quinta-feira, 11 de junho de 2009

Saramago: «...o silêncio dos campos e das árvores assombradas»

«Tu estavas, avó, sentada na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabias e por onde nunca viajarias, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e disseste, com a serenidade dos teus noventa anos e o fogo de uma adolescência nunca perdida: "O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer." Assim mesmo. Eu estava lá.»

José Saramago

As Pequenas Memórias, Lisboa, 2006, p. 130
FOTO: Chorisia crispiflora no Arboreto

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