quinta-feira, 18 de abril de 2013

Contributo para a ZEP do Jardim Botânico apresentado a 26 de Julho de 2012



A Plataforma congratula-se com a aprovação pelo Conselho Nacional de Cultura de  uma proposta para a delimitação da ZEP do Jardim Botânico, a qual abrange uma área  que tem sido objecto de diversas intervenções inadequadas, desde a abertura do  processo administrativo para a sua classificação como Monumento Nacional em 1970.

A fundamentação que justifica a delimitação incide sobre os aspectos essenciais,  apresentando uma boa ilustração dos mesmos – com excepção da questão da circulação  superficial e subterrânea da água, a qual está omissa.

Os objectivos enunciados encontram-se bem concretizados na pormenorização e  ilustração dos critérios de delineação da ZEP. Contudo considera-se que aqueles  objectivos não serão cabalmente assegurados com a área de protecção agora proposta,  pelo que se justifica uma correcção da mesma nos seguintes aspectos:

- Alargamento da ZEP, de forma a abranger a totalidade do quarteirão delimitado pelo  Parque Mayer, a Av. da Liberdade e a Praça da Alegria – ligação fundamental para a  circulação atmosférica e hídrica;

- Alargamento a toda área delimitada pela R. Barata Salgueiro e a Av. da Liberdade – pelas interferências visuais sobre o Jardim, muito bem ilustradas na fundamentação já  referida;

- Alargamento ainda, ao conjunto das fachadas-sul da R. Escola Politécnica – pelas  interferências visuais e pela escala que actualmente conferem ao conjunto  Jardim/Edifício da Faculdade de Ciências, conforme estabelecido no Despacho do MOP  de 1962;

- Inclusão de todos os logradouros dos edifícios incluídos na ZEP, nomeadamente os a  norte da R. do Salitre.

Estranha-se não ter sido encarada uma “zona non aedificandi” onde ainda é possível,  pelo que se propõe o seu estabelecimento, conforme planta anexa. Entende-se que a  “protecção” conferida ao Jardim Botânico e determinada pelas regras estabelecidas  pelo PP do Parque Mayer para as novas construções, se restringe meramente à sua localização a 1.20m de distância mínima e à não ultrapassagem em altura da Cerca  Pombalina - o que representa uma medida de acção superficial, uma vez que garante  apenas o controlo visual. Considera-se que aspectos como a permeabilidade do solo e 
sub-solo, a drenagem das águas subterrâneas, a circulação atmosférica e a continuidade visual e ecológica entre o Jardim e os espaços abertos contíguos não foram acautelados, ficando estes comprometidos com a construção permanente  admitida para os actuais logradouros pelo PP do Parque Mayer. 

Solicita-se ainda informação sobre a elaboração do Plano de Pormenor de Salvaguarda  para a área abrangida pela ZEP e sobre a previsão de suspensão do Plano de  Pormenor do Parque Mayer.

Lisboa, 26 de Julho de 2012

A Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico 

FOTO: alteração da área da ZEP, proposta pela Plataforma Em Defesa do Jardim Botânico

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