Estruturas tinham sido montadas em 2012 apesar de um parecer desfavorável e vinculativo. Nova solução contempla oito telas tipo pendão.
As duas telas de quase 200 m2 cada uma que a Universidade de Lisboa instalou ilegalmente, em 2012, na fachada do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, na Rua da Escola Politécnica, estão a ser retiradas por ordem da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Simultaneamente serão removidas as estruturas metálicas de suporte das telas usadas para divulgação das actividades do museu, bem como do Jardim Botânico, e será instalada uma nova solução com o mesmo objectivo.
Esta solução, composta por oito telas verticais e perpendiculares à fachada, foi aprovada pela DGPC, que considerou menos grave o seu impacto visual e patrimonial para o imóvel da antiga Faculdade de Ciências, classificado como monumento de interesse público.
A polémica relativa à chamada “instalação informativa” do museu foi desencadeada logo em 2012 devido não só às dimensões das telas (17,90 por 10,40 metros), mas também ao facto de a pesada estrutura de suporte estar cravada nas paredes e ser saliente em relação ao plano da fachada.
Numa primeira fase, em 2012, o Igespar — organismo cujas competências passaram depois para a DGPC e tinha antes emitido parecer desfavorável ao projecto da universidade — considerou a instalação das telas como provisória e promoveu, sem sucesso, várias diligências com vista à sua substituição. Dois anos depois, em Abril de 2014, a DGPC determinou, sem indicação de prazo limite, a retirada dos telões e a “revisão da ‘instalação informativa’ por forma a reduzir o seu impacto visual”.
Mais tarde, o museu apresentou um novo projecto à DGPC, o qual foi parcialmente aprovado em Abril deste ano. Nessa altura os responsáveis pelo património deram um prazo de dois meses para que os telões ilegais fossem removidos. O projecto aprovado contempla oito telas de face dupla, subdivididas em dois grupos de quatro, cada um dos quais fixado perpendicularmente à fachada, de um e do outro lado da escadaria principal. Para lá destas telas de um metro de largura e perto de seis metros de altura, o projecto apresentado previa também a afixação de elementos informativos nas colunas e pilastras da frente do monumento. De acordo com a DGPC, esta última proposta não foi aprovada, considerando-se que “dada a profusão de telões previstos para o local, deverá haver o máximo cuidado no preenchimento de novas áreas da fachada principal do museu com qualquer outra informação”.
O director do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, José Sousa Dias, disse ao PÚBLICO que a remoção das telas e da estrutura só agora foi concretizada por duas razões: a instituição não tinha orçamento disponível para o fazer e aguardava a aprovação da solução entretanto proposta. A possibilidade de retirar as telas deixando a estrutura metálica foi afastada por se considerar que isso seria pior no aspecto visual, pelo que foi decidido remover a totalidade da instalação ao mesmo tempo que serão montados os suportes das novas oito telas. Em princípio, acrescentou, as novas telas deverão estar no seu lugar definitivo no fim da próxima semana. in Jornal PÚBLICO, 7 Outubro de 2015
Fotos: Aspecto da complexa estrutura metálica de suporte e um dos telões agora retirados e que continha uma fotografia do Jardim Botânico.
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