sábado, 30 de abril de 2011

O exemplo de Paris: Le Jardin des Plantes




Herdeiro do Jardim Real de Plantas Medicinais criado por Luís XIII em 1635, o Jardim Botânico de Paris acolhe o público há quase quatro séculos. Este jardim único é rico em património exceptional. Tal como o nosso Jardim Botânico, também o de Paris pertence ao Museu Nacional de História Natural. Mas ao contrário do nosso, este jardim está bem equipado, com boa manutenção e financiamneto adequado. Mais importante ainda, sabe muito bem qual é a sua missão na capital e na sociedade francesa em geral: Un jardin de sciences, un lieu de vie.

O Jardin des Plantes é constituído por onze jardins diferentes com o objectivo de demonstrar ao público a diversidade e riqueza da vida das plantas na Terra:
-Les carrés de la perspective

-O Jardim da Escola de Botânica

-O Jardim Alpino

-O Jardim Ecológico

-As Grandes estufas (Les Grandes Serres)

-Le Jardin Potager

-O Jardim das Rosas e das Rochas

-O Jardin das Peónias

-O Jardim das Abelhas e dos Pássaros

-O Labirinto

-O Jardin das Íris e das Plantes Vivácias

-Le jardin du Stégosaure

http://www.jardindesplantes.net/

segunda-feira, 25 de abril de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

As Árvores e os Livros: Karel Čapek

There are several ways to lay out a little garden; the best way is to get a gardener.

Karel Čapek (1890-1938) foi um dos mais influentes escritores Checos do séc. XX. Foi ele que criou a palavra robot, que apareceu pela primeira vez na sua obra R.U.R. (Rossum's Universal Robots) in 1921.

Foto: O nosso Jardim Botânico sofre de uma crónica insuficiência de jardineiros assim como de outros funcionários indispensáveis à boa manutenção de um jardim histórico com mais de 4 hectares... Para que o Jardim Botânico cumpra com os padrões elevados de conservação e restauro que se espera de um Monumento Nacional é necessário haver funcionários qualificados e em número suficiente. Quando é que o Estado português irá assumir a sua responsabilidade, consagrada na Lei do Património? A LAJB, enquanto watchdog, não irá baixar os braços enquanto este problema não estiver resolvido.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Visita e Debate: "A cisterna ou a árvore"

CONVITE
A Liga dos Amigos do Jardim Botânico e o GECoRPA - Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico, têm a honra de o convidar para a visita guiada e debate "A cisterna ou a árvore", a realizar no dia 16 de Abril, pelas 14.00h, no Jardim Botânico, no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sitios 2011 - "Água: Cultura e Património".

Jardim Botânico da Universidade de Lisboa

Rua da Escola Politécnica, 58, Lisboa

16 de Abril - 14h - Entrada gratuita

PROGRAMA

13h30m: Encontro - Portão principal do Jardim Botânico

14h00m: Inicio da visita guiada ao Jardim Botânico

-Ireneia Melo, Investigadora principal do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa (MNHN)

-Gonçalo Ribeiro Telles, Arquitecto Paisagista. Responsável pela proposta do "Plano Verde - Estrutura Ecológica para a cidade de Lisboa" (APAP)

15h30m: Pausa para café

16h00m: DEBATE

-Ana Luísa Soares, Arquitecta Paisagista. Investigadora do Centro de Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves (ISA; APJSH)

-Gonçalo Ribeiro Telles, Arquitecto Paisagista. Responsável pela proposta do "Plano Verde -Estrutura Ecológica para a cidade de Lisboa" (APAP)

-José Morais Arnaud, Presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Museu Arqueológico do Carmo (AAP)

Organização:

LIGA DOS AMIGOS d0 JARDIM BOTÂNICO

GECoRPA - Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico

Foto: Jardim Botânico, Lago de Baixo, Paulo Guedes, c.1900. Arquivo Municipal

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Logradouro na Av. Duque de Loulé 86-96: 100% Impermeabilizado!

Av. Duque de Loulé 86-96 torneja R. Luciano Cordeiro 117

A imagem mostra mais um terrível exemplo de impermeabilização de logradouros em Lisboa. Até ao ano de 2010 existiu aqui um conjunto de três jardins, parte integrante de um dos mais notáveis conjuntos da Arquitectura do início do séc. XX em Lisboa. Os 3 prédios de habitação foram erguidos em 1908 e constituiram na altura o paradigma da habitação de luxo para a alta burguesia lisboeta. Apesar do seu elevado valor patrimonial, e dos pedidos por parte de cidadãos, o IGESPAR recusou em 2010 a sua classificação como "Imóvel de Interesse Público". Os imóveis ficaram deste modo sem protecção legal por parte do organismo estatal reponsável pela salvaguarda do património cultural. Apenas o PDM de Lisboa identifica este conjunto na carta do património da cidade. Mas isso não impediu que o Pelouro do Urbanismo aprovasse a destruição total dos 3 logradouros como se vê pela imagem (Fevereiro de 2011). Para se construir caves de estacionamento, a CML aprovou 100% de impermeabilização dos logradouros. É lamentável que a CML continue a premiar projectos que ainda assentam em estilos de vida insustentáveis. Assim Lisboa estará sempre na cauda da Europa.

terça-feira, 12 de abril de 2011

LAJB pede alargamento do periodo de discussão pública do PDM

Exmo. Senhor Presidente da CML

Dr. António Costa,

No âmbito da revisão do Plano Director Municipal de Lisboa (PDM) abriu no passado dia 7 de Abril um periodo de consulta pública com a duração de 30 dias. A Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB), enquanto associação cívica, deseja contribuir para a versão final do mais importante documento de planeamento da nossa cidade.

No entanto, e face à complexidade e volume do documento posto em discussão, consideramos insuficiente o prazo de apenas 30 dias úteis para a participação dos cidadãos. Os Planos de Pormenor, com áreas e documentos mais pequenos, recebem 30 dias úteis para discussão pública. Notamos uma grande desproporção do tempo destinado à participação pública do PDM quando comparado com um Plano de Pormenor.

Vimos assim solicitar que considere o alargamento do periodo de discussão pública para pelo menos o dobro do tempo que é habitualmente destinado a um Plano de Pormenor. O alargamento do prazo de consulta pública deve ser dimensionado à escala, complexidade e importância do novo PDM. Estamos conscientes que o actual PDM está obsoleto e que a sua revisão já devia ter sido feita em 2004. Mas pensamos que é unânime que a fase de discussão pública não pode ser abreviada sob pena da visão dos habitantes de Lisboa não conseguir esculpir o seu próximo PDM.

Com os nossos melhores cumprimentos,

LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO

Foto: Prédio oitocentista com logradouro na Rua de Gustavo de Matos Sequeira. A nova "Carta Municipal do Património", anexa ao próximo PDM, é um dos aspectos para os quais a LAJB estará atenta. Outro tema de enorme importância é a do futuro dos logradouros - não teremos uma urbe sustentável enquanto Lisboa for a capital da Europa com maior área impermeabilizada. O que propõe o novo PDM para reverter esta trágica estatística?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Visita e Debate: “A Cisterna ou a Árvore”

A Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB) e o Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico (GEOCORPA), organizam uma visita-debate “A Cisterna ou a Árvore”, a realizar no dia 16 de Abril, pelas 14.00h, no Jardim Botânico, no âmbito das Comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, subordinado ao tema “Água: Cultura e Património”.

Este evento consiste numa visita à cerca, ao sistema de rega e cisterna do Jardim Botânico, seguida de uma conversa aberta à participação do público. Irá debater-se a problemática da sustentabilidade de património construído vs. património vivo e património privado vs. património público.

“A Cisterna ou a Árvore” Jardim Botânico, 16 de Abril de 2011

Rua da Escola Politécnica, 58, Lisboa

PROGRAMA:

13h30 - Chegada dos participantes (entrada principal)

14h00 - Visita guiada à cisterna e ao Jardim

16h00 - Debate público (Auditório Aurélio Quintanilha)

Foto: Um dos Contrafortes pombalinos que sustentam a Classe. A cerca pombalina está ameaçada pelos projectos defendidos na última versão do Plano de Pormenor de iniciativa municipal. A equipa projetista propõe a construção de duas novas frentes urbanas que irão obstruir visualmente na totalidade o belo muro pombalino, estrutura monumental que define o espaço do Jardim Botânico desde a sua génese. Acresce ainda ressalvar que a cerca pombalina é uma das estruturas construídas mais antigas do complexo monumental do Museu Nacional de História Nacional. Com cereteza que que merece per si, ser rigorosamente restaurado para usufruto de todos.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

PDM: «Futuro de Lisboa está em discussão pública a partir de hoje»

«O que querem os lisboetas para a sua cidade, quais devem ser as prioridades urbanísticas? Quem tem respostas ou até perguntas para acrescentar a estas tem, a partir de hoje, oportunidade de pôr as cartas em cima da mesa. Dezasseis anos depois, a capital portuguesa volta a discutir o seu Plano Director Municipal (PDM), cuja proposta de revisão já passou pela câmara e está, desde hoje, em debate público. A cidade continua a desenvolver-se segundo o PDM de 1994

O documento de hoje já não é o mesmo que, em Outubro do ano passado, causou arrepios ao arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, que considerou "uma anedota em termos de planeamento" a ideia inicial de facilitar a construção nos logradouros lisboetas. Meio ano depois, a proposta de revisão está diferente. Não mudou nem de filosofia nem revolucionou as ferramentas, e manteve os objectivos estratégicos. Mas teve em conta os 31 pareceres legalmente previstos - 15 deles apontaram a necessidade de mexer na proposta inicial.

Houve uma reviravolta na questão dos logradouros, mas continuam no ar dúvidas e preocupações, como as que a própria vereadora Helena Roseta, do movimento Cidadãos por Lisboa, expressou, quando pôs em causa o modelo de compactação da cidade, que permite aumentar a capacidade construtiva nas áreas consolidadas. "Tenho dúvidas sobre esse modelo. Aceitá-lo-ia se houvesse contrapartidas ao nível da reabilitação urbana, mas não é isso o que vejo", disse Roseta, em Novembro.

Manuel Salgado, arquitecto e vice-presidente da câmara, deu a cara pela primeira versão da proposta de actualização do PDM, aprovada em Novembro pelo PS e PSD no executivo (um vereador "laranja" absteve-se) e continua a defender aquela que passou por reuniões de concertações com as 15 entidades que levantaram questões em relação à versão inicial. Salgado continua a defender o sistema de créditos que a proposta prevê considerando que "é inovador mesmo a nível internacional".

Créditos para recuperar

O também vereador do Urbanismo abriu mão de uma promessa eleitoral de peso: obrigar os promotores imobiliários a reservar uma parcela dos seus empreendimentos para habitação a custos controlados. Agora quer convencê-los a aderir a um sistema de créditos. "Se o promotor reabilitar um edifício antigo e se, depois das obras, mantiver lá a morar todos os agregados familiares que anteriormente lá residiam, tem direito a créditos para construir noutro lado." Isso significa que pode, nesse segundo local, urbanizar para além do que lhe seria permitido: numa zona da cidade onde o índice de construção de referência - ou seja, o quociente entre a área de construção e a dimensão do terreno - é de 1,7, por exemplo, passa a poder construir até um máximo de 2.

Os créditos para construir variam consoante a zona da cidade - "um crédito gerado na Av. da Liberdade não tem o mesmo valor do que um gerado na Ameixoeira" - e não se restringem à habitação. "Se o promotor imobiliário fizer três caves para estacionamento num edifício onde só é obrigado a construir duas, e se reservar a terceira cave para estacionamento público com tarifas idênticas às praticadas pela Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa, também tem direito a um crédito", frisa Manuel Salgado. "O mesmo acontecerá se transformar um quarteirão com uma fabriqueta no meio num logradouro de uso público. Ou se restaurar um edifício que está integrado na carta municipal do património sem subir a cércea [altura]". Dotar os empreendimentos imobiliários de equipamentos sociais, como creches ou lares, também dará direito a créditos, o mesmo sucedendo com o reforço da segurança sísmica ou com a manutenção de lojas de comércio tradicional durante obras de restauro de um imóvel.

"Tudo o que pudermos fazer através de incentivos, em vez de imposições, tornar-se-á mais eficaz. Se assim fosse, parte dos edifícios da carta do património não estaria no estado degradado em que se encontra". E acrescenta: "Tenho andado a estudar o que se faz no Japão, na Holanda e noutros países, e este é um regulamento muito inovador". É, também, um dos principais pontos de discórdia com os partidos da oposição. A medida apenas beneficia os grandes construtores, dizem os comunistas. "Se a maioria das pessoas rejeitar este sistema, não terei outro remédio senão meter a viola no saco".

Contrariado, o vereador do Urbanismo também teve de ceder na questão dos logradouros. "Os logradouros de Alvalade, do bairro Lopes e da colina do Castelo ficaram todos defendidos, e isso acho bem. Mas noutros casos foi-se demasiado longe, ao fixar num máximo de dez por cento a área impermeabilizável. Uma regra cega como esta é errada, porque as pessoas têm direito a ter carro. Também é importante ter estacionamento para residentes na cidade".

Preencher o que está vazio

Quanto à possibilidade de a câmara construir silos automóveis, Manuel Salgado fala das dificuldades de o fazer nas zonas históricas: "Há poucos edifícios de grande porte e parte dos que existem não pode ser demolida porque tem valor patrimonial". O autarca rejeita as críticas que lhe têm sido feitas de que este PDM irá servir para expulsar os mais pobres para os subúrbios, por via do licenciamento de obras de reabilitação que aumentarão necessariamente o valor das rendas: "É exactamente o contrário", assegura.

"Vamos procurar ter habitação a custos acessíveis. Um T2 pode vir a custar entre 400 e 500 euros por mês, consoante a zona". O cenário nunca foi tão propício à recuperação das casas antigas: "Noventa por cento das obras licenciadas pela câmara já são de reabilitação urbana". Numa altura em que "82 por cento da cidade estão urbanizados", o objectivo é recuperar o que já está construído "e preencher o que está vazio" nos espaços urbanizados.» In Público (7/4/2011)

Nota: para a LAJB o grande equívoco do Vereador do Urbanismo/CML é a defesa que fazem de uma cidade em que cada municipe tem/terá o direito a uma viatura de transporte particular assim como a um lugar de estacionamento. Se os logradouros de Lisboa estão em perigo de extinção é apenas devido à perseguição obessesiva deste ideal insustentável e obsoleto.

Foto: O fim dos logradouros em Lisboa? Em primeiro plano vemos um antigo logradouro impermeabilizado para a construção de caves de estacionamento (a relva que vemos é só para disfarçar a laje de betão da cobertura da garagem); em segundo plano, atrás do muro branco, vemos logradouros originais, ainda permeáveis e repletos de plantas. Este PDM irá decidir qual destes dois modelos ficará consagrado para o futuro.

Petição em Defesa do Jardim Botânico: 5000!

Já atingimos as 5000 assinaturas! O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, agradece a todos os cidadãos que de uma forma clara, no exercício de um direito que lhes assiste, disseram NÃO a este Plano de Pormenor para o Parque Mayer e Jardim Botânico (PPPM). Esperamos agora que os representantes do Poder Nacional e Local, possam estar à altura deste desafio, para repensar o PPPM, e transformá-lo num Plano de Pormenor de excelência à altura da MISSÂO de um Jardim Botânico.


PLATAFORMA EM DEFESA DO JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA

Associação Árvores de Portugal, APAP - Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas, Associação Lisboa Verde, Cidadãos pelo Capitólio, Fórum Cidadania Lx, GECoRPA - Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico, Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades, Liga dos Amigos do Jardim Botânico, OPRURB-Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana, Quercus-Núcleo de Lisboa, Liga para a Protecção da Natureza

Foto: Chamaerops humilis (Palmeira das Vassouras)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Anuário da Conservação do Património 2011

O elevado número de agentes, empresas, profissionais, decisores com actividade no sector da reabilitação do edificado e da conservação e restauro do Património arquitectónico, torna premente a publicação de um guia completo que disponibilize informações relevantes, facilitando o acesso a serviços, produtos ou equipamentos.

O Anuário da Conservação do Património 2011, editado pelo GECoRPA em parceria com o Canto Redondo – Edição e Produção, terá como enfoque principal as “Boas Práticas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico” e incluirá as empresas e organizações públicas e privadas que, a nível regional e nacional, actuam nas seguintes áreas: projecto, fiscalização e consultoria; levantamento, inspecções e ensaios; conservação e restauro; serviços; produtos; equipamentos e salvaguarda do Património.

O Anuário, com data de publicação prevista para Junho de 2011, será composto por duas partes: um dossiê com artigos técnicos e estudos de caso sobre o tema, previamente avaliados por uma comissão de arbitragem científica constituída para o efeito; e uma segunda parte, com listagens detalhadas das empresas e entidades que actuam no sector da reabilitação do edificado e da conservação e restauro do Património Arquitectónico.

Num sector em que a actualização e a credibilidade dos dados são factores preponderantes, estamos certos de que esta publicação, pela diversidade de informações que encerra, constituirá um instrumento de consulta ímpar para todos aqueles que, no seu quotidiano, se deparam com os protagonistas do sector. Saber quem são, o que fazem e onde estão é o objectivo desta nossa publicação.

O prazo de entrega para a proposta de artigos é 25 de Abril de 2011. As propostas devem ser enviadas para:


GECoRPA

Tel.: 213 542 336 / Fax: 213 157 996


«Universidade contra centro interpretativo no Botânico»

A Universidade de Lisboa (UL) não concorda com a construção do centro interpretativo do Jardim Botânico, equipamento que está previsto no Plano de Pormenor do Parque Mayer. No parecer que fez chegar à Câmara de Lisboa, aquela instituição defende ainda a criação de “um fundo de compensação”, para que os novos moradores da zona contribuam para a conservação do jardim.

Nesse documento, o grupo de professores e investigadores mandatado pelo reitor da UL para acompanhar o plano de pormenor reclama também um estudo hidrogeológico, antes de qualquer intervenção. Quanto ao centro interpretativo, um edifício de quatro pisos que deveria nascer na Rua do Salitre, são várias as críticas: “Não só contraria o princípio da não impermeabilização do solo, como tem consequências sobre as raízes das árvores limítrofes.”

A UL considera que o regulamento do Plano de Pormenor do Parque Mayer “é insuficiente” na protecção do Jardim Botânico, não havendo mecanismos que acautelem este monumento classificado do ponto de vista do património cultural. Também o reitor, António Sampaio da Nóvoa, numa carta dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa, diz que o plano deve “assinalar a classificação do Jardim Botânico como monumento nacional”.

O reitor sublinha ainda que é preciso um “programa de financiamento associado ao programa de execução do plano”. Neste domínio, o grupo de trabalho sugere “um fundo de compensação”, que permita canalizar para a manutenção e conservação do Jardim Botânico as mais-valias geradas pelas novas edificações previstas no plano. Isto por se assumir que boa parte delas se deve à proximidade do Jardim Botânico.

Em declarações anteriores ao PÚBLICO o autor do Plano de Pormenor do Parque Mayer disse estar disposto a alterar algumas opções do projecto, se se provasse que eram prejudiciais para aquele jardim. “Não fazemos finca-pé nele”, disse Manuel Aires Mateus, referindo-se ao centro interpretativo agora contestado pela UL

in Público, 6 de Abril de 2011

Nota: Esta peça de jornalismo precisa de um esclarecimento. Naturalmente que o JB precisa de um Centro Interpretativo. A questão é onde implantar esse equipamento. Tal como a UL, também a LAJB sempre foi contra a destruição do Viveiro para implantação de um edifício de 4 pisos onde se incluiria o Centro Interpretativo. O título deste artigo do jornal Público não é claro e induz até em erro.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Plataforma em Defesa do Jardim Botânico: Agradecimento ao Grupo de Trabalho da UL

Exmo. Senhor Reitor da Universidade de Lisboa

Prof. Doutor António Sampaio da Nóvoa

No seguimento da entrega da “Petição em defesa da Missão do Jardim Botânico e da sua sustentabilidade ambiental, social e económica a longo prazo. Revisão imediata do Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico, Edifícios da Politécnica e Zona Envolvente” a Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia da República - petição disponível em http://www.gopetition.com/petition/39771.html -, vimos pelo presente congratular-nos com a resposta dada por V. Exa., Senhor Reitor, e essa Universidade à Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da AR, de cujo teor acabámos de tomar conhecimento, e de que anexamos cópia.

Congratulamo-nos pelo facto de constatarmos que, pela primeira vez e de forma perfeitamente clara, desde que foi iniciado este processo do Plano de Pormenor, a Universidade de Lisboa, na pessoa de Vossa Excelência, partilha de todas as nossas preocupações; que consubstanciam a Petição acima referida, mormente no que se refere à exigência para que:

-Que sejam tidas em contas a diversas propostas contidas no parecer do Grupo de Trabalho, como, por exemplo, prever-se a criação de um mecanismo de perequação compensatória de benefícios e encargos decorrentes do Plano, e ponderar-se a constituição de um Fundo de Compensação;

-Constem do Plano os indispensáveis Estudos;

-Se respeite a Cerca Pombalina e o novo estatuto de Monumento Nacional de que o Jardim Botânico é agora portador;

-Se tenha em atenção a manutenção do edificado do Jardim Botânico, da Estufa (no mesmo local), do Banco de Sementes, etc.;

-Se corrijam alguns aspectos construtivos previstos no Plano, como sejam o do edifício de 4 pisos destinado ao "centro interpretativo".

Já relativamente à apontada necessidade, pela UL, de construção de estacionamento subterrâneo na zona das actuais casas de função, a mesma parece-nos pouco defensável, mesmo com o argumento do fim da presença de todo e qualquer automóvel na Alameda das Palmeiras. Uma instituição como o MNHN/Jardim Botânico devem estar na linha da frente na promoção e defesa de modelos de mobilidade sustentáveis.

Aproveitamos a ocasião para assinalar que também a reparação do sistema de rega é essencial para a sustentabilidade hídrica e financeira do jardim, nomeadamente, a recuperação das cisternas existentes e a criação de novas, para esse fim; bem como o respeito pela zona área non aedificandi de protecção ao longo da Cerca Pombalina, deverão fazer parte das preocupações de todos.

Pedimos a V.Exa. que transmita os nossos mais sentidos agradecimentos aos membros do Grupo de Trabalho, em boa hora criado para acompanhar este processo, pelo excelente trabalho feito.

Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,

PLATAFORMA EM DEFESA DO JARDIM BOTÂNICO

C.c. Presidência da Câmara Municipal de Lisboa Presidência da Assembleia Municipal de Lisboa Vereador do Urbanismo da CML IGESPAR Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo CCDR-LVT Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da AR

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pós-Graduação em JARDINS E PAISAGEM

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

Candidaturas abertas para licenciados. Inclui estágios em locais como Palácio Nacional de Queluz, Fundação da Casa Fronteira e Alorna, Parque do Palácio do Monteiro-mor, Quinta Real de Caxias, Quinta do Marquês de Pombal em Oeiras, Parques de Sintra – Monte da Lua (Parque de Monserrate e Parque da Pena), Reserva Natural do Estuário do Tejo, Parque Natural da Arrábida, Parque Natural Sintra-Cascais e Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, etc.

A Pós-Graduação em JARDINS E PAISAGEM, através de uma abordagem multidisciplinar da História da Arte, Geografia, Arquitectura Paisagista, Antropologia e História, proporciona uma formação pro s-sionalizante de qualidade, que prepara especialistas e técnicos para trabalhar nos sectores público eprivado que tenham a tutela de jardins históricos e parques naturais. Conclui-se a formação com uma visita de estudo a jardins e parques naturais internacionais.

O curso, com início em Outubro de 2011, compreende um estágio incluído na unidade curricular de PROJECTO na qual o aluno desenvolverá um projecto individual em consonância com o local onde está arealizar o estágio e que tanto pode ser a realização de um mapa através da utilização de softwares de cartografia digital e/ou sistemas de informação geográfica; a inventariação das obras e objectos de arte presentes num jardim ou parque natural; a realização de um projecto de programação e dinamização cultural com vista ao incremento do turismo ou a avaliação e investigação sobre paisagem.

Coordenação científica: Prof.ª Doutora Margarida Acciaiuoli

Os alunos poderão escolher as unidades curriculares dentro de um leque variado e alargado, consoante as áreas e as ferramentas que queiram adquirir:

História dos Jardins e Paisagem (Ana Duarte Rodrigues)

História e Experiência da Paisagem na Arte Contemporânea (Margarida Acciaiuoli)

Arte Paisagista e dos Jardins (Aurora Carapinha)

Artes dos Jardins (Ana Duarte Rodrigues)

Cartogra a Digital e Design (Jorge Ferreira e Nuno Soares)

Avaliação e Percepção da Paisagem (Carlos Pereira da Silva)

Detecção Remota e Análise da Paisagem (Pedro Casimiro)

Desenvolvimento Regional e Local (Regina Salvador)

Antropologia do Ambiente (Amélia Frazão Moreira)

Antropologia e Turismo (Maria Cardeira da Silva)

Práticas da Cultura (António Camões Gouveia)

Projecto (Ana Duarte Rodrigues)

Data da inscrição: Coincidente com a do 2.º ciclo (mestrados), a determinar pela faculdade. O valor da propina será de 1500 euros. A seriação dos candidatos resultará de análise curricular e, se necessário, de uma entrevista. Prevê-se que os estudos possam prosseguir para Mestrado e Doutoramento.

Informações: Divisão Académica - Núcleo de formação ao longo da vida

Tel.: 21 790 83 83, E-mail: nflv@fcsh.unl.pt


Nota: Graças à colaboração da LAJB, o Jardim Botânico será um dos objectos de estudo/estágio

sábado, 2 de abril de 2011

Visita guiada: CENTRO ISMAILI, Lisboa

Estimado(a) associado(a),

No próximo dia 16 de Abril (Sábado) terá lugar a visita ao Centro Ismaili.

Local/Hora: R. Abranches Ferrão - 9H30 (atrás da Loja do Cidadão das Laranjeiras, Lisboa)

Visita guiada: limitada a 30 participantes

Transportes: Metro (Estação das Laranjeiras), Autocarro (701 – 726 – 764)

Custo: gratuito

Inscrições: ldbotanico@fc.ul.pt

96 00 34 118 (Secretário Artur Páris)

Saudações botânicas,

A DIRECÇÃO da LAJB

Foto: Fernando Guerra (para a Proap)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Jardim Botânico: Projecto de Resolução do Grupo Parlamentar do BE

Projecto de Resolução do Grupo Parlamentar do BE: Recomenda a protecção do Monumento Nacional JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA

O Jardim Botânico da Faculdade de Ciências de Lisboa, inaugurado em 1878, é um patrimonio de inegável interesse do ponto de vista historico, cultural e cientifico no coração da cidade de Lisboa, levando todos os anos cerca de 80 mil visitantes a conhecer as suas mais de 1.400 espécies vegetais.

Conta com um banco de sementes que desempenha uma função crucial na conservação de recursos genéticos, detém importantes colecções de herbário, totalizando mais de 235 mil espécies, o que torna este Jardim num local de eleição para o ensino e a sensibilização ambiental, e possui diversas especies tropicais, oriundas da Nova Zelândia, da Austrália, da China, do Japão e da América do Sul, constituindo uma das mais valiosas colecções botânicas em Portugal.

Conforme descreve o Sistema de Informação para o Patrimonio Arquitectonico ‐ SIPA, alojado no site do IHRU, o Jardim tem um “valor cénico e botânico indiscutivel, num espaço onde recreio e o lazer se cruzam com o saber. A variedade de espécies demonstra os diferentes microclimas que ao longo do jardim se podem encontrar. Um dos mais importantes espaços verdes da cidade de Lisboa antiga”.

Esta importancia está reconhecida desde os anos 70, aquando da homologação do Jardim Botânico como Monumento Nacional, um processo só recentemente finalizado através do Decreto n.o 18/2010, de 28 de Dezembro, do Ministério da Cultura. Neste diploma justifica‐se a classificação do Jardim pela “sua relevância pedagogica, a diversidade de especies, com grande variedade de espécies exóticas, e a qualidade arquitectonica do edificio confinante da antiga Escola Politécnica ou as estruturas de apoio subsistentes no perimetro do Jardim” que “fazem deste espaço monumental um dos mais representativos do patrimonio urbano da Lisboa romantica, justificando-se plenamente a sua integral salvaguarda.” O documento refere ainda que a “classificação do Jardim Botânico de Lisboa contribuirá para a preservação do microclima da area, o que constitui condição sine qua non da sua subsistência”.

No entanto, não só esta classificação como Monumento Nacional exclui dos seus limites a Cerca Pombalina, desconsiderando este valor patrimonial, como a proposta de Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente, elaborada pela Câmara Municipal de Lisboa e colocada em consulta pública entre 22 de Outubro e 23 de Novembro de 2010, ameaça a salvaguarda e valorização do patrimonio e das missões cientifica e pedagogica do Jardim Botânico.

Este Plano de Pormenor preve a redução da area e dos limites actuais do Jardim, o abate de árvores, bem como a demolição de estruturas fundamentais, como é o caso de herbários, viveiros e estufas, alem da construção de galerias comerciais, hoteis e parques de estacionamento, aumentando a area impermeabilizada e de edificação na zona envolvente do Jardim, com consequencias graves na manutenção das suas condições, nomeadamente do microclima ou da circulação das águas interiores.

Por exemplo, o Plano de Pormenor prevê:

‐O aumento da altura media dos prédios em redor do Jardim, tornando‐o mais quente e seco no Verão, pondo em risco a sobrevivência de muitas especies e diminuindo a riqueza biologica do Jardim;

‐A construção de um novo edificio de 4 pisos na entrada do Jardim, no final da Rua Castilho, ocupando a actual área dos viveiros;

‐A criação de um percurso pedonal para fazer a ligação da Rua da Escola Politécnica à Rua do Salitre e a uma nova galeria comercial junto ao Parque Mayer, que irá ocupar o lugar de uma estufa, implicando a destruição de troços da Cerca Pombalina e a subtracção de um corredor do Jardim que tem especies de elevado valor botânico;

‐A construção de um parque de estacionamento subterrâneo com quatro caves na zona da entrada sul do Jardim, o que ocupará uma grande parte do subsolo dessa zona e vai obrigar ao abate de varias árvores e comprometendo outras por danos causados às raizes. [este estacionamento já foi retirado da proposta do PP]

Foram os próprios IGESPAR e Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRC‐LVT), no ambito da conferencia de serviços, realizada a 22 de Julho de 2010, a colocar muitas duvidas relativamente a estes projectos, sem que as mesmas tenham sido resolvidas no documento colocado em consulta publica.

Refere o parecer do IGESPAR, datado de 26 de Julho de 2010, que “o Jardim Botânico, construido na cerca de um antigo convento, possui valor estético, artistico, historico e cientifico que importam conservar. Neste sentido, para conservar o carácter e valor culturais do espaço é necessario assegurar os seguintes factores:

1-manutenção das condições microclimaticas e de solo;

2-manutenção das condições hidrologicas e de drenagem dos solos;

3-manutenção das condições de ventilação e insolação;

4-manutenção dos elementos e materiais vivos e inertes que compõe o espaço;

5-manutenção da estrutura verde e do traçado do jardim, em conjunto com as edificações que o pontuam;

6-conservação de uma envolvente coerente com o carácter do espaço no que se refere aos factores ambientais e aos valores estéticos, historicos e artisticos.”.

Ora, nenhuma destas condições está assegurada com esta proposta de Plano, nem são conhecidos os estudos que o IGESPAR refere serem necessários.

O parecer da DRC‐LVT, de 23 de Julho, refere que as travessias devem ser preteridas ou devidamente fundamentadas porque podem “induzir a situações criticas decorrentes de um aumento de carga neste jardim”, ou que “a proposta de coberturas verdes de uso público condicionado (…) não pode envolver derrube de muros limitrofes, enquanto garantia da identidade deste imóvel”, ou que “a intervenção contempla alterações a nivel de áreas e estruturas (…) as quais deverão ser preteridas” em caso de impactes negativos ainda não estudados, ou que a “proposta de estacionamento automóvel subterrâneo deverá ser preterida pelos impactes negativos sobre os valores patrimoniais em presença”. [este estacionamento já foi retirado da proposta do PP]

No entanto, estas preocupações não estão expressas na proposta actual.

O Bloco de Esquerda considera que a proposta do Plano de Pormenor desvaloriza o Jardim Botânico de Lisboa nas suas diversas funções e não o salvaguarda enquanto Monumento Nacional, em nada contrariando o abandono e degradação a que foi votado ao longo dos anos. E inaceitável que se pretenda reduzir a área e limites do Jardim, destruir estruturas fundamentais ou ignorar a sua importante missão cientifica e pedagogica. Aliás, sendo um Monumento Nacional, o Jardim deveria estar sujeito a um Plano de Pormenor de Salvaguarda, como determina a legislação, estabelecendo “normas que sirvam de base ao processo da regeneração das áreas, contrariando a deterioração progressiva destes locais, por forma a que se obtenha a reconstituição das caracteristicas existentes à época”, o que não acontece no âmbito deste Plano que inclui uma zona territorial mais abrangente.

Acompanhamos, assim, a preocupação dos mais de 4.000 cidadaos que deram entrada na Assembleia da República de uma petição a exigir a revisão imediata deste Plano de Pormenor pela defesa da missão do Jardim Botânico e da sua sustentabilidade ambiental, social e economica a longo prazo.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda propõe à Assembleia da Republica que recomende ao Governo:

1-Assegure a adequada protecção e requalificação do Monumento Nacional Jardim Botânico de Lisboa, ameaçado pela proposta do Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente, em fase de aprovação pela Câmara Municipal de Lisboa;

2-Inclua a Cerca Pombalina como parte integrante do Monumento Nacional Jardim Botânico de Lisboa;

3-Promova, junto das entidades competentes, a elaboração de um Plano de Pormenor de Salvaguarda para o Monumento Nacional Jardim Botânico de Lisboa, articulado com o Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente, de modo a ordenar, requalificar e promover o cumprimento das missões cientificas e pedagogicas do Jardim Botânico, prevendo inclusivé garantias financeiras para o seu regular financiamento;

4-Garanta que na Zona Especial de Protecção do Jardim Botanico de Lisboa não sejam permitidas novas construções junto ao muro do Jardim e se mantenha a permeabilidade dos logradouros da zona envolvente (Rua da Escola Politécnica, Rua do Salitre, Rua da Alegria e Calçada Patriarcal);

Palácio de São Bento,

24 de Março de 2011

Os Deputados e as Deputadas do Bloco de Esquerda