quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Abate de tílias no Jardim das Amoreiras é um “crime ambiental”, dizem activistas

Mau serviço público
Decisões tomadas com base na ignorância, levam a acções criminosas e à perpetuação dos estereótipos nos cidadãos.
Os jardins históricos da cidade de Lisboa não podem depender das Juntas de Freguesia. Um Presidente de uma Junta de Freguesia, tem que ter, de preferência, ou fazer-se acompanhar, de alguém, que tenha conhecimento sobre o que é uma árvore, árvore de grande porte/monumental, um jardim histórico, como se avalia o estado de saúde de uma árvore, como se trata. Caso contrário não deve poder ter a ambição de um cargo público que é responsável pelo património que é de todos nós, os que cá estamos, e os que hão-de vir.

In O Corvo, 22-10-2015
O corte de três tílias no Jardim das Amoreiras, iniciado nesta terça-feira (20 de Outubro), está a ser fortemente criticado pelos membros da Plataforma em Defesa das Árvores, que vêem na operação um “crime ambiental”. O abate das árvores, realizado por uma empresa ao serviço da Câmara Municipal de Lisboa (CML), a pedido da Junta de Freguesia de Santo António, acontece na sequência dos danos causados pelo vendaval ocorrido na noite de sexta-feira para sábado passados. O mau tempo fez com que a árvore de maior porte não resistisse às rajadas de vento, partindo-se e caindo em cima das outras, mais pequenas, que terão ficado com a sua estabilidade comprometida.

“A árvore grande tinha fungos no seu interior e, além disso, o piso onde estava encontrava-se remexido, logo sem a devida sustentação. Com os ventos fortes, torceu, partiu e caiu em cima das outras. Não podíamos, por isso, fazer outra coisa que não fosse o corte das árvores, que estavam a colocar em perigo a segurança das pessoas”, diz ao Corvo Vasco Morgado (PSD), presidente da Junta de Freguesia de Santo António, explicando que a situação causou ainda uns arranhões menores numa viatura ali estacionada. Não se registaram danos humanos, mas foi criada um quadro potencialmente perigosa. Foi por isso que a junta decidiu avançar para o corte das referidas árvores, por uma mera questão de segurança. Pediu então a intervenção dos serviços da CML, a quem reembolsará os custos.

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“Não posso arriscar numa situação destas. Não vou pôr em risco a vida das pessoas, sabendo que pode haver perigo de queda. Prefiro cortar as árvores e lidar com as críticas”, diz o autarca, ciente de que uma operação deste tipo causa sempre apreensão por parte de algumas pessoas. “Encaro isso com naturalidade. É sinal de que as pessoas estão preocupadas com a sua cidade. Mas prefiro receber um telefonema de alguém descontente com o abate das árvores, do que ter uma chamada dando conta de uma situação trágica”, afirma Vasco Morgado, lembrando que operações deste tipo são sempre sustentadas em pareceres técnicos.

Um argumento que não parece ser suficiente para os elementos da Plataforma em Defesa das Árvores – grupo formado, na primavera passada, por diversos cidadãos e associações, como a Associação Lisboa Verde, Quercus, o Geota, Fórum Cidadania LX, Grupo dos Amigos do Príncipe Real, entre outros, na sequência de um conjunto de podas realizadas um pouco por toda a cidade. “É muito, muito grave o que se está a passar no Jardim das Amoreiras, aquele que era um dos últimos refúgios para árvores na cidade de Lisboa, a alegada queda de um ramo não pode justificar o abate de árvores centenárias sem que se apresentem quaisquer justificações ou avisos e muito menos ser pretexto para que se abatam mais…”, lê-se num post colocado, na manhã de quarta-feira (21 de Outubro), no blogue da plataforma.

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No referido artigo, de apenas um parágrafo e escrito na primeira pessoa do singular – apesar de assinado pela Plataforma em Defesa das Árvores -, diz-se ainda: “Sinto uma tristeza imensa em viver numa cidade que nada faz para evitar crimes ambientais destes, e lamento que os moradores daquele jardim permitam atrocidades destas. São afinal eles também responsáveis pelo que se está a passar”. Mas um dos moradores de um rés-do-chão situado mesmo em frente a uma das árvores, ontem ouvido pelo Corvo, dizia concordar com o abate. “Quem faz essas críticas devia cá estar quando o vento derrubou a árvore”, afirmou, dizendo que os moradores se sentem agora mais seguros.

A forte contestação às operações de poda e corte do arvoredo levadas a cabo, na primavera passada, pelas juntas de freguesia – agora com competências nessa área, na sequência do processo de descentralização de competências -, mas também pela CML em alguns casos, originou não apenas o nascimento da plataforma como uma promessa de alteração de procedimentos neste campo por parte da câmara. O novo Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa esteve em consulta pública até 30 de Setembro e deverá ser, em breve, conhecida a sua configuração final. Uma primeira versão havia sido levada a discussão camarária e retirada por não ter sido sujeita ao parecer das juntas de freguesia.

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O projecto do regulamento sujeito a discussão pública prevê que as operações de abate, transplante ou outras que possam vir a fragilizar a árvore sejam sempre alvo de parecer vinculativo da CML. A excepção a tal obrigatoriedade surge face a “árvores que representem um risco para pessoas e bens atento o seu estado de conservação fitossanitária”. Aí, as juntas de freguesia poderão sempre invocar tratar-se de uma emergência e procederem ao corte. Apesar de o regulamento não estar ainda em vigor, a intervenção agora realizada pela Junta de Freguesia de Santo António no Jardim das Amoreiras poderia ser justificada ao abrigo deste regime excepcional.

http://ocorvo.pt/2015/10/22/abate-de-tilias-no-jardim-das-amoreiras-e-um-crime-ambiental-dizem-activistas/

Abate de árvores no Jardim das Amoreiras em Lisboa gera indignação

Mais uma má intervenção dos responsáveis pela gestão e manutenção do arvoredo na cidade de Lisboa.
- Quem avaliou o estado das árvores abatidas?
- Onde está o relatório dessa avaliação que fundamenta a acção praticada?
- Onde está a informação devida aos moradores, lisboetas e cidadãos?...
- Qual a lei actualmente vigente, que regulamenta a gestão e manutenção do arvoredo na cidade de Lisboa?
- A quem devemos pedir esclarecimentos, baseados no conhecimento, para compreender, não para aceitar, o crime que se cometeu?


In jornal Público - Marisa Soares - 22/10/2015

O abate de três tílias no Jardim das Amoreiras, em Lisboa, iniciado na terça-feira por ordem da Junta de Freguesia de Santo António, deixou indignados os membros da Plataforma em Defesa das Árvores, que consideram estar perante um "crime ambiental". O presidente da junta, Vasco Morgado, argumenta que as árvores ficaram danificadas com o temporal no fim-de-semana e que estava em causa a "protecção de pessoas e bens".
"É muito, muito grave o que se está a passar no Jardim das Amoreiras, aquele que era um dos últimos refúgios para árvores na cidade de Lisboa", lê-se no blogue da plataforma que junta vários cidadãos em nome individual e organizações como o Fórum Cidadania Lx, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico e a Quercus, entre outras associações ambientais. Os autores do blogue consideram que "a alegada queda de um ramo não pode justificar o abate de árvores centenárias" sem "quaiser justificações ou avisos". E sublinham a "tristeza" por nada se fazer para evitar "crimes ambientais destes", responsabilizando também os moradores da zona por permitirem estas "atrocidades".
Às críticas, o presidente da junta responde com a garantia de que a decisão visou unicamente a salvaguarda de quem frequenta o jardim. "Se tiver que optar entre a segurança de pessoas e bens e as árvores, eu opto pelas pessoas e bens", afirma. O autarca do PSD diz que os ventos fortes registados no fim-de-semana passado fizeram com que uma tília de grande porte partisse, caindo sobre outras duas mais pequenas, que ficaram também danificadas e instáveis.
Segundo Vasco Morgado, "a árvore maior já tinha uma proposta de abate porque tinha um fungo e estava oca no interior". "Aliás, foi por isso que partiu", pondo em risco a segurança naquele jardim situado na zona das Amoreiras, onde existe um quiosque e uma esplanada. O incidente provocou ainda alguns riscos numa viatura que estava estacionada nas proximidades. Nesta situação "de emergência", a junta quis "prevenir antes de remediar" uma situação mais grave e pediu por isso a intervenção dos serviços da Câmara de Lisboa, para que avançassem com o abate das três árvores.
Vasco Morgado garante que a operação se baseou em pareceres camarários e que está prevista a replantação. Mas avisa que "tem de haver uma mudança de paradigma na forma como se olha para as árvores na cidade", uma vez que "mais de 45% das árvores de Lisboa não estão em condições fitossanitárias e não podem estar onde estão".
O autarca, que tal como os restantes presidentes de junta de Lisboa assumiu a gestão de parte dos espaços verdes da cidade, no âmbito da delegação de competências do município, diz que são necessários 100 mil euros só para podar as ávores na Avenida da Liberdade, que se inclui no território da freguesia. "Nós não temos dinheiro para isso, é a câmara que tem de o fazer. Até porque muitas ávores têm datas para abate que já são de 2009, 2010 ou 2011", revela.
A culpa, prossegue, é de "anos de inércia por incapacidade de meios". "Herdámos árvores que não são mantidas há 40 anos."
Sobre o Jardim das Amoreiras, Vasco Morgado diz que não está previsto mais nenhum abate. Segundo o presidente da junta, apenas uma árvore que se encontra em frente às instalações do Ginásio Clube Português, e que "nunca foi podada", está a ser avaliada. "Estamos a ver se pode levar estacaria, para evitar o abate."
A Plataforma em Defesa das Árvores tem-se manifestado nos últimos meses contra várias operações de poda e abate realizadas por diversas juntas de freguesia de Lisboa, sobretudo na Primavera passada. A contestação levou mesmo a câmara a prometer a criação de um regulamento com normas para a manutenção do arvoredo da capital, que esteve em consulta pública até 30 de Setembro. O documento está ainda em análise nos serviços municipais e deve voltar a ser discutido na câmara.

Ler notícia aqui: http://www.publico.pt/local/noticia/abate-de-arvores-no-jardim-das-amoreiras-em-lisboa-gera-indignacao-1712015

terça-feira, 13 de outubro de 2015

A jovem Metasequoia no Jardim Botânico!

A Metasequoia a 13 de Outubro de 2015
A festa do Watch Day que a LAJB organizou com financiamento da World Monuments Fund a 13 de Outubro de 2012 foi encerrada com a plantação de uma Metasequoia no Arboreto pelo Prof. Doutor José Pedro Sousa Dias, Presidente do MNHNC/Jardim Botânico.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Fachada do Museu de História de Bolonha





















Um bom exemplo de como fazer e aplicar telas de publicidade institucional sem desrespeitar um imóvel com valor patrimonial e classificado. Parece que a fachada do nosso Museu Nacional de História Natural vai finalmente receber um tratamento deste nível.

Telões do Museu da Ciência estão a ser retirados


















Estruturas tinham sido montadas em 2012 apesar de um parecer desfavorável e vinculativo. Nova solução contempla oito telas tipo pendão.

As duas telas de quase 200 m2 cada uma que a Universidade de Lisboa instalou ilegalmente, em 2012, na fachada do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, na Rua da Escola Politécnica, estão a ser retiradas por ordem da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).  
Simultaneamente serão removidas as estruturas metálicas de suporte das telas usadas para divulgação das actividades do museu, bem como do Jardim Botânico, e será instalada uma nova solução com o mesmo objectivo.   
Esta solução, composta por oito telas verticais e perpendiculares à fachada, foi aprovada pela DGPC, que considerou menos grave o seu impacto visual e patrimonial para o imóvel da antiga Faculdade de Ciências, classificado como monumento de interesse público.   
A polémica relativa à chamada “instalação informativa” do museu foi desencadeada logo em 2012 devido não só às dimensões das telas (17,90 por 10,40 metros), mas também ao facto de a pesada estrutura de suporte estar cravada nas paredes e ser saliente em relação ao plano da fachada.  
Numa primeira fase, em 2012, o Igespar — organismo cujas competências passaram depois para a DGPC e tinha antes emitido parecer desfavorável ao projecto da universidade — considerou a instalação das telas como provisória e promoveu, sem sucesso, várias diligências com vista à sua substituição. Dois anos depois, em Abril de 2014, a DGPC  determinou, sem indicação de prazo limite, a retirada dos telões e a “revisão da ‘instalação informativa’ por forma a reduzir o seu impacto visual”.  
Mais tarde, o museu apresentou um novo projecto à DGPC, o qual foi parcialmente aprovado em Abril deste ano. Nessa altura os responsáveis pelo património deram um prazo de dois meses para que os telões ilegais fossem removidos. O projecto aprovado contempla oito telas de face dupla, subdivididas em dois grupos de quatro, cada um dos quais fixado perpendicularmente à fachada, de um e do outro lado da escadaria principal.  Para lá destas telas de um metro de largura e perto de seis metros de altura, o projecto apresentado previa também a afixação de elementos informativos nas colunas e pilastras da frente do monumento. De acordo com a DGPC, esta última proposta não foi aprovada, considerando-se que “dada a profusão de telões previstos para o local, deverá haver o máximo cuidado no preenchimento de novas áreas da fachada principal do museu com qualquer outra informação”.  
O director do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, José Sousa Dias, disse ao PÚBLICO que a remoção das telas e da estrutura só agora foi concretizada por duas razões: a instituição não tinha orçamento disponível para o fazer e aguardava a aprovação da solução entretanto proposta. A possibilidade de retirar as telas deixando a estrutura metálica foi afastada por se considerar que isso seria pior no aspecto visual, pelo que foi decidido remover a totalidade da instalação ao mesmo tempo que serão montados os suportes das novas oito telas. Em princípio, acrescentou, as novas telas deverão estar no seu lugar definitivo no fim da próxima semana. in Jornal PÚBLICO, 7 Outubro de 2015

Fotos: Aspecto da complexa estrutura metálica de suporte e um dos telões agora retirados e que continha uma fotografia do Jardim Botânico.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Comunicado de Imprensa: devolver o eléctrico 24!















Comunicado de Imprensa
No seguimento da suspensão, e provável não reabertura, do eléctrico “Tram Tour”, que operava desde o Verão entre a Praça Camões e a Praça do Príncipe Real, em regime exclusivamente para turista, vem esta Plataforma reiterar ao Governo, à Carris e à CML o seguinte: 
A circulação de eléctrico na linha do 24E deverá sê-lo em toda a extensão da infra-estrutura existente, ou seja, do Cais do Sodré a Campolide, com extensão ao Largo do Carmo; A circulação do eléctrico na linha do 24E deverá sê-lo em regime de transporte público, como qualquer outra linha de eléctrico, como por exemplo o famoso 28E; A reactivação do 24E, enquanto meio de transporte público, é necessária sob os pontos de vista ambiental, de mobilidade e de boas-práticas internacionais, e, consequentemente; A reactivação do 24E será sempre lucrativa para a Carris, à semelhança do 28E. Considera, portanto, esta Plataforma que, pese embora a má experiência do “Chiado Tram Tour”, perfeitamente previsível, a reactivação do 24E mantém-se justificada, viável e imperiosa.   

Sem mais e ao dispor de V.Ex.as, apresentamos os nossos cumprimentos.  

A Plataforma Eléctrico 24:  
ACA-M 
Associação de Moradores do Bairro Alto 
Associação Lisboa Verde 
Blog Menos Um Carro 
Comissão de Moradores do Bairro Azul 
Eficiência Energética 
Fórum Cidadania Lx 
Grupo de Amigos do Príncipe Real 
Liga dos Amigos do Jardim Botânico 
MUBI 
Quercus Lisboa

Apelamos à participação, para a reactivação da carismática e necessária carreira de Eléctrico 24, entre o Cais do Sodré e Campolide.  Assine e divulgue a nossa petição. Obrigado. http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT76734  
Facebook: https://www.facebook.com/electrico24 

Foto: eléctrico 24 em frente da Igreja de S. Roque (TIM BORIC,1980)

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

«Cidadania Activa» na Fundação Gulbenkian

















Este ano, o GREENFEST - o maior evento de sustentabilidade de Portugal - apresenta a primeira Feira das ONG (organizações não governamentais) do País.  Durante o GREENFEST, de 8 a 11 de outubro, a feira vai mostrar a ação e os objetivos de mais de 150 ONG nacionais e internacionais (de 5 países participantes) previamente selecionadas.   A 8.º edição do GRENFEST tem como “fio condutor” da comunicação e dos conteúdos deste ano o tema da “Cidadania Activa” e a ideia de que cada um de nós tem o “Poder” de contribuir para fazer a diferença.