caracterização hidrogeológica e do estudo de monitorização do muro de suporte do Jardim Botânico podia restar dúvidas quanto à circulação da água superficial e subterrânea [um problema apontado pela APAP]», agora com estes documentos as dúvidas foram «claramente dissipadas pelas suas conclusões».Os documentos foram «promovidos e acompanhados» pelo Departamento de Geofísica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, indica Manuel Salgado.

Além destes estudos, o vice-presidente recorda que «nos termos de a câmara solicitou a realização de um Estudo de Avaliação Ambiental Estratégica» e consultou entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente, o Turismo de Portugal, o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, a Universidade de Lisboa, o Instituto da Água, o IGESPAR, a Inspecção Geral das Actividades Culturais, a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), tendo as seis primeiras respondido ao solicitado.

«O resultado final desta avaliação - o Relatório Ambiental, documento que faz parte integrante do Plano - foi apreciado e mereceu concordância das entidades envolvidas, nomeadamente através dos pareceres emitidos no âmbito da Conferência de Serviços, convocada pela CCDR-LVT», lembra.

Manuel Salgado considera «surpreendentes as reacções que têm vindo a lume, porque revelam desconhecimento de todo o processo do Plano» de Pormenor do Parque Mayer.«Foi demonstrado que não há qualquer interferência das novas áreas a construir, tanto no Parque Mayer, onde nenhuma construção ultrapassa em altura a cota do muro do Jardim, nem do edifício do Capitólio», afirma, respondendo às críticas.

Também a Plataforma «Em Defesa da Missão do Jardim Botânico», que junta 14 associações e movimentos, incluindo a APAP, defendeu a «revisão imediata do plano de pormenor», na última assembleia municipal. in http://sol.sapo.pt/, 16-11-2011

Dia Nacional da Cultura Científica: 24 Novembro

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

133º aniversário do Jardim Botânico: sem festa mas com muitos amigos

No ano em que o Jardim celebra 133 anos, não podemos, infelizmente, festejar alegremente o seu aniversário. Porque o Jardim nunca esteve tão degradado como o vemos hoje. E porque a sua salvaguarda nunca esteve tão ameaçada como está actualmente pelo Plano de Pormenor do Parque Mayer. Se dúvidas havia, bastou o sofrimento que todos passámos ao vermos, incrédulos, o incêndio do passado dia 5 de Outubro que destruiu parcialmente um canteiro do Arboreto.

Já todos sabem que o Jardim Botânico de Lisboa está doente. Porque não tem um corpo de jardineiros profissionais. Porque não tem estufas de exibição ou de investigação. Porque não tem cafetaria, restaurante ou sequer loja. Porque não tem água suficiente. Porque não é sustentável. O Jardim está quase abandonado, demasiado perto de deixar de ser Botânico. O Jardim está em agonia. E nós, Liga dos Amigos do Jardim Botânico, sofremos com o sofrimento do nosso Jardim.

Mas o Jardim Botânico nunca esteve rodeado de tantos amigos como em 2011. Tem 14 organizações não governamentais portuguesas unidas para defender a sua missão e o seu futuro. O seu destino foi levado a debate na Assembleia da República por vontade de mais de 5 mil cidadãos. E o Jardim Botânico de Lisboa recebeu a atenção da comunidade internacional ao ser seleccionado pela World Monuments Fund para o WATCH de 2012. O Jardim voltou a estar no centro da reflexão sobre o futuro que queremos para a nossa cidade!

Saberão os nossos governantes estar à altura das regras da boa governação e ouvir os cidadãos do país e do mundo?

Feliz Aniversário Jardim Botânico de Lisboa.

Foto: Araucaria columnaris no Arboreto, um dos monumentos vivos do Jardim Botânico

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ribeiro Telles considera que plano para o Parque Mayer põe Jardim Botânico em risco

Ribeiro Telles considera que plano para o Parque Mayer põe Jardim Botânico em risco

Associação de paisagistas contra privatização de espaço público para comércio e habitação

Os planos da Câmara de Lisboa para o Parque Mayer e zonas adjacentes põem em risco o vizinho Jardim Botânico, diz a Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas. Uma posição que é subscrita pelo decano dos paisagistas portugueses, Gonçalo Ribeiro Telles: "Condeno o plano de pormenor do Parque Mayer, porque ele condiciona muito a existência do jardim.

"Em causa está a construção que a autarquia quer permitir em redor do recinto verde, classificado recentemente como monumento nacional. Para a associação de paisagistas, o plano "altera a luz, as vistas e a circulação de brisas entre o Jardim Botânico e a Avenida da Liberdade". Tão ou mais grave, "modifica a circulação da água superficial e subterrânea".

"As colinas, mas também a zona ribeirinha e os vales de Chelas, avenidas da Liberdade e de Ceuta estão a ser uniformizados com construções em altura, destruindo a identidade, a estética e a saúde de Lisboa, comprometendo fortemente o funcionamento dos sistemas naturais e tendo como consequência o acentuar das cheias, a concentração de poluição e os abatimentos de pavimento nas zonas baixas", disse ontem a presidente da Associação de Arquitectos Paisagistas, Margarida Cancela d"Abreu, numa intervenção que fez na Assembleia Municipal de Lisboa.

O facto de uma segunda versão do plano já não contemplar um novo edifício para acolher os visitantes do Jardim Botânico não faz baixar de tom as críticas dos paisagistas. Gonçalo Ribeiro Telles, que preside à assembleia geral da associação, afirma que se identifica com todas elas. "O plano propõe a privatização parcial de um espaço hoje público para comércio e habitação", descreve Margarida Cancela d"Abreu, acrescentando que as suas preocupações "não são estéticas e subjectivas", relacionando-se antes com a qualidade de vida e a segurança da cidade.

O plano devia ter sido ontem votado na assembleia municipal, mas como as comissões especializadas deste órgão ainda não emitiram parecer sobre ele o debate foi adiado. A associação dos arquitectos paisagistas defende a delimitação imediata da zona especial de protecção do Jardim Botânico e a elaboração do respectivo plano de salvaguarda. in Público, 9 Novembro 2011

Assembleia da República: projecto de resolução chumbado

Bloco de Esquerda - Grupo Parlamentar
PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º /XII/1.ª
RECOMENDA A PROTECÇÃO DO MONUMENTO NACIONAL JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA

O Jardim Botânico da Faculdade de Ciência de Lisboa, inaugurado em 1878, é um património de inegável interesse do ponto de vista histórico, cultural e científico no coração da cidade de Lisboa, levando todos os anos cerca de 80 mil visitantes a conhecer as suas mais de 1.400 espécies vegetais.

Conta com um banco de sementes que desempenha uma função crucial na conservação de recursos genéticos, detém importantes colecções de herbário, totalizando mais de 235 mil espécies, o que torna este Jardim num local de eleição para o ensino e a sensibilização ambiental, e possui diversas espécies tropicais, oriundas da Nova Zelândia, da Austrália, da China, do Japão e da América do Sul, constituindo uma das mais valiosas colecções botânicas em Portugal.

Conforme descreve o Sistema de Informação para o Património Arquitectónico - SIPA, alojado no site do IHRU, o Jardim tem um “valor cénico e botânico indiscutível, num espaço onde recreio e o lazer se cruzam com o saber. A variedade de espécies demonstra os diferentes microclimas que ao longo do jardim se podem encontrar. Um dos mais importantes espaços verdes da cidade de Lisboa antiga”.

Esta importância está reconhecida desde os anos 70, aquando da homologação do Jardim Botânico como Monumento Nacional, um processo só recentemente finalizado através do Decreto n.º 18/2010, de 28 de Dezembro, do Ministério da Cultura. Neste diploma justifica-se a classificação do Jardim pela “sua relevância pedagógica, a diversidade de espécies, com grande variedade de espécies exóticas, e a qualidade arquitectónica do edifício confinante da antiga Escola Politécnica ou as estruturas de apoio subsistentes no perímetro do Jardim” que “fazem deste espaço monumental um dos mais representativos do património urbano da Lisboa romântica, justificando-se plenamente a sua integral salvaguarda.” O documento refere ainda que a “classificação do Jardim Botânico de Lisboa contribuirá para a preservação do microclima da área, o que constitui condição sine qua non da sua subsistência”.

No entanto, não só esta classificação como Monumento Nacional exclui dos seus limites a Cerca Pombalina, desconsiderando este valor patrimonial, como a proposta de Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente, elaborada pela Câmara Municipal de Lisboa e colocada em consulta pública entre 22 de Outubro e 23 de Novembro de 2010, ameaça a salvaguarda e valorização do património e das missões cientifica e pedagógica do Jardim Botânico.

Por exemplo, o Plano de Pormenor prevê:

- O Aumento da altura média dos prédios em redor do Jardim, tornando-o mais quente e seco no Verão, pondo em risco a sobrevivência de muitas espécies e diminuindo a riqueza biológica do Jardim;

- A criação de um percurso pedonal para fazer a ligação da Rua da Escola Politécnica à Rua do Salitre e a uma nova galeria comercial junto ao Parque Mayer, que irá ocupar o lugar de uma estufa, e a subtracção de um corredor do Jardim que tem espécies de elevado valor botânico;

Foram os próprios IGESPAR e Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRC-LVT), no âmbito da conferência de serviços, realizada a 22 de Julho de 2010, a colocar muitas dúvidas relativamente a estes projectos, sem que as mesmas tenham sido resolvidas no documento colocado em consulta pública.

Refere o parecer do IGESPAR, datado de 26 de Julho de 2010, que “o Jardim Botânico, construído na cerca de um antigo convento, possui valor estético, artístico, histórico e científico que importam conservar. Neste sentido, para conservar o carácter e valor culturais do espaço é necessário assegurar os seguintes factores:

1 - A manutenção das condições microclimáticas e de solo;

2 - A manutenção das condições hidrológicas e de drenagem dos solos;

3 - A manutenção das condições de ventilação e insolação;

4 - A manutenção dos elementos e materiais vivos e inertes que compõe o espaço;

5 - A manutenção da estrutura verde e do traçado do jardim, em conjunto com as edificações que o pontuam;

6 - A conservação de uma envolvente coerente com o carácter do espaço no que se refere aos factores ambientais e aos valores estéticos, históricos e artísticos.”. Ora, nenhuma destas condições está assegurada com esta proposta de Plano, nem são conhecidos os estudos que o IGESPAR refere serem necessários.

O parecer da DRC-LVT, de 23 de Julho, refere que as travessias devem ser preteridas ou devidamente fundamentadas porque podem “induzir a situações críticas decorrentes de um aumento de carga neste jardim”, ou que “a proposta de coberturas verdes de uso público condicionado (…) não pode envolver derrube de muros limítrofes, enquanto garantia da identidade deste imóvel”, ou que “a intervenção contempla alterações a nível de áreas e estruturas (…) as quais deverão ser preteridas” em caso de impactes negativos ainda não estudados, ou que a “proposta de estacionamento automóvel subterrâneo deverá ser preterida pelos impactes negativos sobre os valores patrimoniais em presença”. No entanto, estas preocupações não estão expressas na proposta actual.

O Bloco de Esquerda considera que a proposta do Plano de Pormenor desvaloriza o Jardim Botânico de Lisboa nas suas diversas funções e não o salvaguarda enquanto Monumento Nacional, em nada contrariando o abandono e degradação a que foi votado ao longo dos anos. É inaceitável que se pretenda reduzir a área e limites do Jardim, destruir estruturas fundamentais ou ignorar a sua importante missão científica e pedagógica. Aliás, sendo um Monumento Nacional, o Jardim deveria estar sujeito a um Plano de Pormenor de Salvaguarda, como determina a legislação, estabelecendo “normas que sirvam de base ao processo da regeneração das áreas, contrariando a deterioração progressiva destes locais, por forma a que se obtenha a reconstituição das características existentes à época”, o que não acontece no âmbito deste Plano que inclui uma zona territorial mais abrangente.

Acompanhamos, assim, a preocupação dos mais de 4.000 cidadãos que deram entrada na Assembleia da República de uma petição a exigir a revisão imediata deste Plano de Pormenor pela defesa da missão do Jardim Botânico e da sua sustentabilidade ambiental, social e económica a longo prazo.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda propõe à Assembleia da República que recomende ao Governo:

1. Assegure a adequada protecção e requalificação do Monumento Nacional Jardim Botânico de Lisboa, ameaçado pela proposta do Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente, em fase de aprovação pela Câmara Municipal de Lisboa;

2. Inclua a Cerca Pombalina como parte integrante do Monumento Nacional Jardim Botânico de Lisboa;

3. Promova, junto das entidades competentes, a elaboração de um Plano de Pormenor de Salvaguarda para o Monumento Nacional Jardim Botânico de Lisboa, articulado com o Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente, de modo a ordenar, requalificar e promover o cumprimento das missões científicas e pedagógicas do Jardim Botânico, prevendo inclusive garantias financeiras para o seu regular financiamento;

4. Garanta que na Zona Especial de Protecção do Jardim Botânico de Lisboa não sejam permitidas novas construções junto ao muro do Jardim e se mantenha a permeabilidade dos logradouros da zona envolvente (Rua da Escola Politécnica, Rua do Salitre, Rua da Alegria e Calçada Patriarcal).

Palácio de São Bento, 02 de Novembro de 2011
Os Deputados e as Deputadas do Bloco de Esquerda

NOTA: este projecto de resolução foi chumbado em sessão do dia 4 de Novembro de 2011

Aniversário do Jardim Botânico: 133 anos

Paisagistas: Plano de Pormenor do Parque Mayer vai acentuar cheias

Paisagistas: Plano de Pormenor do Parque Mayer vai acentuar cheias

Arquitetos paisagistas defenderam hoje na Assembleia Municipal a suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por entenderem que "não salvaguarda o Jardim Botânico e vai acentuar as cheias" em Lisboa.

A Associação Portuguesa de Arquitetos Paisagistas (APAP) apelou hoje, na Assembleia Municipal de Lisboa, à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por considerar que não salvaguarda o Jardim Botânico e vai "acentuar as cheias" na cidade.

A discussão do Plano de Pormenor do Parque Mayer (PPPM) estava agendada para hoje, mas não se concretizou, uma vez que o documento está a aguardar pareceres da comissão municipal de finanças, disse uma fonte municipal.

No período antes da ordem do dia, a presidente da APAP, Margarida D'Abreu, apelou à "consciência ética" da Assembleia para suspender a aprovação do plano, para que a autarquia possa avançar com a demarcação de uma zona especial de proteção e um plano de salvaguarda do Jardim Botânico - que é abrangido pelo PPPM -, "previstos na legislação dos monumentos nacionais".


"Ameaça para o Jardim, para Lisboa e cidadãos"

A arquiteta alertou que este plano de pormenor vai "acentuar as cheias, aumentar a concentração de poluição e levar a abatimentos de pavimentos em zonas baixas".

Isto porque "apaga uma das colinas de Lisboa" e "fecha e impermeabiliza" aquela área, que agora leva a água a infiltrar-se "antes de chegar à Avenida da Liberdade".

Margarida D'Abreu defendeu que naquela área devia existir uma "elevada área de logradouros e espaços abertos".

Também a presidente da Liga dos Amigos do Jardim Botânico, em representação da Plataforma "Em Defesa da Missão do Jardim Botânico", que junta 14 associações e movimentos, defendeu a "revisão imediata do plano de pormenor", na assembleia municipal.

Manuela Correia recordou que o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa "possui uma das mais valiosas coleções de botânica nacionais" e é "um património inegável", defendendo a "preservação deste 'pulmão verde' fundamental" na cidade.

"Mais valia para a gula imobiliária"

"Desde o início (da elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer) que os cidadãos constatam que o jardim é visto como uma peça acessória ou apenas uma mais valia para a gula imobiliária", afirmou Manuela Correia.

"O plano é uma real ameaça para o jardim, a cidade e os cidadãos. O Jardim Botânico está atualmente em perigo de destruição", avisou.

Na assembleia de hoje, foram aprovadas duas saudações do Bloco de Esquerda e do partido ecologista "Os Verdes" a dar conta da seleção do Jardim Botânico para o observatório mundial de monumentos 2012, pela sua importância de herança cultural e pela preocupação associada à sua conservação.

Esta referência foi feita em outubro, pela organização World Monuments Fund. A Câmara de Lisboa aprovou no final de julho, com as abstenções do PSD e CDS-PP, o Plano de Pormenor do Parque Mayer que, após passar por discussão pública, respondeu, segundo a maioria PS e o PCP, a dúvidas sobre impactos no Jardim Botânico e possibilidades de cheias.

Foto: Vista da Cerca Pombalina do Jardim Botânico junto ao Parque do Salitre (Baudoin Lda) com entrada pela Rua do Salitre 123. Esta anomalia urbana, um parque de estacionamento à superfície junto a um Monumento Nacional, será perpétuado pela CML com a eventual aprovação do PP que irá autorizar este proprietário a construir um estacionamento suterrâneo em cave neste local. O argumento da CML? Este logradouro já está impermeabilizado. Como é possível à CML defender o erro?

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Arquitetos paisagistas apelam à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer

Arquitetos paisagistas apelam à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer

Lusa - 20:17 Terça feira, 8 de Nov de 2011

Lisboa, 08 nov (Lusa) - A Associação Portuguesa de Arquitetos Paisagistas (APAP) apelou hoje, na Assembleia Municipal de Lisboa, à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por considerar que não salvaguarda o Jardim Botânico e vai "acentuar as cheias" na cidade.

A discussão do Plano de Pormenor do Parque Mayer (PPPM) estava agendada para hoje, mas não se concretizou, uma vez que o documento está a aguardar pareceres da comissão municipal de finanças, disse uma fonte municipal.

No período antes da ordem do dia, a presidente da APAP, Margarida D'Abreu, apelou à "consciência ética" da assembleia para suspender a aprovação do plano, para que a autarquia possa avançar com a demarcação de uma zona especial de proteção e um plano de salvaguarda do Jardim Botânico - que é abrangido pelo PPPM -, "previstos na legislação dos monumentos nacionais".

Foto: vista da Cerca pombalina do Jardim Botânico junto à qual o PP propõe a construção de duas frentes urbanas a apenas 1,20 de distância e com a mesma altura do muro.

Plataforma em Defesa do Jardim Botânico na Assembleia Municipal de Lisboa

COMUNICADO DE IMPRENSA

No dia 8 de Novembro, a Plataforma "Em Defesa da Missão do Jardim Botânico", vai estar presente no período de intervenção pública, na 7ª Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Lisboa.

A participação tem como objectivo lançar um alerta para a ameaça a que está sujeito o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, se a versão final do Plano de Pormenor do Parque Mayer for aprovada.A Plataforma irá propor uma real revisão do mesmo, que contemple uma "zona tampão" à volta do Jardim, e a inclusão de um Plano de Salvaguarda para o Jardim Botânico, Monumento Nacional, com um Programa de Execução e um Plano de Financiamento que a actual versão do PPPM não contempla.

A PLATAFORMA "EM DEFESA DA MISSÃO DO JARDIM BOTÂNICO"

LAJB - Liga dos Amigos do Jardim Botânico

QUERCUS - Núcleo de Lisboa da Associação Nacional de Conservação da Natureza
APAP - Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas
AAP - Associação dos Arqueólogos Portugueses
ICOMOS Portugal - Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios
Associação Árvores de Portugal
Associação Lisboa Verde
APSJH - Associação Portuguesa dos Sítios e Jardins Históricos
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
OPRURB - Associação de Ofícios do Património e Reabilitação Urbana
Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades
GECoRPA - Grémio do Património
Fórum Cidadania Lisboa
Cidadãos pelo Capitólio

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Partículas de fogo junto ao Jardim Botânico originaram "princípios de incêndio" em várias árvores

Partículas de fogo junto ao Jardim Botânico originaram "princípios de incêndio" em várias árvores

As partículas do incêndio registado num prédio devoluto da Rua da Alegria, em Lisboa, "originaram princípios de incêndio em diversas árvores existentes no Jardim Botânico", segundo um relatório do Regime dos Sapadores Bombeiros a que a Lusa teve acesso.

"Devido a partículas incandescentes que se projetaram para o exterior, estas originaram princípios de incêndio em diversas árvores existentes no Jardim Botânico, sendo os mesmos extintos com o emprego de uma agulheta", lê-se no relatório.

Em causa está o fogo num edifício "devoluto/degradado" no número 76 da Rua da Alegria a 05 de Outubro último. Segundo o documento dos bombeiros, as chamas iniciaram-se no interior e tiveram "origem indeterminada".

Contactada pela Lusa, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico informou, face a estas conclusões, ter solicitado mais informações à Câmara Municipal de Lisboa, por considerar que não estão respondidas todas as questões.

A Liga e a Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico têm referido que as chamas entraram na zona do arboreto do jardim, "destruindo e danificando espécimes de grande porte".

À Lusa, a presidente da Liga dos Amigos do Jardim Botânico, Manuela Correia, referiu ter sido enviada uma carta ao vereador com o pelouro da Proteção Civil, Manuel Brito.

Na missiva, ainda sem resposta, a Liga questionou "quem faz a inventariação e quem paga os estragos provocados pelo incêndio no Jardim Botânico".

A inalação de fumo no interior do prédio levou uma mulher ao hospital de S. José, enquanto durante os trabalhos de rescaldo um bombeiro sofreu queimaduras nas pernas. O bombeiro ficou internado para observações. in Destak / Lusa 07 11 2011


Foto: incêndio destruiu espécimes da colecção viva do Jardim Botânico

domingo, 6 de novembro de 2011

Novo Jardim Botânico em Singapura: Gardens by the Bay

Enquanto a Câmara Municipal de Lisboa produz um Plano de Pormenor que na verdade mais não é que um plano de urbanização para a construção de cerca de 30 mil m2 de edifícios em plena zona de protecção do Jardim Botânico, a cidade-estado de Singapura decidiu construir um segundo Jardim Botânico em pleno centro da cidade. Este novo espaço verde terá 54 hectares (o nosso Jardim Botânico tem 4,5 hectares) incluirá um notável complexo de estufas monumentais destinadas à exibição de plantas de clima mediterrânico (lá estarão as nossas oliveiras, alfarrobeiras, cerejeiras, etc.). Se houvesse visão de futuro em Lisboa, o Parque Mayer, propriedade municipal, seria naturalmente destinado à expansão do Jardim Botânico da capital. E o mesmo destino deveria ser dado a muitos dos logradouros abandonados na zona de preotecção do Jardim Botânico. Aliás, esta ideia já está pensada e estudada desde a década de 60 do séc. XX - até saiu um Decreto-lei com a planta da futura expansão do jardim para o Parque Mayer.


The total size of Gardens by the Bay is 101 hectares or 177 football fields. Bay South is 54 hectares, Bay East is 32 hectares and the Bay Central is 15 hectares.

In January 2006, an international master plan design competition for the Gardens was launched. Some 70 teams comprising 170 firms, from over 24 countries, including 35 from Singapore, participated in the competition.

An 11-member Jury comprising local and international experts shortlisted eight teams and two winners were announced in September 2006; namely Grant Associates for Bay South and Gustafson Porter for Bay East, both from the UK. Bay Central will be developed later. A public exhibition of the master plan concepts and models of the winning teams was held from 6 - 23

September 2006. Some 10,000 people visited the exhibition and over 700 gave feedback directly via feedback forms, face-to-face interviews, online feedback and focus groups surveys.
An overwhelming majority (85%) of those surveyed liked the features in the master plans and over 97% said they would visit the gardens.

The site for the Gardens (Bay South and Bay East) was hoarded up in June 2007. The first phase of the Gardens is expected to complete by end 2011.

The 54-hectare (approximately 72 soccer fields) garden in Marina South will be a colourful and vibrant heart of our Garden City featuring floral displays and tropical blooms and foliage. Its recreational amenities include an outdoor concert and events arena, and a flower fairground that will be home to the Singapore Garden Festival. The unique feature of this garden will be a cool conservatory complex which will allow visitors to enjoy flowers from around the world in a cool environment.

Key Features

Conservatory Complex

Two conservatories (a cool dry and a cool moist) covering more than 2 hectares (about 3 soccer fields) will showcase Mediterranean, Tropical Montane and temperate annual plants and flowering species. They will also provide a flexible flower themed venue for events and exhibitions.

Heritage Gardens:

This is a collection of gardens that reflects the history and culture of Singapore's 3 main ethnic groups, as well as the city-state's colonial heritage.

- The Malay Garden tells the story of life in a traditional "kampong" (village).
- The Indian Garden's layout echoes a traditional illustrated flower motif.
- The Chinese Garden reflects the role of gardens in Chinese culture as places of inspiration for writers, poets and artists, through seclusion and tranquility.
- The Colonial Garden tells the story of plants as "Engines of Empire" - lucrative crops, spices and plants that formed important trade routes between the East and the West.

The World of Plants:

The second collection of gardens are based on the theme "plants and planet" and showcase the biodiversity of plant life on our planet.

Foto: Estufas em fase final de construção (Setembro de 2011)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Igreja do Menino Deus: Concerto 4 Nov 21H

Programa para o concerto de 4 de Novembro de 2011 às 21:00h:

A Música Sacra no tempo de D. João V (Compositores de 1711 a 1750)

João Rodrigues Esteves: “Pinguis est Panis”
Johann Sebastian Bach: Ária “Schlummert ein, ihr matten Augen”
G.Ph.Telemann: Cantata “Ihr Völker hört” (Am Feste der heiligen drei Könige)
Johann Sebastian Bach: Sonata em Si bemol Maior, BWV 1021 - Adagio/Vivace/Largo/Presto
João Rodrigues Esteves: “Regina Caeli Laetare”

La Nave Va - Ensemble Barroco
Maria Luísa Tavares, Mezzo-Soprano
Armando Possante, Barítono
António Carrilho, Flauta de Bisel
Edoardo Sbaffi, Violoncelo
Jenny Silvestre, Cravo

ENTRADA LIVRE
IGREJA DO MENINO DEUS - LARGO DO MENINO DEUS – LISBOA
APOIO: Patriarcado de Lisboa, Congregação de São José de Cluny, Solar do Castelo / Hotéis Heritage Lisboa